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Última actualização do site:
18 Maio 2022
Tópico: Editorial
Ponto de mira
Contra informação
Editor — 12 Março 2022
1 A direcção da Meta (empresa proprietária do Facebook e Instagram) decidiu contribuir para o esforço de guerra do Ocidente com aquilo que melhor sabe fazer: dar largas a que sejam produzidos insultos e ameaças de morte contra cidadãos e militares russos, incluindo os presidentes russo, Putin, e bielorrusso, Lukashenko. Quatro mil e quinhentos milhões de pessoas, tantas como as que seguem as duas plataformas, passaram assim a ser destinatárias da mais miserável propaganda de guerra: a que pode ser feita por qualquer energúmeno, a coberto de nome falso, sem receio de represálias.
Ponto de mira
Ganhou a direita, não nos iludamos
Editor — 2 Fevereiro 2022
A vitória esmagadora do PS passa por ser uma vitória da esquerda só porque travou, para já, o assalto da direita ao governo. O esvaziamento do BE e do PCP, o desaparecimento do PEV, o crescimento da extrema direita nas figuras do Chega e da IL parecem detalhes que o sucesso de António Costa deixa na sombra. Os números, porém, dizem outra coisa (1).
O conjunto da direita (PSD, CDS, IL, Chega) arrecadou, em termos líquidos, 549 mil votos mais do que em 2019. A esquerda parlamentar (PS, PCP, BE, PEV, Livre, PAN) teve, também em termos líquidos, quase 36 mil votos a menos. Em balanço geral, a vantagem da esquerda, que em 2019 foi de 1.142.000 votos, baixou para 557 mil. O número de votantes aumentou quase 336 mil (excluindo brancos e nulos), a maior fatia dos quais terá votado à direita.
Ponto de mira
A nossa democracia a nu
Editor — 9 Dezembro 2021
A agitação que se apoderou dos meios políticos logo que o cheiro de eleições antecipadas ficou no ar tem servido de motivo para um coro de loas à excelência da nossa democracia. Forças partidárias e propagandistas exultam com a sua solidez, com o seu bom funcionamento, com a harmonia entre órgãos do poder, com as “soluções” que ela sempre proporciona. E não vêem melhor processo para que “a vontade popular” possa ser representada senão, claro, em mandatos de deputados.
Ao ouvi-los parece que uma onda de intervenção política nos destinos da nação estaria a mobilizar os quatro cantos do país. Esta espécie de encantamento com a “vitalidade” do regime mal disfarça as fraquezas de todo o sistema político e da sua forma de representação.
Ponto de mira
A ilusão do poder local
Editor — 24 Setembro 2021
As autarquias e as eleições autárquicas vivem de uma ilusão: a de que existe um poder local capaz de responder às necessidades das populações e de fazer frente ao poder central. A amostra da presente campanha eleitoral desmente tudo isso. O que está em jogo é a actual hegemonia do PS, a incapacidade do PSD para se lhe opor, a sobrevivência do CDS, a força do BE e do PCP para imporem condições ao Governo, o crescimento da extrema-direita. Tudo questões de âmbito nacional que colocam as autarquias e os eleitos na dependência do peso que cada partido obtiver no conjunto do país.
Ponto de mira
Para lá da cortina de fumo
Editor — 19 Agosto 2021
Uma barragem de propaganda, nos limites do ridículo, acompanha as notícias sobre o Afeganistão. Os motes são fáceis de identificar: a sorte das mulheres (“e raparigas”, como disse o cuidadoso Guterres), a violência sobre os colaboradores do regime deposto, o perigo de um novo santuário de terrorismo internacional, o risco de mais uma maré de refugiados sobre a Europa. Em vago, tudo é possível — mas, em concreto, nenhum sinal aponta nesse sentido. Pelo contrário, os testemunhos vindos de quem avalia a situação no próprio terreno, sem ter propósitos de servir a agenda ideológica do Ocidente, mostram mesmo surpresa por tamanha mudança se passar em tão boa ordem.
Ponto de mira
Falta de vocações
Editor — 11 Julho 2021
A igreja católica queixa-se desde há décadas de “falta de vocações”: os seminários estão vazios, não há padres para as paróquias, as igrejas ficam às moscas. Não é difícil ver nisto um sinal dos tempos: a crença religiosa, remetida para o domínio íntimo de cada pessoa, não é vista como tendo qualquer papel na gestão da vida colectiva — papel este que todos os cidadãos atribuem aos poderes públicos. Mas eis que são agora os partidos políticos que se queixam de “falta de vocações” para o exercício desses poderes públicos.
Ponto de mira
Contra a corrente
Editor — 9 Junho 2021
A comunicação social nacional é hoje detida, como se sabe, por três ou quatro grandes grupos empresariais com raízes em várias áreas de negócios. A pressão exercida por tais monopólios sobre os conteúdos informativos é esmagadora — para os profissionais, mas sobretudo para o público.
Quem está do lado de cá dos jornais, das televisões ou das rádios não conhece os bastidores onde tudo se decide. Mas apercebe-se da parcialidade das notícias, da preferência dada a comentadores situacionistas, da colocação em lugares de destaque dos “colaboradores” mais fiéis, da omissão programada do que verdadeiramente diz respeito à vida colectiva, do país ou do mundo, e que poderia contribuir para mudar-lhe o rumo.
Ponto de mira
O teletrabalho como panaceia
Editor — 25 Novembro 2020
O teletrabalho parece ter-se tornado uma panaceia. Patrões, Governo e meios de comunicação, não só o promovem invocando razões sanitárias, como se empenham em exaltar-lhe supostas virtudes inovadoras — como se estivéssemos diante de uma revolução no mundo do trabalho. Quase se agradece à pandemia por vir obrigar a tamanho “progresso”.
Ponto de mira
As eleições nos Açores como amostra
Editor — 6 Novembro 2020
As eleições regionais nos Açores mostraram, uma vez mais, a tendência para a diminuição do peso relativo das forças do chamado bloco central PS-PSD. Na verdade, a perda da maioria absoluta que mantivera o PS à frente do governo regional (menos 7 pontos) não foi compensada pelo fraco crescimento do PSD (mais 3 pontos). Neste caso, porém, a deslocação do eleitorado dirigiu-se, quase exclusivamente, para a direita. A quebra da CDU e a estagnação do BE, por um lado, e o crescimento do Chega, do PPM e da Iniciativa Liberal, por outro lado, assim o mostram.
Ponto de mira
Parque jurássico
Editor — 30 Setembro 2020
A TSF reanimou um fóssil por alguns minutos, numa entrevista a Ferraz a Costa transmitida a 26 de Setembro. O homem, que foi presidente da CIP durante 20 anos, é presidente (pois claro) duma associação patronal chamada Fórum para a Competitividade. Além de gerir os negócios da família, do ramo farmacêutico (Iberfar), nunca se lhe conheceu actividade laboral propriamente dita. Fala do trabalho dos outros, como patrão.