“Credibilizar” a União Europeia, pretende o BE

Urbano de Campos — 26 Julho 2024

Deputada do BE integrou delegação da AR em visita oficial à Ucrânia, 2 e 3 de maio 2023

Em declarações recentes à TSF, a deputada europeia do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou-se contra aquilo a que chamou os “dois pesos e duas medidas” da União Europeia acerca das guerras na Ucrânia e em Gaza, e defendeu que a “União Europeia deve credibilizar-se internacionalmente”. Entenda-se: o peso e a medida “errados” a que Catarina Martins se refere respeita ao morticínio em Gaza, no qual a UE tem sido parte activa dedicando-lhe apenas vagas condenações morais. 


Gaza: os verdadeiros números do genocídio

Editor / Susan Abulhawa — 20 Julho 2024

Beit Lahia. norte de Gaza, 12 junho 2024. Até abril deste ano, tinham sido destruídos 360 mil edifícios

O número de mortos em Gaza em consequência directa ou indirecta do ataque militar de Israel pode situar-se entre 190 mil e 500 mil, muito acima dos perto de 39 mil até agora revelados. Estes números aterradores foram divulgados pela palestiniana Susan Abulhawa em 27 de junho na publicação The Electronic Intifada. O cálculo baseia-se em critérios absolutamente demonstráveis, decorrentes de valores comummente aceites para situações de guerra como a que Israel leva a cabo em Gaza.


França, uma vitória de curto fôlego

Manuel Raposo — 11 Julho 2024

A questão é saber se a travagem da extrema-direita conseguida a 7 de julho pode passar de episódica a definitiva. Manifestação reclamando uma frente popular, 10 de junho 2024

O “alívio” e a “surpresa” com que os resultados das eleições em França foram recebidos tanto na esquerda como nos meios do poder são a expressão mesma da fragilidade da vitória conseguida contra a extrema-direita e os fascistas. Se madame Le Pen e o seu manequim Bardella não tivessem colocado a fasquia demasiado alta, e tivessem apostado apenas em ganhar mais votos e deputados, poderiam muito bem estar a cantar vitória em vez de terem de justificar a tentativa frustrada de formar governo.


A União Europeia ainda existe?

Manuel Raposo — 19 Junho 2024

Casa Branca, 7 fevereiro 2022. Biden faz saber a Scholz que o Nord Stream 2 será destruído. “We will bring an end to it”

As forças políticas que têm dominado as instituições da União Europeia deram-se por muito satisfeitas por terem conseguido manter a maioria no parlamento nas recentes eleições de 6 a 9 de junho. Mas não podem mascarar o rebuliço político resultante do crescimento, em países fulcrais como a França ou a Alemanha, de partidos que se opõem à linha seguida por Bruxelas, nomeadamente no que respeita à condução da guerra na Ucrânia e à subordinação da UE aos ditames dos EUA. 


Todo o apoio à Intifada dos estudantes!

Urbano de Campos — 13 Maio 2024

Protestos pelo fim do genocídio em Gaza alastram nas faculdades

Enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, recusa considerar a mortandade em Gaza como genocídio, estudantes de várias faculdades organizam protestos pelo fim da guerra e contra Israel, seguindo o sinal de partida dado pelos estudantes norte-americanos da Universidade de Columbia. Na faculdade de Psicologia de Lisboa teve lugar um dos primeiros acampamentos, desmantelado pela polícia, com oito estudantes presos, a pedido da direcção da faculdade. Outros protestos verificaram-se no Porto e em Coimbra. Hoje, mais duas faculdades de Lisboa – Belas Artes e  Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova – foram ocupadas pelos estudantes.


O longo lastro do colonialismo

Manuel Raposo — 10 Maio 2024

Samora Machel proclama a independência de Moçambique. 25 de junho de 1975

Para uma boa compreensão das iniciativas políticas de Marcelo Rebelo de Sousa, é sempre bom considerar a sua ansiedade megalómana de ser o foco das atenções mediáticas e de se colocar à frente de toda a gente. As “reparações” devidas pelo passado colonialista de Portugal, de que ele falou há dias, levantando um calculado burburinho na nossa cena política, terá de ver-se também a esta luz pessoal – mas ficar por aí seria diminuir o sentido da questão. Para lá de tudo isso, há uma realidade nova que mexe sobretudo com a África e que a atitude de Marcelo não ignora. 


Crise ecológica, crise social, nova ordem mundial

Editor / O Comuneiro — 8 Maio 2024

É no Ocidente, em exclusivo, que existe uma criminosa doutrina militar que prevê o emprego de armas nucleares em primeira instância

Se o capitalismo é um resultado tão natural da evolução humana, porque foram necessárias violência sistemática e leis draconianas para o impor? A mesma questão pode estender-se aos acontecimentos do mundo de hoje, em que a decadência do capitalismo imperialista ameaça a vida das sociedades humanas, não apenas a prazo, com o desastre ambiental em curso, mas também no imediato, com os riscos latentes de guerra nuclear.


Crónica de um 25 de Abril diferente

Manuel Raposo — 28 Abril 2024

Uma resposta dada na rua aos avanços da direita. Lisboa, Avenida da Liberdade, 25A2024

O país foi palco de uma das maiores manifestações de repúdio pelo fascismo. Muitas centenas de milhares de pessoas comemoraram o 25 de Abril deste ano não apenas como uma evocação saudosa, mas como uma exigência de luta do momento presente. Foi a resposta, dada na rua, aos avanços da direita e da extrema-direita conseguidos nas urnas há mês e meio. Decididamente, o voto não é a arma do povo.


O nervo do 25 de Abril

Urbano de Campos — 25 Abril 2024

O Apelo da Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril retoma sem surpresa as mesmas ideias vagas de todo os anos, resumidas na frase: “alegria e confiança no futuro”. Não se poderia pedir mais a uma comissão que visa chamar o maior número de manifestantes ao desfile comemorativo. Mas, sem intenção de estragar a festa – em que empenhadamente participamos – , tem lugar perguntar como se pode “avançar na concretização dos direitos” da maioria, “combater as desigualdades” que crescem, ou melhorar a vida “dos que têm cada vez menos” sem pôr em causa o regime consolidado neste meio século.


O que se pode tirar do 10 de março

Manuel Raposo — 30 Março 2024

Os excluídos do “milagre económico”. Manifestação em Lisboa, janeiro de 2024

O resultado das eleições de 10 de março não pode ser entendido sem olhar para os frutos do acordo governativo de 2015 e para o que sucedeu nas eleições de 2019 e 2022. Em março passado deu-se o desenlace de um curso político já evidenciado nos últimos cinco anos – e não a inesperada “viragem à direita” que todos os comentários (inclusive da esquerda parlamentar) afectaram ver com surpresa. Os factores que produziram a vitória da direita, considerada em conjunto, e o apagamento da esquerda parlamentar estavam anunciados desde o final do primeiro governo de António Costa.


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