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23 Agosto 2024
Tópico: Liberdades
“1984” em 2024
Manuel Raposo — 23 Agosto 2024
Quando George Orwell escreveu o seu romance mais famoso, acredita-se, teria em mente caracterizar o regime estalinista, ou ter-se-ia inspirado nele ou naquilo que à época se dizia dele. Mas a qualidade e a perspicácia da obra, pode hoje constatar-se, ultrapassa em muito essa real ou suposta intenção dirigida à URSS de então. “1984”, quarenta anos depois, sobrevive como retrato do nosso dia a dia.
A hora dos chacais
Manuel Raposo — 31 Julho 2024
Quando confrontada com o ataque de Israel a Beirute, em 30 de julho, que matou um comandante do Hezbollah, a primeira declaração de Kamala Harris foi repetir o slogan “Israel tem direito a defender-se”. Horas depois, Israel matava pelo mesmo processo o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que se encontrava em Teerão. Numa frase, Kamala Harris disse tudo sobre si própria e a sua candidatura para quem queira entender como são as coisas: deu luz verde a Israel para prosseguir as provocações ao Líbano e ao Irão, mostrou que não se distingue do seu patrono Biden, e confirmou o interesse crucial dos EUA na guerra promovida pelos sionistas – tenha ela a extensão que tiver, arrisque o que arriscar e adopte os métodos que adoptar.
“Credibilizar” a União Europeia, pretende o BE
Urbano de Campos — 26 Julho 2024
Em declarações recentes à TSF, a deputada europeia do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou-se contra aquilo a que chamou os “dois pesos e duas medidas” da União Europeia acerca das guerras na Ucrânia e em Gaza, e defendeu que a “União Europeia deve credibilizar-se internacionalmente”. Entenda-se: o peso e a medida “errados” a que Catarina Martins se refere respeita ao morticínio em Gaza, no qual a UE tem sido parte activa dedicando-lhe apenas vagas condenações morais.
Gaza: os verdadeiros números do genocídio
Editor / Susan Abulhawa — 20 Julho 2024
O número de mortos em Gaza em consequência directa ou indirecta do ataque militar de Israel pode situar-se entre 190 mil e 500 mil, muito acima dos perto de 39 mil até agora revelados. Estes números aterradores foram divulgados pela palestiniana Susan Abulhawa em 27 de junho na publicação The Electronic Intifada. O cálculo baseia-se em critérios absolutamente demonstráveis, decorrentes de valores comummente aceites para situações de guerra como a que Israel leva a cabo em Gaza.
França, uma vitória de curto fôlego
Manuel Raposo — 11 Julho 2024
O “alívio” e a “surpresa” com que os resultados das eleições em França foram recebidos tanto na esquerda como nos meios do poder são a expressão mesma da fragilidade da vitória conseguida contra a extrema-direita e os fascistas. Se madame Le Pen e o seu manequim Bardella não tivessem colocado a fasquia demasiado alta, e tivessem apostado apenas em ganhar mais votos e deputados, poderiam muito bem estar a cantar vitória em vez de terem de justificar a tentativa frustrada de formar governo.
Todo o apoio à Intifada dos estudantes!
Urbano de Campos — 13 Maio 2024
Enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, recusa considerar a mortandade em Gaza como genocídio, estudantes de várias faculdades organizam protestos pelo fim da guerra e contra Israel, seguindo o sinal de partida dado pelos estudantes norte-americanos da Universidade de Columbia. Na faculdade de Psicologia de Lisboa teve lugar um dos primeiros acampamentos, desmantelado pela polícia, com oito estudantes presos, a pedido da direcção da faculdade. Outros protestos verificaram-se no Porto e em Coimbra. Hoje, mais duas faculdades de Lisboa – Belas Artes e Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova – foram ocupadas pelos estudantes.
Crónica de um 25 de Abril diferente
Manuel Raposo — 28 Abril 2024
O país foi palco de uma das maiores manifestações de repúdio pelo fascismo. Muitas centenas de milhares de pessoas comemoraram o 25 de Abril deste ano não apenas como uma evocação saudosa, mas como uma exigência de luta do momento presente. Foi a resposta, dada na rua, aos avanços da direita e da extrema-direita conseguidos nas urnas há mês e meio. Decididamente, o voto não é a arma do povo.
EUA assentam arraiais em Gaza. Para quê?
Editor / Monica Moorehead / Manlio Dinucci — 21 Março 2024
O frenesim diplomático do governo norte-americano a respeito da Palestina só pode ser visto como uma cortina de fumo. O genocídio sem disfarce que está a ter lugar em Gaza arruína a imagem dos EUA no Médio Oriente e em todo o mundo. Mas, mesmo assim, o imperialismo não pode prescindir do aliado israelita. Por isso, os EUA, ao mesmo tempo que não desfalecem no envio de armas para Israel, promovem uma irrisória campanha dita “humanitária” de socorro à população faminta de Gaza com o único fito de salvar a face.
Artistas europeus querem Israel fora da Eurovisão
Editor / Fausto Giudice — 20 Março 2024
O festival da canção da Eurovisão não é, seguramente, um campo de batalha de primeiro plano. Mas porque há-de Israel ter mais um palco oferecido à sua propaganda, como se o estado sionista fosse uma entidade normal, e como se o genocídio em Gaza não estivesse a acontecer? E por que hão-de as autoridades europeias mais uma vez dar largas à sua revoltante hipocrisia, a pretexto de que não misturam cultura(?) com política?
Conhecer alguns dos apoios do Chega
Editor / Redes Sociais — 7 Março 2024
Quem apoia e financia o Chega merece ser nomeado. Não que o mesmo não deva ser feito com todos os demais partidos, mas a capa de virtude saneadora com que se cobre o dr. Ventura é, na situação presente, um logro que tem de ser revelado. Sabe-se, por exemplo, das formas enviesadas como o CDS chegou a ser financiado, sabe-se que os grandes grupos empresariais repetem abundantes e regulares donativos ao PSD e ao PS. A marca dos interesses de classe que se perfilam por trás destes apoios é clara, mesmo se pouco divulgados.