Tópicos
- Aos Leitores (20)
- Breves (968)
- Cartas (44)
- Cultura (42)
- Economia (157)
- Editorial (76)
- Efeméride (51)
- Liberdades (519)
- Mundo (893)
- País (1371)
- Política (1377)
- Sociedade (260)
- Trabalho (449)
- Tribuna (15)
- Ver-Ouvir-Ler (37)
Links
Número de consultas:
(desde 7 Outubro 2007)
Última actualização do site:
18 Novembro 2025
Tópico: Mundo
Londres e Pedrógão Grande
Urbano de Campos — 30 Junho 2017
No incêndio em Londres que fez arder como uma tocha um prédio de apartamentos com 24 andares, morreram quase 80 pessoas. Em Pedrógão Grande, num dos maiores fogos florestais de que há registo, morreram mais de 60 pessoas. Em Londres, os 600 habitantes atingidos eram quase todos imigrantes e descendentes de imigrantes e ficaram sem nada. Em Pedrógão, as centenas de pessoas das aldeias isoladas, onde os bombeiros mal podem chegar, não eram ricas e muitas perderam tudo.
Num caso como noutro as causas dos fogos terão sido naturais: um curto-circuito num frigorífico, e um raio que incendiou uma árvore. Não há portanto a desculpa útil da “mão criminosa”.
Repressão e xenofobia avançam na Europa
Carlos Completo — 23 Junho 2017
A grave crise económica que atinge o capitalismo a nível mundial, os problemas criados pelas muitas centenas de milhares de imigrantes que aportaram e aportam ao continente europeu (em grande parte fugidos das guerras desencadeadas e alimentadas pelo imperialismo ocidental), assim como as acções terroristas do chamado Estado Islâmico, são factores poderosos que servem de pretexto aos governos europeus para a adopção de medidas securitárias que afectam grave e diariamente o campo dos direitos sociais e humanos dos cidadãos.
A “preocupação” da União Europeia com a Venezuela
Manuel Raposo — 5 Junho 2017
A União Europeia aprovou em 15 de Maio, numa reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, uma declaração sobre a situação na Venezuela em que, com falas mansas, procura uma espécie de “internacionalização” da luta política que se trava no país. O argumento, bem explicitado pelo seráfico ministro português Santos Silva, é este: como vivem na Venezuela muitos cidadãos oriundos de países europeus, a crise “também diz directamente respeito à União Europeia”.
Mesmo apelando a “ambas as partes” para evitarem a violência, a UE não deixa de apoiar a principal exigência política da oposição de antecipação de eleições — quando no próximo ano terão lugar eleições presidenciais, como estabelece a constituição do país.
Mais dinheiro para a NATO?
Pedro Goulart — 30 Maio 2017
Na cimeira da NATO, recentemente realizada em Bruxelas, Donald Trump acusou “23 dos 28” países membros desta Organização de não cumprirem as suas “obrigações financeiras”, avisando que 2% do Produto Interno Bruto “é o mínimo” exigível para reforçar a defesa colectiva. E afirmou que tal “não é justo para as pessoas e contribuintes dos Estados Unidos”, salientando que algumas destas nações “devem massivas quantidades de dinheiro dos últimos anos”. Trump referia-se ao compromisso, assumido na cimeira desta organização imperialista, em 2014, de, no espaço de uma década, todos os aliados destinarem 2% do respectivo PIB a despesas militares.
Guterres com Trump ao lado de Israel
Manuel Raposo — 27 Maio 2017
Dias depois da proeza de censurar a denúncia do apartheid israelita contra a população palestina (ver texto “Gueterres ajoelhado”, aqui publicado em 2 de Abril), o secretário-geral da ONU António Guterres, discursando a 23 de Abril no Congresso Mundial Judaico, em Nova Iorque, fez uma verdadeira profissão de fé na defesa de Israel.
Quando milhares de prisioneiros palestinos estão em greve de fome, declarou-se “na primeira linha contra o antissemitismo”. Ignorando o desrespeito sistemático de Israel pelas resoluções da ONU, afirmou que Israel deve ser tratado “como qualquer outro” estado. Desprezando a sabotagem israelita à formação de um estado palestino, defendeu “o direito inegável” à existência de Israel. Condenou o “discurso de ódio” antissemita, escondendo o discurso de ódio dos sionistas contra os palestinos. Fugindo de tratar os temas quentes, não disse palavra sobre o recente ataque militar de Israel ao aeroporto de Damasco nem sobre as ameaças ao Irão.
Continua a luta dos trabalhadores gregos
18 Maio 2017
Ontem, 17 de Maio, foi levada a cabo a primeira greve geral de 2017 na Grécia. A paragem generalizada verificou-se no dia em que o parlamento grego iniciou a discussão de um pacote de leis para fechar a segunda revisão do programa de resgate, que inclui um corte nas pensões a partir de 2019 e subidas de impostos a partir de 2020.
Os sindicatos baptizaram esta medida de “quarto memorando” por se tratar de ajustes adicionais, não previstos no terceiro resgate, que se aplicarão quando terminar o programa actual.
A greve foi apoiada pelos controladores aéreos e por trabalhadores do metro, autocarros, eléctricos e do transporte ferroviário.
Os hospitais apenas disponibilizaram serviços mínimos, já que os médicos e pessoal hospitalar estão em greve de 48 horas, que se prolonga até hoje, quinta-feira.
Também os reformados e sectores autónomos, como médicos do privado, engenheiros e advogados se uniram à mobilização.
Igualmente, os sindicatos convocaram manifestações para Atenas e outras cidades de maior dimensão no país, exigindo o fim da austeridade e a devolução dos direitos roubados. Houve vários confrontos entre a polícia e os manifestantes.
Mais de 1500 presos palestinos em greve de fome
Urbano de Campos — 17 Maio 2017
Entre 1500 e 2000 palestinos detidos nas prisões israelitas entraram em greve de fome a 17 de Abril, exigindo o fim dos maus tratos a que são sujeitos e reclamando condições de detenção dignas, de acordo com as regras do direito internacional. Liberdade e Dignidade é a bandeira do movimento.
O protesto responde a um apelo lançado inicialmente por Maruan Barguti, um dos líderes da Fatah da Cisjordânia, preso desde 2002 e condenado por Israel a cinco penas de prisão perpétua por ter organizado e conduzido as Intifadas de 1987 e 2000. Negociações feitas nas próprias prisões entre militantes da Fatah e do Hamas estabeleceram um acordo para esta greve de fome conjunta, depois aprovada pelos dirigentes políticos da Cisjordânia e de Gaza.
O sangue da manada
6 Maio 2017
Os manejos da União Europeia sobre o défice e a dívida pública não se destinam só a Portugal. Pela mesma altura que o holandês Dijsselbloem lançava a suas atoardas contra os países do sul (como bom colonialista que vê nos índios e nos negros apenas preguiçosos), o alemão Schauble punha a hipótese de colocar a Grécia fora do euro (como se a expulsasse do Espaço Vital alemão). Ou isso ou, mais “reformas”, disse ele.
Tais “reformas”, depois de tudo o que já foi “reformado” na Grécia, só poderiam significar destroçar a sociedade grega e reduzir os gregos a escravos.
Talvez porque comece a ver que esta via das “reformas” está esgotada, Schauble já admite a possibilidade de afastar a Grécia do euro. Porquê?
Guterres ajoelhado
Manuel Raposo — 2 Abril 2017
Durou menos do que seria de esperar a anunciada “nova era” da ONU, com o recém-eleito secretário-geral António Guterres à frente. Dois meses depois de ter tomado posse, Guterres viu-se confrontado com um relatório publicado sob responsabilidade da Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental, um organismo da ONU liderado pela jordana Rima Khalaf, de que fazem parte 18 países árabes, que acusava Israel de praticar apartheid contra a população palestina. “Israel estabeleceu um regime de ‘apartheid’ que domina o povo palestino como um todo”, dizia o texto.
Cedendo, sem apelo e sem resistência, às pressões dos EUA e de Israel — que não se fizeram esperar — Guterres mandou retirar o relatório do site da ONU. Recusando-se a aceitar a decisão, Rima Khalaf demitiu-se em protesto.
A chantagem prossegue
Pedro Goulart — 26 Março 2017
Quem já se esqueceu dos avisos, das pressões e das ameaças da Comissão Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu que pairaram sobre Portugal durante a elaboração e a execução do OE 2016? E a propósito do OE 2017? As cúpulas da troika nunca digeriram bem a actual solução governativa portuguesa, apesar desta não extravasar o quadro do sistema capitalista. Mesmo agora, depois de conhecido o défice do OE 2016 (2,1% do PIB, abaixo das exigências da UE) e de Portugal ir, consequentemente, sair em breve do “procedimento por défice excessivo”, significativa e ameaçadoramente Wolfgang Schauble acena-nos com eventuais novos resgates e o BCE, de Mário Draghi, defende a aplicação de multas ao nosso país, por “desequilíbrios macroeconómicos”.