Tópicos
- Aos Leitores (20)
- Breves (968)
- Cartas (44)
- Cultura (42)
- Economia (154)
- Editorial (76)
- Efeméride (50)
- Liberdades (508)
- Mundo (884)
- País (1364)
- Política (1363)
- Sociedade (252)
- Trabalho (446)
- Tribuna (15)
- Ver-Ouvir-Ler (37)
Links
Número de consultas:
(desde 7 Outubro 2007)
Última actualização do site:
23 Abril 2025
Tópico: Economia
Chamem-lhe austeridade ou não
Manuel Raposo — 12 Maio 2020
Em duas entrevistas dadas à televisão e à rádio, o ministro da Finanças fez questão de vincar repetidamente que a crise económica em que o país e o mundo caíram é um produto da pandemia e não da própria lógica económica. Disse mesmo que, no seu entender, a curva da economia acompanhará a curva da pandemia, isto é, recuperará em paralelo com a retoma das condições de saúde.
Neste discurso, a crise actual passa por ser um mero hiato (“que ninguém previa” e para o qual “ninguém estava preparado”) no fluxo normal dos negócios — e que, mais logo, tudo retomará o andamento a partir do ponto em que se estava, mais coisa menos coisa.
A Europa, falecida de coronavírus
António Louçã — 11 Abril 2020
O body count de vítimas do novo coronavírus ainda vai longe do fim, mas entre as mais proeminentes destaca-se a União Europeia. A certidão de óbito, sem se assumir ainda como tal, foi emitida pela reunião do Eurogrupo de 9 de Abril, ao aprovar o pacote de medidas para responder à pandemia. Com isso, disseram os ministros da Finanças europeus, pretendiam lançar uma boia de salvação aos países que se debatem para não ir ao fundo. Se era uma boia, era de chumbo. Quem levar com ela, mais depressa se afoga.
Um detonador da crise potenciado pelo lucro
Claudio Katz (*) — 3 Abril 2020
A crise económica mundial aprofunda-se a um ritmo tão vertiginoso como a pandemia. Já ficou para trás a redução da taxa de crescimento e a travagem brusca do aparelho produtivo chinês. Agora, caiu o preço do petróleo, colapsaram as Bolsas e o pânico instalou-se no mundo financeiro.
Há quem sugira que o desempenho aceitável da economia foi abruptamente alterado pelo coronavírus. Também estimam que a pandemia pode provocar o reinício de um colapso semelhante ao de 2008. Mas nessa ocasião foi imediatamente visível a culpa dos banqueiros, a gula dos especuladores e os efeitos da desregulação neoliberal. Agora, só se discute a origem e as consequências de um vírus, como se a economia fosse mais um paciente afectado pelo terramoto sanitário.
A crise viral à luz da crise do capital
Manuel Raposo — 24 Março 2020
Vai ser fácil atribuir ao coronavírus a crise económica que está em curso. Os propagandistas de serviço já lhe chamam “a crise do covid-19”. Mas, como em química, é preciso distinguir os reagentes dos catalizadores. A emergência criada com a epidemia viral veio apenas precipitar o que já se desenhava e que os observadores mais atentos previam desde, pelo menos, há meses.
Superavit: a mistificação do ‘bem comum’
Urbano de Campos — 29 Dezembro 2019
Já foi dito quase tudo sobre o superavit que o Governo prevê no Orçamento do Estado para 2020: que é dinheiro dos contribuintes e devia ser investido em apoios sociais, que (como propõe o Governo) deverá abater a dívida chamada pública para aliviar encargos do Estado, que deveria ser aplicado de forma produtiva, etc. Mas este debate “político-económico” corre o risco de esconder a opção mais funda que determina tanto a decisão do Governo como a concordância do patronato — e o porquê da convergência de uma e outra.
Nova crise? Velho problema
Manuel Raposo — 5 Setembro 2019
Em tom ligeiro e de passagem — talvez para poderem vir a dizer “nós alertámos” — o primeiro-ministro e o presidente da República referiram recentemente a possibilidade de uma nova crise económica e financeira mundial. Para sossegar os espíritos, fizeram crer que, nessa eventualidade, o país estaria “mais bem preparado” em resultado quer da “maior robustez” das finanças públicas, quer da nova lei do trabalho — como se isso fosse barreira a um vendaval como o que se desencadeou em 2008. São declarações tão tranquilizantes como o são os comprimidos para dormir.
Tarifas de Trump colidem com a produção capitalista globalizada
Fred Goldstein (*) — 17 Julho 2019
O governo de Trump está preso entre a política chauvinista de grande potência, super-imperialista, do “América primeiro”, por um lado, e a divisão capitalista do trabalho no mundo, por outro lado. A cada passo, a contradição entre a propriedade privada capitalista e a produção socializada mundial torna-se um obstáculo ao próprio capitalismo. Em particular, os interesses globais do imperialismo norte-americano e da estrutura económica global do capitalismo mundial hoje contradizem fortemente as metas políticas do governo de Trump.
Pinochet no Egipto
3 Julho 2019
A “reforma económica” feita no Egipto, em 2016, pela ditadura do general Sisi, com a “ajuda” do FMI, foi glorificada por comentadores financeiros como o mais atractivo caso de reforma do Médio Oriente, da África e da Europa de Leste, e o país declarado como o mercado emergente mais fogoso do mundo. O afluxo de capitais externos em busca de juros fáceis (garantidos manu militari, como no Chile de Pinochet) tomou conta de boa parte da dívida do país: em 2018 a parcela dessa dívida nas mãos de estrangeiros subiu 20% em relação ao ano anterior e a tendência mantém-se em 2019. O reverso desta realidade,
Problema “tecnológico”
15 Junho 2019
“Por cada sete empregos destruídos pelas novas tecnologias, apenas se cria um novo”. A afirmação é do economista espanhol Santiago Niño Becerra, numa entrevista à televisão de Espanha, Maio 2019. Este dado desmente a afirmação, repetida pelos apóstolos do capitalismo, de que “a tecnologia destrói emprego, mas cria outros que agora não existem”. Cria outros, de facto, mas a um ritmo, pelos vistos, sete vezes inferior ao da destruição. Esta evolução, que para a sociedade capitalista é uma dor de cabeça no plano social (que fazer com tanta gente afastada do processo produtivo e do consumo?), é todavia um sinal positivo na perspectiva de uma sociedade futura livre do capitalismo.
A marcha sem retorno da desigualdade
Urbano de Campos — 29 Maio 2019
O assunto não constitui novidade, mas é uma confirmação que vale a pena trazer a lume. Um centro de pesquisa ligado à Escola de Economia de Paris publicou no ano passado um relatório sobre a desigualdade no mundo por país (1). As conclusões desmentem os axiomas do chamado liberalismo económico que faz carreira nos EUA e também na Europa, e que em Portugal parece querer singrar por via de formações partidárias de recente criação, como a Aliança de Santana Lopes ou a Iniciativa Liberal do economista Ricardo Arroja.