Tópico: Mundo

Homenagem à Catalunha

António Louçã — 21 Outubro 2017

referendo-catalunha-6Com este título, George Orwell evocou em páginas cintilantes a sua participação na milícia do POUM durante a guerra civil espanhola. A Catalunha de que falava era diferente da que vemos hoje: a Catalunha proletária, que em 18 de Julho de 1936 cercou as tropas golpistas, fuzilou os generais conjurados, ocupou e colocou em autogestão as fábricas abandonadas pelos patrões. E era também a Barcelona que, nas jornadas de Maio de 1937, se encheu de barricadas, contra a tentativa policial de retomar o controlo da central telefónica.
Hoje, a Catalunha volta a ser um exemplo, não tanto por um independentismo burguês que em todo o século XX conduziu a becos sem saída, mas pela luta de massas que bateu o pé à prepotência madrilena. Além de exemplo, a Catalunha é um catalisador de soluções potenciais para alguns dos mais intrincados problemas do nosso tempo.


A Catalunha e a “democracia” espanhola

Pedro Goulart — 23 Setembro 2017

catalunha_manifO comportamento do governo de Madrid, dirigido por Mariano Rajoy, e com a cumplicidade dos outros partidos espanholistas assim como dos média do sistema, face à vontade dos catalães decidirem em referendo sobre a sua independência, é mais uma demonstração de como os dirigentes da democracia burguesa são capazes de recorrer a todos os meios, mesmo ilegais ou ilegítimos, quando são postos em causa os seus interesses de classe.
Sob a capa da legalidade, a 12 dias do referendo para a independência da Catalunha, e servindo-se do aparelho jurídico burguês do estado espanhol (o mesmo aparelho que foi usado para a repressão dos militantes independentistas bascos e suas famílias) o governo de Madrid desencadeou uma vasta operação repressiva sobre a região, que nos faz lembrar velhas acções autoritárias do estado centralista sediado em Madrid.


Terror “branco”

13 Setembro 2017

As autoridades do Reino Unido anunciaram a detenção, em princípio de Setembro, de quatro membros de um grupo neonazi entre os quais estão militares no activo. São suspeitos de estarem a preparar atentados terroristas no país, diz a polícia. Se os indivíduos fossem árabes ou muçulmanos, não faltariam vozes a falar num “confronto de civilizações” visando destruir a “nossa democracia” e o “nosso modo de vida”.


Tropas portuguesas para o Afeganistão

Pedro Goulart — 10 Setembro 2017

afeganistãoSegundo a agência Lusa (com fonte no Ministério da Defesa), o governo português estaria a “negociar” com a NATO o envio, em 2018, de uma força militar para o Afeganistão. A força portuguesa a enviar seria composta maioritariamente por militares do Exército e teria dimensão equivalente ao contingente que Portugal retirou do Kosovo em Maio passado. Logo no mês seguinte, o ministro Azeredo Lopes, solícito, apressava-se a afirmar em Bruxelas, na sede da NATO, que há da parte de Portugal “uma disponibilidade total”, admitindo a possibilidade de juntar a “força de reacção rápida e a formação e o treino, em torno dos 170 homens”, a enviar para onde a NATO considerasse necessário.


Uma chacina mantida sob silêncio

Urbano de Campos — 29 Agosto 2017

Mossul_reduxQuando a Rússia e a Síria mataram civis ao expulsar as forças da Al Qaeda de Aleppo, políticos e meios de comunicação dos Estados Unidos gritaram “crimes de guerra”. Mas o bombardeio liderado pelos Estados Unidos contra Mossul, no Iraque, recebeu uma resposta diferente, salienta Nicolas Davies (*), jornalista e activista norte-americano. No artigo de que publicamos largos extractos (**), o autor alerta para a campanha de mistificação conduzida pelo poder e pela comunicação social no sentido de esconder do público as dimensões da chacina que está a ser cometida. Uma campanha que começa nos EUA mas se prolonga pelos média servis de quase todo o mundo ocidental. Portugueses incluídos, claro.


O centurião exemplar

22 Agosto 2017

Donald Trump enviou a Espanha as condolências da praxe pelo atentado de Barcelona e prometeu ajudar naquilo que pudesse. A “ajuda” seguiu na forma de outro tweet em que convidava os espanhóis a estudarem o exemplo do general norte-americano John Pershing. Pershing participou na guerra entre os EUA e a Espanha, em finais do século XIX, na qual os norte-americanos roubaram Cuba e as Filipinas ao império espanhol.
Conta-se que este ídolo de Trump mandou executar guerrilheiros filipinos muçulmanos (“terroristas”, claro, que resistiam à ocupação militar norte-americana) com balas tingidas com sangue de porco. Diz Trump exultante: “Não houve mais terror radical islâmico durante 35 anos!”. Verdade ou não,


Povos europeus vão pagando

Manuel Raposo —

camarasvigilanciaComo seria de esperar, o atentado de Barcelona deu azo a mais uma frenética campanha dos estados europeus em prol da aplicação de mais medidas securitárias e de limitação das liberdades cívicas. No meio da arenga habitual, foram insistentemente focados por comentadores e “especialistas”, em concerto, dois tópicos: um, a acusação (repetida por Marcelo e Costa) de que os atentados terroristas visam “destruir o nosso modo de vida democrático”, renovando assim a tese imperialista do “choque de civilizações”; e, outro, que é preciso ir mais longe na “integração” das comunidades islâmicas na Europa.


A loucura está num sistema fautor de guerras

António Louçã — 16 Agosto 2017

trumpO presidente norte-americano respondeu ao desenvolvimento de um míssil balístico pela Coreia do Norte prometendo-lhe, em caso de novas ameaças, “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. É uma tentação ver no alucinado inquilino da Casa Branca um perigo de Armagedão nuclear “como o mundo nunca viu”. Mas o problema tem raízes mais fundas.
Quando Donald Trump ameaça com uma hecatombe de proporções inéditas, ele está a dizer concretamente que está disposto a causar uma devastação muito superior à de Hiroshima e Nagasaki. Se não for mais uma fanfarronada trumpiana, é uma declaração de intenções genocidas, colocando na mira do Pentágono milhões de civis inocentes da Coreia do Norte, que não têm culpa de quem os governa ou deixa de governar.


Jornalismo isento… de vergonha

2 Agosto 2017

O Congresso dos EUA aprovou novas sanções contra a Rússia, em mais um capítulo da novela sobre a suposta interferência dos serviços secretos russos nas eleições presidenciais norte-americanas. Donald Trump, que teria sido o beneficiário da marosca, e apesar das suas promessas de boas relações com a Rússia, disse-se disposto a aprovar a medida. Em resposta, o presidente russo Vladimir Putin anunciou a expulsão de 750 funcionários diplomáticos norte-americanos. Comentando esta decisão russa, o correspondente da RTP em Moscovo, Evgueni Muravich, desvalorizou a razão invocada por Putin e sentenciou que a expulsão se deve ao facto de Putin precisar de um “inimigo externo” para manter os níveis de popularidade e agregar os russos em torno da sua política. Ora aqui está


As mentiras sobre o Afeganistão

Manuel Raposo — 26 Julho 2017

SYRIA-CONFLICTA NATO “estuda” o envio mais “alguns milhares” de tropas para o Afeganistão, disse o seu secretário-geral. Trata-se de mais uma pressão dos EUA no sentido de envolver os comparsas da Aliança numa guerra sem fim — já lá vão 16 anos — e que tem evoluído negativamente para as potências imperialistas, com ganhos territoriais para os Talibã e crescentes baixas entre as forças ocidentais. Antes do ataque ordenado por Bush em 2001, já James Carter tinha iniciado a intervenção norte-americana a pretexto da “invasão soviética”. Vale a pena conhecer a verdadeira história desta guerra que resumimos a partir de um artigo publicado pelo jornal comunista norte-americano Workers World.


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