França: uma população em estado de alerta

François Pechereau — 27 Novembro 2010

grevefrance2.jpgDesde a aprovação da lei do presidente Sarkozy relativa à alteração das reformas, a participação nas movimentações de protesto tornou-se menos importante. E, no entanto, há muito tempo que não se via em França uma mobilização de massas tão importante. Cada dia de manifestação reunia milhões de pessoas (até três milhões no auge dos protestos): as fábricas bloqueadas, as refinarias e postos de combustíveis fechados, o lixo não recolhido, as pontes e os pontos estratégicos das cidades cortados.
Os grevistas conseguiram, desde há alguns anos, utilizar técnicas eficazes, quase cirúrgicas, de intervenção, que – com muito poucos recursos – bloquearam o país muito rapidamente.


O crivo

26 Novembro 2010

As brutais medidas anti-sociais do Orçamento do Estado para 2011 foram aprovadas pela desavergonhada partidocracia PS/PSD. Não houve, portanto, chantagem entre o PS e o PSD. Houve sim, mais uma vez, uma chantagem de ambos contra a maioria do sacrificado e explorado povo português. As monstruosas medidas anti-sociais de Sócrates e Passos Coelho vão ter dois crivos: a Assembleia da República, primeiro, e a revolta popular, depois… FB


Todo o apoio à greve geral!

24 Novembro 2010

portinari_a_greve.jpg1. Passo a passo, o patronato e o poder vão impondo aos trabalhadores mais pobreza: menos emprego, menores salários, mais baixo poder de compra, pior saúde, pior educação, menos apoios sociais.

Uma sociedade que promete um futuro pior que o presente não serve!
O capitalismo mostra-se incapaz de responder às necessidades de progresso da população – em Portugal, na Europa e no mundo. É esta a lição principal a tirar do marasmo da economia e das crises sucessivas que, de ano para ano, afundam as condições de vida dos trabalhadores.
O progresso, sob o capitalismo, é hoje uma miragem. Aos trabalhadores interessa um sistema económico e uma organização social de onde sejam banidos o lucro, a exploração do trabalho, a apropriação privada da riqueza – os verdadeiros causadores das crises e da degradação da vida social.


Sair do beco

23 Novembro 2010

O movimento para a greve geral de 24 de Novembro ganha peso, com greves parciais e adesões de diversos sectores. Pode vir a ser o maior protesto de sempre. Mas é preciso dizer que a falta de resultados práticos dos inúmeros protestos já realizados desmoraliza muitos trabalhadores, que não vêem o rumo político do país mudar. O que tem faltado às múltiplas greves e manifestações não tem sido a força para reclamar mudanças políticas – tem sido a força para as impor.

Os trabalhadores parecem, assim, prisioneiros de uma alternativa sem saída: um PS que já mostrou o que pode fazer pelo patronato, mas que ensaia agora uma máscara “de esquerda” diante das propostas radicais do PSD; e um PSD mensageiro declarado de políticas que visam sem rebuço o empobrecimento dos assalariados.
Este ciclo vicioso só existe enquanto não houver força da parte dos trabalhadores para recusarem pagar a crise e oporem-se de forma maciça às imposições patronais. É para começar a criar esta força que a greve geral será importante.


O regabofe

22 Novembro 2010

Foi dito que 630 mil portugueses estão com dívidas aos bancos. Porque é que o Banco de Portugal e o ministério das Finanças não divulgam a evasão fiscal e as dívidas da banca ao Estado? Se o Banco Central Europeu empresta dinheiro à banca a 1%, porque é que a banca empresta depois a Portugal a mais de 6%? É a especulação capitalista defendida pela partidocracia PS/PSD/CDS. Os serventuários do capitalismo sabem que a execução do orçamento para 2011 vai ser uma fraude porque o sistema financeiro não vai pagar os impostos devidos ao Estado. FB


Um longo lastro de razões para a greve geral

Urbano de Campos — 22 Novembro 2010

greve_geral.jpgDe repente, alguém inventou que “vivemos acima das nossas posses” e que se torna por isso “urgente fazer sacrifícios” – e a ideia fez carreira. Os destinatários exclusivos destas mensagens são os trabalhadores, a quem se exige mais produção com menores salários e menor consumo – para que as empresas, diz-se, sejam mais “competitivas” e possam “de futuro”, assim se promete, criar novos empregos.
Tudo isto assenta numa mentira: o capitalismo está em crise porque não consegue vender tudo o que produz; a competição entre capitais aumenta por isso mesmo, levando as empresas a quererem lucrar mais com menos gastos e com menos mão-de-obra, agora e no futuro. O fito das políticas de “sacrifícios” é, pois, o de embaratecer à bruta a força de trabalho e o seu resultado é o empobrecimento da massa trabalhadora assalariada.


“Poucas expectativas” sobre a nova estratégia

Manuel Raposo — 20 Novembro 2010

lajescimeira.jpgEm declarações feitas à Lusa em 13 de Novembro, o Comandante Operacional dos Açores, tenente general Alfredo Cruz, manifestou “poucas expectativas quanto ao novo conceito estratégico da NATO” porque “a sua principal razão de ser, um inimigo, desapareceu”, desde o fim do Bloco de Leste e a dissolução do Pacto de Varsóvia.


Dois terços do gastos militares mundiais são dos países da NATO

Pedro Goulart — 20 Novembro 2010

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Segundo dados divulgados em Junho deste ano pelo Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo (SIPRI), só em 2009 os gastos militares em todo o mundo atingiram 1,5 biliões (milhão de milhões) de dólares. O valor representa um aumento de 5,9% em relação aos gastos de 2008.
E a perspectiva de gastos é de mais crescimento para 2010. “O governo britânico investiu um total de 15 mil milhões de dólares em operações militares no Afeganistão até Março de 2010. E, para 2010-2011, estão destinados mais 4 mil milhões”, refere Sam Perlo-Freeman, director de um projecto sobre gastos militares do SIPRI.


A estratégia da aranha

Paulo Esperança — 18 Novembro 2010

aranha_web.jpgO novo conceito estratégico da NATO – a debater e aprovar hoje e amanhã, na Cimeira de Lisboa – foi apresentado em 17 de Maio deste ano por um grupo de doze especialistas liderado pela ex-secretária de Estado de Bill Clinton, Madeleine Albright (1), membro do “clandestino” Grupo de Bildeberg e da Trilateral.
O último modelo estratégico da Nato remonta a 1999, ou seja, antes da “campanha” do Afeganistão, da invasão do Iraque em Março de 2003, dos ataques aos EUA em 11 de Setembro de 2001, de todo o desenvolvimento social que tem gerado mudanças de “cor política” na América Latina, da afirmação do Irão, da instabilidade latente em várias ex-repúblicas da antiga União Soviética.

A definição do novo conceito estratégico da NATO estará claramente influenciada pela “actualização” que, sob a administração Obama, os EUA produziram relativamente ao seu próprio conceito estratégico. O anterior estabelecia que as forças armadas dos EUA deveriam estar aptas a disputar vitoriosamente duas guerras simultâneas (perderam as duas em que se envolveram, Iraque e Afeganistão). O actual estabelece que devem estar aptas a disputar uma multiplicidade de ameaças em qualquer parte do mundo e que, para isso, devem contar com as parcerias estratégicas – UE, ONU, etc.


Uma máquina de terror

Pedro Goulart — 18 Novembro 2010

natonao1.jpgA NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) é uma organização político-militar imperialista criada em 1949, pretensamente com o objectivo de se opor ao chamado Bloco Socialista e defender o “mundo livre”. Foi formada de início por 12 países, dois norte-americanos (EUA e Canadá) e dez europeus (França, Itália, Reino Unido, Luxemburgo, Bélgica, França, Holanda, Noruega, Islândia e Portugal). Pouco depois integrou a Alemanha, a Grécia e a Turquia.
Só em 1955, o então Bloco de Leste havia de contrapor-lhe outra organização político-militar, com a criação do Pacto de Varsóvia.


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