NATO não!
“Poucas expectativas” sobre a nova estratégia
Manuel Raposo — 20 Novembro 2010
Em declarações feitas à Lusa em 13 de Novembro, o Comandante Operacional dos Açores, tenente general Alfredo Cruz, manifestou “poucas expectativas quanto ao novo conceito estratégico da NATO” porque “a sua principal razão de ser, um inimigo, desapareceu”, desde o fim do Bloco de Leste e a dissolução do Pacto de Varsóvia.
Mas nem por isso o tenente general perde a noção da importância do seu território de comando: os Açores e a base das Lajes são, na sua óptica, uma “importantíssima base de apoio para a projecção de poder (dos EUA, bem entendido) para o Médio Oriente e para África”.
Alfredo Cruz refere que os países europeus membros da Aliança não se têm mostrado dispostos, no grau em que os norte-americanos desejariam, a envolver-se em acções de guerra e a aumentar os orçamentos militares. Estes desajustes, diz o tenente general, “vem causando algum mal-estar entre os dois lados do Atlântico”.
É o problema de todas as associações de malfeitores: o interesse comum leva-os a unir-se; mas a concorrência leva-os a brigar.