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18 Novembro 2025
Ponto de mira
A liberdade não está a passar por aqui
Editor — 20 Fevereiro 2023
O presidente da República não achou melhor maneira de marcar o primeiro aniversário da guerra na Ucrânia do que condecorar o seu colega Zelensky com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade.
Não nos devemos espantar. Um regime que assinalou recentemente a morte de Adriano Moreira como se ele tivesse sido um dos maiores vultos da política nacional — sem dizer uma sílaba sequer sobre o seu passado colonialista e fascista, nunca retractado — um regime assim define-se a si mesmo, e dele se pode esperar tudo.
O que nos dizem as sondagens sobre a guerra
Urbano de Campos — 12 Fevereiro 2023

Sondagens de opinião feitas ao longo do ano passado desmentem que a população europeia esteja de alma e coração com a política da UE e da Nato a respeito da Ucrânia, como a monocórdica e esmagadora propaganda oficial pretende fazer crer. Ao contrário, revelam uma percentagem muito significativa de pessoas que se manifestam pelo fim rápido da guerra, mesmo que a Ucrânia tenha de ceder território. Esta posição tende a aumentar com o agravamento dos efeitos económicos do conflito e das sanções, e ganha maior expressão sobretudo entre as classes sociais com menores rendimentos.
Imigrantes mortos? Foi um azar…
Editor / MAR – Movimento Anti-Racista — 10 Fevereiro 2023

O incêndio que, no centro de Lisboa, matou dois imigrantes e feriu mais catorze foi motivo para todas as lamentações e condolências imagináveis por parte dos poderes públicos: Junta de Freguesia, Câmara Municipal, Presidência da República, Governo. Esta tragédia, no entanto, apenas veio pôr a descoberto uma situação de todos conhecida: a miséria e a marginalização em que a mão-de-obra imigrante é mantida.
Até quando a guerra vai ser tabu?
Manuel Raposo — 3 Fevereiro 2023

Dezenas de jornalistas e opinadores gastaram horas de comentários sobre a recente entrevista televisiva do primeiro-ministro. Escalpelizaram tudo: inflação, aplicação dos fundos europeus, dívida pública, luta dos professores, demissões no Governo, escândalos na TAP. Mas, apesar de todo este afã analítico, ninguém teve a ousadia de trazer à baila a questão da guerra na Ucrânia no que respeita à posição do Governo e do Estado. António Costa deu-se assim ao luxo de mencionar de passagem a guerra como mais um incidente “inesperado”, a par da pandemia ou da inflação, como coisa com que ninguém estaria a contar e que, como um golpe de vento, veio perturbar o bom rumo da governação.
Ponto de mira
Cruzada moralizadora
Editor — 21 Janeiro 2023
Como o PS faz a política de que o patronato precisa de momento, a direita não tem política que se veja. A política do Governo é esta: calar a boca aos pobres e assalariados com umas migalhas, enquanto o Estado paga a colossal dívida dos privados com dinheiro público, ao mesmo tempo que os abastece de capital fresco, gratuitamente e a rodos, com as verbas do PRR.
Sem política própria, resta à direita a intriga e o trabalho de sapa. O surto de denúncias de corrupção, de incompatibilidades, de “falta de ética”, etc. — de parte a parte, entre as forças do poder e adjacências — apenas revela de forma concentrada e em catadupa a corrupção e o compadrio de que se alimentam as classes dominantes.
Subitamente, o nazismo ucraniano deixou de existir…
Urbano de Campos — 6 Janeiro 2023

A desvalorização que o mundo ocidental, empenhado até às orelhas no apoio à Ucrânia, faz do nazismo ucraniano é, simultaneamente, um sinal da debilidade das suas convicções democráticas e uma demonstração de falta de princípios na guerra que conduz contra a Rússia. Quando recentemente o ministro russo Lavrov lembrou de novo que um dos objectivos da ofensiva russa iniciada em 24 de fevereiro era a desnazificação da Ucrânia, choveram os costumeiros argumentos da troika EUA-UE-Nato de que tudo não passava de um pretexto da Rússia para desencadear a operação militar.
Desta vez, ninguém disse “Je suis kurde”
Manuel Raposo — 31 Dezembro 2022

O atentado a tiro que, na semana passada, em Paris, matou três curdos e feriu outros tantos suscitou a indignação da comunidade curda imigrada em França e desencadeou enormes manifestações de protesto. A reacção das autoridades francesas seguiu o padrão regimental nestas coisas: dar o acto como resultado do desvario de um indivíduo desequilibrado e, deste modo, inocentar a sociedade francesa e descartar hipóteses de conspiração que levem às raízes políticas do problema.
Lições da instabilidade política na América Latina
Editor / John Catalinotto — 14 Dezembro 2022

A guerra na Ucrânia concita todas as atenções políticas do momento. Especialmente para as populações europeias, as razões são fáceis de entender: um conflito militar ao pé da porta, escassez de bens, carestia, aumento da pobreza, ataque ao Estado Social. Mas as atenções do imperialismo, concretamente dos EUA, não se ficam pela Ucrânia ou a Europa. Recentes ataques aos regimes políticos do Peru, da Argentina e do México mostram que os EUA não desistem facilmente da ideia prepotente de que o Continente é um seu quintal.
Ponto de mira
Notas sobre a pequena política
Editor — 1 Dezembro 2022
Nunca a agitação partidária do país pareceu tão intensa como quando, em final de março, se formou um governo com a possibilidade, pelo menos formal, de durar quatro anos. A “estabilidade” que as classes dominantes reclamavam a cada passo — contra a “instabilidade” atribuída aos governos ditos da Geringonça — deu lugar, afinal, logo após as eleições de janeiro, a uma espécie de pânico mal contido. Que parece durar até hoje.
A guerra num ponto de viragem?
Manuel Raposo — 21 Novembro 2022

As informações divulgadas nos últimos dias sobre a guerra na Ucrânia, apesar de fragmentárias e mesmo contraditórias, parecem apontar num sentido: os EUA estarão a pressionar os dirigentes ucranianos para aceitarem negociações com a Rússia. A confirmar-se, será uma viragem significativa da posição dos EUA e do Ocidente em relação ao curso do conflito — aparentemente dando razão às posições de países como a Turquia ou a China, que sempre advogaram uma solução negociada, mas também a Hungria ou a Sérvia que resistiram à política europeia e norte-americana de sanções contra a Rússia e de lançar achas na fogueira.