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Tópico: Sociedade
Justiça: isto não vai com limpa-nódoas
Manuel Raposo — 10 Março 2020
A preocupação de Catarina Martins com a má imagem da Justiça chega a ser comovente. Em vez de ver nos casos de corrupção recentemente revelados a ponta de um iceberg, o espelho de um mal de fundo, o exemplo prático de um sistema que funciona para os poderosos, que é manipulado pelos poderosos — em vez disso o BE esforça-se por ajudar a limpar a nódoa que ficou a descoberto.
Eutanásia: pela livre decisão de cada um
Urbano de Campos — 2 Março 2020
Como é bom de ver, o que esteve em causa na discussão sobre a despenalização da eutanásia não foi o “direito” de matar alguém, mas sim o direito de cada um decidir sobre a sua própria vida em situações limite. Tão só. A mistificação que sobre isso se fez, por parte de igrejas e confissões religiosas diversas e de organizações políticas, só mostra o propósito de tais forças manterem a sua tutela moral sobre cada um dos cidadãos.
O vírus do capitalismo
António Louçã — 10 Fevereiro 2020
Será preciso assentar a poeira para se entender quais, na discussão sobre a pandemia do coronavírus, são afirmações cientificamente comprováveis e quais são apenas instrumentais para manter o business as usual do capitalismo. Uma coisa é certa: as enérgicas medidas de emergência que qualquer autoridade de saúde pública teria tomado imediatamente para travar a contaminação foram inibidas pela ponderação dos danos que causariam aos lucros dos accionistas de companhias aéreas, de multinacionais da área do turismo e entretanto já de quase todas as outras.
José Mário Branco
20 Novembro 2019
Da via artística de José Mário Branco falam sobretudo as canções, os concertos, as obras editadas, as produções feitas com outros artistas. E ainda a sua vasta colaboração em acções políticas e em actos de solidariedade, desde os anos de emigrado aos agitados tempos do Portugal libertado da ditadura. Esse é o legado que vai ficar, em registo físico e em testemunhos.
Mas cumpre realçar também o que tende a ser esquecido, ou deixado num plano de sombra. Apesar de ter dito de si próprio que nunca foi um político, José Mário Branco foi sempre, à sua maneira, um militante político. Desde cedo terá visto que é a acção política (mesmo através de canções e concertos) a alavanca da transformação social. Intervir foi, por isso, o seu impulso permanente.
Cimeira do Clima em tom de farsa
Urbano de Campos — 25 Setembro 2019
A farsa mundial montada à volta da adolescente sueca Greta Thunberg chegou ao cume com o discurso patético que a jovem fez em Nova Iorque, na Cimeira da Acção Climática. De lágrima teatral e voz embargada, “acusou” os dirigentes mundiais de não fazerem “o suficiente”. Uma reclamação à medidas das conveniências: é preciso que o mundo inteiro acredite que a solução sairá das mãos dos dirigentes mundiais e de dentro do próprio sistema que eles cuidam em manter.
Problema “tecnológico”
15 Junho 2019
“Por cada sete empregos destruídos pelas novas tecnologias, apenas se cria um novo”. A afirmação é do economista espanhol Santiago Niño Becerra, numa entrevista à televisão de Espanha, Maio 2019. Este dado desmente a afirmação, repetida pelos apóstolos do capitalismo, de que “a tecnologia destrói emprego, mas cria outros que agora não existem”. Cria outros, de facto, mas a um ritmo, pelos vistos, sete vezes inferior ao da destruição. Esta evolução, que para a sociedade capitalista é uma dor de cabeça no plano social (que fazer com tanta gente afastada do processo produtivo e do consumo?), é todavia um sinal positivo na perspectiva de uma sociedade futura livre do capitalismo.
Joe Berardo: um alvo fácil
Manuel Raposo — 20 Maio 2019
O clamor que se levantou, da esquerda à direita, contra Joe Berardo tem tudo de moralista. Por isso mesmo, não toca sequer no fundo (social, político, económico, de classe) em que um tal fulano se move. O que alarma os defensores das instituições é o facto de a boçalidade do homem espelhar a podridão em que vivemos, e poder suscitar por isso uma indignação que atinja toda a estrutura social e desacredite o regime aos olhos da massa popular.
Faltou dizer: “Je suis Macron”
Manuel Raposo — 20 Abril 2019
O incêndio da catedral de Notre Dame deu campo a um exercício exaltado e enjoativo de nacionalismo francês e europeu. O “símbolo da cristandade” medieval serviu para glorificar, de modo sub-reptício, o sentido imperial da Europa do século XXI, de que a burguesia francesa não abdica. E como esse símbolo não se pode perder, Macron declarou logo — no seu tom caricato de imperador menor — que dentro de cinco anos teremos uma catedral “ainda mais bela”!
Chamar os bois pelos nomes
António Louçã — 11 Março 2019
Nas discussões sobre a violência doméstica, não há dúvidas sobre quem é quem. À direita, aparece-nos um partido – o Vox espanhol – a reclamar o desagravamento das penas previstas para a violência de género. Da esquerda vêm as propostas mais incisivas para combater esse tipo de violência. Mas há surpresas.
Surpreende, por exemplo, que na acesa polémica sobre o juiz Neto de Moura, o PCP recuse criticar o juiz, a pretexto de não querer “individualizar”.
Não se enxergam…
4 Março 2019
Nuno Severiano Teixeira foi ministro da Administração Interna e da Defesa em governos do PS. É professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa e Visiting Professor na Georgetown University, Washington. Escreve para a imprensa na qualidade de fazedor de opinião. Um destes dias, escreveu no Público 103 linhas de texto em que repete as maiores vacuidades de qualquer banal notícia acerca da cimeira de Hanói entre Trump e Kim. Destas 103 linhas usa, a abrir, 42 para nos dar a saber que frequenta “o barbeiro mais famoso de Washington” o qual “corta o cabelo a embaixadores e generais, senadores e Presidentes”. E explica: “Como o preço é módico, é lá que costumo cortar o cabelo”.
Exemplares destes,