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9 Outubro 2025
Tópico: País
Interesses imperialistas acima da pandemia
Manuel Raposo — 21 Abril 2020
As vozes que, acreditando nas ameaças de Trump, davam conta do fim próximo da NATO, revelam-se precipitadas. O mesmo para as que acreditaram na retirada do imperialismo norte-americano dos cenários de conflito militar. O mesmo ainda para quem pensou que a crise sanitária global traria alguma trégua ao mundo.
Pelo contrário, está a tornar-se claro que para os dirigentes norte-americanos a preocupação dos povos com a pandemia é a ocasião óptima para incrementarem as ameaças militares e quiçá tentarem “resolver” alguns dos impasses dos últimos anos.
A imprensa no turbilhão da pandemia
Urbano de Campos — 16 Abril 2020
No dia 2 deste mês, directores de jornais e revistas lançaram um apelo público contra a difusão electrónica, que se tornou geral e aumentou com as medidas de confinamento, das edições desses mesmos jornais e revistas. Chamam eles “pirataria” e “crime” a essa difusão, que acusam de pôr em causa a “sustentabilidade da imprensa em Portugal”. Juram bater-se por “informação credível” e pela difusão dos “melhores conteúdos”. E explicam aos leitores que “Para conseguirmos manter a qualidade precisamos da sua colaboração no combate à pirataria”. A colaboração que pedem aos leitores resume-se a isto: se querem ler, paguem.
Um espelho
Editor — 19 Março 2020
Como um jornal alemão denunciou e o governo de Merkel confirmou, os EUA tentaram comprar o exclusivo de uma vacina contra o coronavírus em estudo na Alemanha. O negócio terá fracassado pela intervenção das autoridades alemãs, mas é, ainda assim, revelador do ponto a que pode chegar a ambição de uma potência imperialista na sua competição com as demais.
Requisição civil. Agora é a vez dos capitalistas
António Louçã — 12 Março 2020
Quando fazem greve os enfermeiros, os professores,os estivadores, os motoristas de matérias perigosas, foi-se tornando um hábito acusá-los de irresponsabilidade, por negarem ao conjunto da sociedade a prestação de serviços essenciais. E, vai daí, o Governo tem usado e abusado da definição de “serviços mínimos” (na verdade máximos), e tem mesmo recorrido à requisição civil contra os e as grevistas. A pandemia do novo coronavírus coloca na ordem do dia a necessidade de aplicar uma requisição civil verdadeiramente em prol da sociedade toda, desta vez contra os capitalistas que querem manter os negócios de sempre ou tentam mesmo aproveitar-se da emergência para fazer negócios de ocasião.
Justiça: isto não vai com limpa-nódoas
Manuel Raposo — 10 Março 2020
A preocupação de Catarina Martins com a má imagem da Justiça chega a ser comovente. Em vez de ver nos casos de corrupção recentemente revelados a ponta de um iceberg, o espelho de um mal de fundo, o exemplo prático de um sistema que funciona para os poderosos, que é manipulado pelos poderosos — em vez disso o BE esforça-se por ajudar a limpar a nódoa que ficou a descoberto.
Eutanásia: pela livre decisão de cada um
Urbano de Campos — 2 Março 2020
Como é bom de ver, o que esteve em causa na discussão sobre a despenalização da eutanásia não foi o “direito” de matar alguém, mas sim o direito de cada um decidir sobre a sua própria vida em situações limite. Tão só. A mistificação que sobre isso se fez, por parte de igrejas e confissões religiosas diversas e de organizações políticas, só mostra o propósito de tais forças manterem a sua tutela moral sobre cada um dos cidadãos.
O ‘bom senso’ do presidente
António Louçã — 18 Fevereiro 2020
Em reacção às acusações do Governo venezuelano contra a TAP e o Governo de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa veio dizer que o Estado português sempre se tem comportado perante a crise na Venezuela com “serenidade, bom senso e racionalidade”. Ignora assim, cinicamente, o beco sem saída onde o zelo pró-americano colocou o Governo de António Costa.
Zeloso ministro, zeloso governo
Manuel Raposo — 18 Janeiro 2020
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva (e, com ele, o Governo), não se atreveu a abrir a boca quando os EUA, num acto de terrorismo de Estado, em violação de todas as normas internacionais, assassinaram em 3 de Janeiro o general iraniano Qassim Suleimani — que ia negociar um acordo de paz com a Arábia Saudita.
O ministro (e, com ele, o Governo) deixou assim de lado todos os preceitos das relações internacionais que, noutras circunstâncias, jura defender, como seja a Carta das Nações Unidas, que Portugal está obrigado a respeitar e fazer respeitar.
Santos Silva, sem vergonha, atreveu-se a abrir a boca dias mais tarde, a 8 e 10 de Janeiro, para condenar a retaliação do Irão contra bases dos EUA no Iraque. O acto de guerra criminoso dos EUA foi, portanto, coisa pacífica para o ministro. Mas a resposta, legítima, esperada, previamente anunciada e sem efeitos letais do Irão foi inaceitável.
Primeiro orçamento pós-geringonça
E não se pode chumbá-lo?
António Louçã — 6 Janeiro 2020
A chantagem de António Costa para impor um orçamento anti-popular é, mais uma vez, o papão da direita, que voltaria ao poder se a esquerda votasse contra. Voltaria mesmo? Seria precisa muita ingenuidade e cobardia política para acreditar nesse automatismo e capitular perante a chantagem. A alternativa é a luta, que pode perder-se, mas que se perde sempre quando não se tenta.
Superavit: a mistificação do ‘bem comum’
Urbano de Campos — 29 Dezembro 2019
Já foi dito quase tudo sobre o superavit que o Governo prevê no Orçamento do Estado para 2020: que é dinheiro dos contribuintes e devia ser investido em apoios sociais, que (como propõe o Governo) deverá abater a dívida chamada pública para aliviar encargos do Estado, que deveria ser aplicado de forma produtiva, etc. Mas este debate “político-económico” corre o risco de esconder a opção mais funda que determina tanto a decisão do Governo como a concordância do patronato — e o porquê da convergência de uma e outra.