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Tópico: Mundo
Jornalismo e poder
Uma técnica que vem de longe
Rui Pereira — 1 Julho 2008
Sem prejuízo de, em breve, aqui se dar uma visão desta técnica tal como é utilizada hoje pela comunicação social, eis um exemplo de como o discurso – neste caso, os títulos – de um jornal da época vai acompanhando, dia a dia, a evolução da relação de forças na política francesa.
Primeiro, os factos. Em 1815, no curto período de 12 dias, Napoleão Bonaparte, então forçado ao exílio na ilha de Elba, evade-se, regressa a França, reagrupa as forças que lhe são fiéis e avança rapidamente para Paris. Aí, nas Tulherias, retomará o poder para o que ficou conhecido como os “Cem Dias” (após os quais seria de novo destituído e desterrado para a ilha de Santa Helena, onde acabaria por morrer).
Comida é o que não falta. Dossiê sobre a crise alimentar (II)
100 milhões à morte
Manuel Raposo — 30 Junho 2008
Em poucos meses a subida dos preços dos bens alimentares colocou milhões de pessoas em todo o mundo na condição de famintos. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) 100 milhões de pessoas podem morrer sobretudo na América Latina, em África e na Ásia.
Os preços de bens alimentares vêm a subir desde 2000 mas desde 2006 foi a escalada, coincidindo com o início da crise do crédito imobiliário nos EUA. O arroz mais que triplicou; o trigo, o milho e a soja mais que duplicaram.
As consequências são incomparavelmente mais graves para os pobres. Enquanto as populações mais ricas gastam de 10 a 30% dos seus rendimentos na alimentação, os pobres gastam de 60 a 90%. A carestia é catastrófica para os quase 3 mil milhões de pessoas (perto de metade da população mundial) que subsiste com menos de 1,50 € por dia.
Comida é o que não falta. Dossiê sobre a crise alimentar (I)
Falta de alimentos ou falta de dinheiro para os comprar?
João Bernardo — 28 Junho 2008
Em termos globais, não há hoje no mundo escassez de alimentos. A primeira grande revolução económica do capitalismo operou-se na agricultura e não na indústria. Há seis séculos atrás, na zona mais densamente urbanizada da Europa só cerca de 5% da população vivia nas cidades e os restantes 95% viviam nos campos. Isto significa que eram necessários 95% da população para prover à subsistência da totalidade da população. O capitalismo inverteu esta proporção. Hoje, nos países mais desenvolvidos bastam menos de 5% da população para produzir alimentos que não só chegam para satisfazer todos os habitantes destes países mas que ainda são exportados em enormes quantidades. Nos primeiros tempos do capitalismo, foi este colossal crescimento da produtividade agrícola que libertou força de trabalho para a indústria e para os serviços. Depois estes ramos de actividade começaram a acelerar-se uns aos outros e os progressos das indústrias mecânica e química permitiram melhorar ainda a produtividade agrícola.
Zimbabwe
As falsas escolhas do costume
José Mário Branco — 27 Junho 2008
O circo internacional, ONU incluída, em torno das eleições presidenciais no Zimbabwe é mais um momento esclarecedor da hipocrisia e do desplante das grandes potências, dos dois pesos-duas medidas que sistematicamente aplica na política internacional conforme os seus interesses de domínio.
Editorial
União a golpe
26 Junho 2008
O Tratado Constitucional europeu é um passo na unificação política do capitalismo do Velho Continente. Três pontos são chave: criar o cargo de presidente da União; designar um ministro dos Negócios Estrangeiros; e revogar as regras de decisão a favor dos centros capitalistas mais poderosos.
A Europa dos patrões precisa desta couraça institucional para enfrentar os seus competidores mundiais; e para disciplinar as centenas de milhões de trabalhadores que o esbater de fronteiras vai colocando lado a lado.
Suíça
O capital que nos espreita
António Louçã — 24 Junho 2008
Era um punhado de jovens, activistas da associação ATTAC em Lausanne, que tinha decidido investigar as actividades de uma das grandes multinacionais suíças: a Nestlé. O tema não era inocente, porque não se tratava de ver como eram feitas papinhas para criar bebés sorridentes, rosados e gordinhos. Da investigação não iria resultar um cliché de publicidade sobre a empresa que mata a fome às crianças do mundo.
Pelo contrário: tudo levava a crer que a Nestlé ficaria mal na fotografia, que a sua voracidade pelos lucros poderia ser relacionada com a destruição de recursos naturais, com a perseguição de sindicalistas latino-americanos, e em especial com a política de privatização da água.
A directiva da vergonha
M. Gouveia — 23 Junho 2008
Depois de ter sido aprovada por unanimidade pelos ministros dos Assuntos Internos europeus, foi agora aprovada pelo Parlamento Europeu a chamada Directiva do Retorno, que pretende harmonizar, a nível comunitário, as regras para o repatriamento de imigrantes ilegais. Com 369 votos a favor, entre os quais 34 “socialistas”, um deles português (Sérgio Sousa Pinto). Das 109 abstenções, 49 também foram de “socialistas”.
Basta um olhar por alguns artigos para ficarem claros a hipocrisia e o cinismo desta directiva e a razão por que é chamada a “directiva da vergonha”.
O “percalço referendário”
Abençoada Irlanda!
José Mário Branco — 16 Junho 2008
António Esteves Martins, em reportagem na RTP, exprimiu, como é seu papel, o ponto de vista das classes dominantes europeias. Sabemos que o “não” irlandês ao tratado europeu é o resultado dos votos conjugados da direita nacionalista e da esquerda independente contra uma versão maquilhada da “constituição” europeia chumbada há 3 anos na França e na Holanda. Mas Esteves Martins diz tratar-se de um mero “percalço referendário” que urge ultrapassar “com inteligência, habilidade e determinação”.
Banditismo no mar alto
Guardian / VoltaireNet / MV — 10 Junho 2008
Os Estados Unidos da América preparam-se afanosamente para esvaziar a prisão de Guantánamo com vistas ao seu próximo encerramento. Nesse sentido, o Pentágono e a CIA já organizaram um vasto sistema de centros de tortura e de prisões secretas, em condições ainda piores.
Este facto é revelado pela associação de juristas britânicos Reprieve, a mesma a quem se deve a recente denúncia pormenorizada acerca dos voos secretos da CIA.
As antenas da democracia (4)
Da repressão individualizada à vigilância de massas
João Bernardo —
Em edições anteriores do Mudar de Vida (*) divulguei as informações mais significativas de um artigo sobre vigilância electrónica publicado em The Economist de 29 de Setembro de 2007. Concluo agora com alguns comentários.
Um dos aspectos que distingue a espionagem levada a cabo pelas velhas ditaduras da colossal operação de recolha de informações prosseguida pelas actuais democracias é a aceitação popular.