Tópico: Mundo

O “projecto europeu” realmente existente

Manuel Raposo — 1 Agosto 2016

Cameron-BrexitSó a evolução próxima (e não tão próxima) dos acontecimentos pode dizer exactamente quais os efeitos do referendo que decidiu a saída do Reino Unido da União Europeia. Mas o certo é que um abalo está já em curso, quer no plano político e partidário, quer no plano económico. No entanto, mais do que causa da agitação que se propaga à Europa e ao mundo, a viragem na Grã-Bretanha é sintoma da instabilidade que atinge o planeta, e da incapacidade das burguesias dominantes para debelarem a crise em que o capitalismo se vê atascado desde 2008.


A Turquia e o síndroma de Salomé

António Louçã — 25 Julho 2016

ErdoganNum mundo em que os direitos humanos continuam a impregnar o discurso politicamente correcto, o contragolpe de Erdogan vem recordar-nos como é precário o direito de asilo, como ele se joga cinicamente à mesa do póquer geoestratégico e como as cabeças oferecidas em bandeja continuam a ser contrapartida de vantagens obtidas nesse póquer.

No momento de escrever estas linhas, o Departamento de Estado norte-americano continua a deixar em aberto a possibilidade de oferecer a Erdogan a muito reclamada cabeça do exilado Fetullah Güllen. A este, de pouco serve ter repudiado o falhado putsch militar. O seu destino depende de outras negociações que algum dia um novo Wikileaks exporá aos olhos do mundo.


Algumas citações do novo capelão-mor do Exército israelita

António Louçã — 17 Julho 2016

RabinoEKO rabino Eyal Karim tem-se distinguido pela crueza do discurso. A imprensa liberal israelita, embaraçada com a sua nomeação, diz agora que se trata de um erro de casting, facilmente evitável se o Estado-Maior que o nomeou tivesse feito uma rápida pesquisa no Google. Não houve tal erro: Karim é o condensado mais fiel do pensamento e da prática do Exército de ocupação.


Que saída?

29 Junho 2016

O referendo no Reino Unido (tal como antes várias eleições europeias) confirmam um fenómeno de fundo que se vem repetindo na Europa: boa parte das classes médias tendem a virar costas aos tradicionais partidos do centro e enjeitam as suas propostas políticas. No caso do referendo, uma maioria de britânicos abandonou Conservadores e Trabalhistas e apoiou, em última análise, as posições da extrema-direita.

Os votos podem ter destinos diferentes. Mas as causas do desarranjo são as mesmas: a crise capitalista atinge, depois do proletariado, as próprias classes pequeno e médio burguesas, aproximando parte delas da condição precária dos proletários. E é isso que elas recusam. Por isso, as respostas políticas que esperam se confinam aos limites do sistema social capitalista, procurando apenas reformá-lo — nuns casos pela direita, noutros pela “esquerda”.


Papéis do Panamá: que é feito do assunto?

22 Junho 2016

Jornalistas ditos impolutos, média ditos de referência, entre nós particularmente o Expresso e a TVI, gente dita muito determinada a investigar a corrupção, fizeram da divulgação inicial dos chamados Papéis do Panamá um folhetim que quase todos dias nos entrava pela casa dentro. Mas recordemos que estes Papéis foram entregues ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação(ICIJ), sediado em Washington (EUA) e financiado,entre outras, por fundações ligadas aos Rockefellers, Soros, Ford, Jewish Community Federation e Microsoft.
Porque o jornalismo está em crise e a tabloidização prossegue


Mercenários do capital que nos governam

Pedro Goulart — 9 Junho 2016

Eurogrupo_lagarde Nos últimos meses prosseguiu forte o assédio a Portugal e ao governo de António Costa por parte da gente da CE, do BCE e do FMI, os mesmos que, nos últimos anos, em conjugação com o governo PSD/CDS, muito contribuíram para tornar mais difícil a vida dos trabalhadores e do povo português. Porque os média ao serviço do patronato fazem de megafone permanente da propaganda das classes dominantes, e nunca é demais denunciar estas situações, destacamos, para memória presente e futura, algumas dessas entidades e personagens.


EUA atentos e activos

Manuel Raposo — 6 Maio 2016

dilma-e-obamaA Administração Obama está seguramente atenta aos acontecimentos no Brasil e não longe deles. Motivos não faltam ao imperialismo norte-americano para desejar ardentemente uma viragem política no Brasil.
Desde logo porque, dado o peso político e económico do país, isso significaria o começo de uma viragem no curso seguido pela América Latina nas últimas décadas (Venezuela, Bolívia, Equador, mas também Chile, Argentina, Uruguai), nada favorável aos interesses norte-americanos.


Brasil: um golpe à paisana

Manuel Raposo — 26 Abril 2016

BrasilpobrezaO carnaval montado na Câmara dos Deputados brasileira, a que todo o mundo pôde assistir em directo na noite de 17 de Abril, não pode ter outro nome que não seja o de um golpe de Estado — palaciano, no caso. A corte de deputados e de juízes sustentada pelo erário publico e pela corrupção descarada confabulou-se para impugnar a presidente e para afastar o Partido dos Trabalhadores do poder. Isto, a ninguém escapa por mais voltas que se dê ao assunto. A pergunta que resta à esquerda é saber por que razão Dilma, Lula e o PT chegaram ao ponto de serem corridos por um bando de malfeitores, aparentemente com a maior das facilidades. E qual vai ser a resposta dos trabalhadores e dos pobres.


EUA “comemoram” aniversário da invasão do Iraque com ataque aéreo à Universidade de Mossul

17 Abril 2016

UniMossul_antesEntre 19 e 22 de Março, a força aérea dos EUA bombardeou a Universidade iraquiana de Mossul, causando dezenas de mortos e feridos civis. O ataque, desencadeado sob o pretexto de que o Estado Islâmico procedia ao fabrico de bombas nas instalações da Universidade, foi iniciado três dias antes dos atentados de Bruxelas e não mereceu qualquer destaque na comunicação social ocidental. Pode mesmo dizer-se que foi simplesmente ignorado — a melhor forma de tornar “inexistentes” para a opinião pública os actos de terror maciço praticado pelas exemplares democracias europeias e norte-americana.
O mesmo não se passa com as vítimas e em geral no mundo árabe. A iraquiana Souad Al-Azzawi, professora e investigadora em engenharia geológica e ambiental, difundiu nas redes sociais os seguintes testemunhos sobre o ataque, dando conta da barbaridade dos EUA e da revolta das populações atingidas.


O folhetim do Panamá

Pedro Goulart — 14 Abril 2016

papeis-do-panama-ali-baba_cropAs revelações diariamente vindas a público a partir dos chamados Papéis do Panamá são claramente orientadas e ocupam grande parte do espaço informativo e de debate. Até agora não nos têm surpreendido: limitam-se a revelar alguma coisa do que já sabíamos ou pressentíamos sobre as múltiplas e habituais operações financeiras de muita gente das classes dominantes. Só os distraídos podem estar seriamente indignados.


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