Tópicos
- Aos Leitores (20)
- Breves (968)
- Cartas (44)
- Cultura (42)
- Economia (158)
- Editorial (76)
- Efeméride (51)
- Liberdades (519)
- Mundo (893)
- País (1373)
- Política (1379)
- Sociedade (261)
- Trabalho (451)
- Tribuna (15)
- Ver-Ouvir-Ler (37)
Links
Número de consultas:
(desde 7 Outubro 2007)
Última actualização do site:
26 Dezembro 2025
Iraque, Afeganistão, NATO
Manuel Raposo — 2 Outubro 2010
A recente retirada do grosso das tropas norte-americanas do Iraque deve ser vista por dois lados: a situação do Iraque e a situação no Afeganistão. De facto as duas guerras estão estreitamente relacionadas, tanto por serem ambas made in USA, como pelo facto (é bom não esquecer) de Obama ter feito do Afeganistão a sua “guerra justa”.
A questão do Iraque não fica resolvida com esta retirada. Desde logo, porque continuam no território 50 mil tropas, com funções de garantir a permanência do governo fantoche e servir de força de recurso se as coisas descambarem. Depois, porque o rasto de destruição e de crimes cometidos nos mais de sete anos de guerra não se apaga – e as indemnizações que são devidas pelos EUA não podem passar à história. Depois ainda, porque o Iraque não voltou a ser um país independente e soberano. E finalmente porque, enquanto os EUA teimarem em excluir as forças da Resistência Iraquiana de uma solução política, o país não terá sossego.
Quem ganha e quem perde
30 Setembro 2010
No último ano, o número de empregados com remunerações líquidas acima de 3 mil euros cresceu 26,7%, diz o Instituto Nacional de Estatística. Trata-se de uma minoria (32 mil pessoas) que não chega a 1% do total dos trabalhadores por conta de outrem. Ao contrário, também no último ano, os que ganham menos de 600 euros (37,4% dos trabalhadores por conta de outrem, perto de 1 milhão e meio de pessoas) viram os seus postos de trabalho diminuir 4,7% (menos 70 mil empregos).
Mais uma farsa
30 Setembro 2010
A corrupção e tráfico de influências na compra de dois submarinos no valor de mil milhões de euros investigados pelo ministério público alemão deviam, também em Portugal, pôr Durão Barroso e Paulo Portas como arguidos no processo. Dura Lex, sed lex é uma farsa: a justiça é dura para os fracos e mole para os fortes. FB
Hoje, 29 Setembro: greves gerais, jornadas de luta, manifestações
Trabalhadores europeus, uni-vos!
Urbano de Campos — 29 Setembro 2010
Os números que temos vindo a publicar sobre o aumento dos despedimentos em Portugal retratam a razia sem precedentes que se verifica no emprego. O mesmo acontece em Espanha, com valores ainda mais altos. E o mesmo também na Europa e nos EUA.
Espanha e Portugal ocupam o primeiro e o quarto lugar deste desgraçado ranking europeu com mais de 20% e 11% de desempregados, respectivamente. Na média, o valor passa dos 18% para o conjunto da Península, ou seja mais de 5,3 milhões de pessoas.
Simultaneamente, na grande maioria dos países afectados, o desemprego continua a crescer a par de uma (apesar de débil) recuperação económica – o que aponta para uma conclusão óbvia: a recuperação dos negócios capitalistas está a fazer-se à custa da eliminação de postos de trabalho.
Espanha
Boas razões para a greve geral
País paralisa amanhã, dia 29, na jornada europeia de luta
Manuel Raposo — 28 Setembro 2010
Um estudo elaborado pelo Gabinete Técnico da Federação do Comércio Hotelaria e Turismo das Comisiones Obreras (central sindical espanhola) dá conta da evolução dos salários em Espanha na última década e meia. E mostra como muitas das conclusões não valem só para Espanha. Mais um argumento para a greve geral marcada para 29 de Setembro.
A primeira constatação é que o significativo aumento do produto interno bruto (PIB) nos anos de crescimento económico não foi acompanhado pelo crescimento dos salários. Nos 15 anos que vão desde 1994 a 2008 o PIB cresceu cerca de 50% e os activos financeiros perto de 100%; mas o salário médio não chegou a crescer 2% e os subsídios médios de desemprego reduziram em cerca de 30%. Deste modo, o peso dos salários na produção anual retrocedeu.
Este processo, diz o estudo, é comum a quase todas as economias capitalistas e significa uma apropriação crescente dos frutos do trabalho por parte do capital.
Editorial
Trabalhar mais?
27 Setembro 2010
Mário Soares gosta de vir a público, em momentos escolhidos, fazer papel de bom conselheiro. Em 14 de Setembro falou à TSF sobre a situação “grave” do país, rematando a conversa com esta pérola: “Não basta descer uma avenida e gritar que se quer mais salários. É preciso saber de onde é que o dinheiro vem”.
Claro que não foi para incentivar os trabalhadores a lutarem mais e de outras formas que Soares falou. O que ele pretendeu, com ar de papa, foi desvalorizar os protestos e as manifestações de rua, e insinuar que a solução está em trabalhar mais para que haja “mais dinheiro”.
Antecipou-se evidentemente à jornada de luta de 29 de Setembro, dando-a como inútil e desmotivando os trabalhadores de nela participarem.
Casa Pia: sentença para o “lado errado”
Manuel Raposo — 26 Setembro 2010
Que os agora condenados no caso Casa Pia clamem inocência não admira. O que admira (ou não…) é que toda a comunicação social lhes dê publicidade sem limites. Como que a justificar este alinhamento pelos réus, o director de informação da RTP atreveu-se mesmo a pôr em causa a sentença por não ter produzido, acha ele, uma “certeza serena”! A campanha é tal que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e a administração da RTP se sentiram na necessidade de vir a terreiro pedir moderação.
Alemanha
O banqueiro terrorista
António Louçã — 24 Setembro 2010
Thilo Sarrazin passou subitamente do quase-anonimato para o estatuto de símbolo político. Sujeito a procedimentos disciplinares no emprego e no partido, suspenso da direcção do Bundesbank e da militância no SPD, as sondagens atribuem-lhe a capacidade de aglutinar, de um dia para o outro, um “partido de protesto” que saísse do nada para obter, imediatamente, votações na ordem dos 20%. Dir-se-ia que existe uma irreprimível simpatia das massas pelo mártir duma “caça às bruxas”. Mas a realidade é outra.
Protestos em França
24 Setembro 2010
Três milhões de franceses participaram em greves e manifestações nas ruas de França, no dia 23 de Setembro. Protestavam contra a nova lei das reformas de Sarkozy, que decidiu elevar de 60 para 62 anos a idade mínima de acesso à reforma. Segundo as sondagens, é grande a indignação entre a maioria dos franceses, particularmente entre os jovens dos 18 aos 24 anos, contra mais este conjunto de medidas injustas para os trabalhadores. Grécia, França, Espanha e Portugal, o mesmo combate. Há que avançar e unificar as lutas.
A expulsão dos ciganos de França
Uma política securitária assente num longo passivo racista
François Pechereau — 21 Setembro 2010
“Os ciganos são todos ladrões” – é com fundamento neste preconceito, neste estereótipo, que o governo francês actua desde o início do Verão. A política de expulsões em massa é sustentada por sentimentos profundamente enraizados na sociedade contra os ciganos.
Na Europa, os ciganos foram sempre alvo de dois tipos de política: a rejeição, a expulsão, o extermínio (sob Luís XIV, eram enviados para as galeras) ou a assimilação forçada e, consequentemente, a sua anulação cultural (a sedentarização forçada praticada por José II da Áustria).