Arquivo: Janeiro 2008

Revolução tecnológica

4 Janeiro 2008

Os alunos da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa queixam-se de que trabalham com equipamentos de há trinta anos, já obsoletos. O edifício tem perigosas infiltrações. «Qualquer dia a casa cai». As obras estão avaliadas em cerca de um milhão de euros, mas em cada ano que passa diminui o investimento público na Faculdade, muito embora esta consiga 2,4 milhões de euros de verba em trabalho. A revolução tecnológica continua. Basta olhar para a boca e dentes dos portugueses. (JR)


O prémio

Eugénio Silva — 3 Janeiro 2008

Há concursos na TV em que se responde por telefone. Nunca respondi, nunca sei ao certo a resposta. Eles dão umas dicas, mas nem sempre as apanho. Depois, o preço das chamadas é a doer. Mas desta vez não resisti. Punham palavras no ecrã em que faltavam letras e a gente tinha de adivinhar. Era: _A_ALHAU À _OMES DE _Á. Fácil. E sempre eram 5 mil euros de prémio!


Irmãos Metralha

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) detectou «indícios seguros de ilícitos criminais» na gestão do Banco Comercial Português (BCP). Em 2000-2001, houve financiamentos ilícitos para compra de acções próprias por testas-de-ferro nos aumentos de capital movimentados em dezassete empresas subsidiárias «off-shore» e deste modo o banco se autofinanciava. Uma «pescadinha de rabo na boca». Ter-se-ão movimentado 700 milhões de euros com prejuízos de 200 milhões? Há ainda os perdões financeiros a este e aquele. Os irmãos Metralha e o tio Patinhas, mancomunados, dificilmente fariam melhor, de tal modo que os Reguladores responsáveis não deram por nada !…


Fónix

Envolta numa publicidade escandalosamente cara nasceu a quarta operadora de telemóveis: chama-se “Phone-ix” é mais uma tentativa dos CTT para criar um novo nicho de mercado depois do fracassado Banco Postal que morreu antes de nascer. Ora acontece que a administração dos CTT está a braços com um dos maiores roubos de que há memória organizado no seu seio. Estima-se em mais de meio milhão de euros o roubo através de «gangs» que actuam no seu interior e em todo o país. As vítimas são reformados, desempregados, doentes com baixa e outros. O método é o roubo de milhares de vales e o posterior recebimento com documentos falsos. Senhores administradores: paguem urgentemente o dinheiro aos utentes agora chamados clientes, e depois dediquem-se ao Phone-ix, porque os “clientes” já perderam a confiança nos correios…Fónix.
Fernando Barão (Amadora)


Opiniões favoráveis

Tenho discutido o conteúdo e os objectivos do jornal e tenho tido pareceres favoráveis sobre ele. Estou a reunir o maior número de interessados para assinarem o jornal. Estou interessado em distribuir alguns exemplares do MV.
Marco Gomes (Cabeceiras de Basto)


Colaboração

Teria todo o gosto em colaborar com o Mudar de Vida através da publicação de alguns artigos de reflexão sobre o estado actual desta falsa democracia, que cada vez mais nos é imposta e à qual gosto de apelidar como a ditadura da maioria. Desde as escutas telefónicas à submissão das forças policiais ao poder executivo e económico, que começam a atingir níveis insuportáveis de controlo de tudo o que fazemos e até do que comemos com a recém nascida “asae”. Basta! Qualquer dia nem relações sexuais podemos ter pelo perigo de contaminação em que caímos. Já me imagino a ser enviado para uma ilha onde estão “os selvagens”…


“Fraquinho”

Vai iniciar-se um novo ano. Espero que seja o ano do Jornal Mudar de Vida MUDAR mesmo DE VIDA.
Continuo a achar que o jornal vem fraquinho. Tem poucas páginas, para jornal mensal A4. Metade do Jornal Fraternizar, por exemplo, que tem 32 pgs e custa no mínimo 10 euros/ano. Os conteúdos são os previsíveis. E os comentários são murchos. Não nos aquecem politicamente. Não nos empolgam. Não nos levantam nem mobilizam.
Isto que escrevo é também o que oiço, quando apareço junto das companheiras, dos companheiros com uma nova edição. E recebem-no sem calor, como por dever de ser solidário… Ponham-se autocriticamente no lugar das pessoas e vejam como receberiam cada edição…
Mário de Oliveira (Macieira da Lixa)


3 números, 3 perguntas e 9 respostas

Cristina Meneses —

Através de um questionário enviado por «e-mail» a assinantes do MV procurámos avaliar a receptividade que o jornal tem merecido.
Colocámos 3 questões, pedindo que as respostas fossem sucintas.
(Continuaremos a publicar as respostas que entretanto nos chegarem)

1. «Mudar de Vida» é um jornal político popular. Em termos gerais, qual é sua apreciação sobre o jornal?
2. «Mudar de Vida» é também editado na internet. Consulta o site? Redige comentários?
3. Qual é a receptividade que o jornal tem entre os seus amigos e conhecidos?


Duas conferências para liquidar a resistência

José Mário Branco —

palestina_72dpi.JPGDuas “Conferências” recentemente realizadas ilustram, dramaticamente, o quanto os direitos mais elementares do povo palestiniano são espezinhados por uma “comunidade internacional” que apregoa os direitos humanos, a democracia e a liberdade. Uma, em Annapolis (EUA), promovida por Condoleeza Rice, propunha-se amarrar o presidente palestiniano, Abbas, à sua nova e consentida condição de pau-mandado. A segunda, à laia de prémio de bom comportamento, reuniu 87 países e organizações “doadores”, entre os quais Portugal, para criarem as duas condições essenciais para o êxito da primeira: encher os bolsos de uma oligarquia palestiniana corrupta e, não menos importante, alimentar a impostura da “ajuda ao povo palestiniano”.


200 anos de denúncia da escravatura

José Luís Félix —

200ilus_72dpi.jpgNo fim de semana de 8-9 de Dezembro, a Tertúlia Liberdade tomou a iniciativa de realizar uma sessão pública evocativa do fim da escravatura, que se iniciou há 200 anos. O evento, que decorreu nas instalações das livrarias Ler Devagar e Eterno Retorno, teve a colaboração graciosa dos artistas Maria das Graças e Pedro Mota na poesia, Chá Preto na Capoeira, José Mário Branco, Naidy Barreto, Tino Flores, Couple Coffe, Cantadores da Rusga e Kova.M.Most na música. Foi possível levar a cabo esta iniciativa também devido à colaboração de muitos amigos que se associaram ao evento.