Arquivo: Julho 2010

Papéis do Pentágono revelam crimes de guerra

Manuel Raposo — 30 Julho 2010

bradleymanning.jpgA fuga de informações secretas do Estado-Maior dos EUA, divulgada pelo site Wikileaks, é histórica. Mais de 92 mil telegramas com mensagens trocadas entre representantes do poder norte-americano põem à luz do dia crimes de guerra e revelam a incapacidade de derrotar a resistência afegã. Os jornais New York Times, nos EUA, Guardian, no Reino Unido, e Der Spiegel, na Alemanha, publicaram várias páginas com resumos dos telegramas, dando projecção mundial ao assunto.


Precários Inflexíveis em acção de protesto

28 Julho 2010

O movimento Precários Inflexíveis pendurou, recentemente, nas principais entradas de Lisboa bonecos acompanhados de faixas com a frase Precários presos por um fio e outras frases alusivas ao impacto das medidas de austeridade na vida dos trabalhadores precários. “Muitos dos precários não têm direito a subsídio de desemprego, porque trabalham durante curtos períodos de tempo, nem a subsídio social de desemprego”, disse Ricardo Moreira, dos Precários Inflexíveis, acrescentando que a precariedade está a aumentar cada vez mais. “Hoje, quem cai no desemprego dificilmente volta a encontrar um emprego que não seja precário”, alertou ainda.


Como a Banca se impõe ao Estado

25 Julho 2010

o-poder-da-banca.jpgEnquanto aumentam os impostos sobre os trabalhadores, diminuem os impostos sobre a Banca. Em 2009, a taxa efectiva de impostos sobre lucros paga pela Banca baixou para 4,3%. Estes dados, contidos num estudo do economista Eugénio Rosa, não provocam surpresa pois já numerosas vezes tem sido denunciado o papel privilegiado da Banca no contexto do capitalismo. Mas ajudam a perceber como o processo de financiarização do capitalismo português, tal como sucede mundialmente, coloca o capital financeiro no centro da actividade económica do país. Decorre daí a obediência dos governos aos interesses da banca e dos meios da finança. E a satisfação desses interesses traduz-se numa colossal transferência de riqueza da população trabalhadora para o capital.


Liberdade para todos os presos políticos bascos

20 Julho 2010

Está em marcha uma campanha pela libertação de Arnaldo Otegi. O conhecido dramaturgo Alfonso Sastre reclama a sua libertação, pela importância do político independentista no processo democrático em desenvolvimento no País Basco. Sastre defende, igualmente, a libertação de todos os presos políticos, como “condição sine qua non para a tão desejada paz em Euskal Herria”. Também Gerry Adams, líder do Sinn Féin (Irlanda do Norte), em carta enviada a vários jornais europeus, pede a libertação do dirigente independentista, assim como a legalização do Batasuna, para mostrar a vontade do governo espanhol de “contribuir para pôr fim a um dos mais velhos conflitos da Europa”.


A crise rompe os elos mais fracos do capitalismo europeu

Manuel Raposo — 17 Julho 2010

crise_site.jpgA crise da dívida pública que atinge todo o mundo capitalista – e que aflige as classes dominantes do planeta inteiro – é uma segunda fase da crise dita financeira que rebentou em 2007-2008. Em grande parte deriva justamente dos remédios então aplicados que consistiram em injectar volumes gigantescos de dinheiro na rede financeira para que os negócios capitalistas não fossem sufocados pela paralisia do sistema de crédito.
Esse influxo de dinheiro criou dívidas colossais aos Estados, que agora se vêem a braços com a forma de obter rendimentos que as permitam pagar. As fontes desses rendimentos são os trabalhadores assalariados que se vêem coagidos a ganhar menos, a pagar mais e a ser despedidos para que o capital obtenha receitas extra.


Manifestantes absolvidos

16 Julho 2010

No dia 14 de Julho terminou o julgamento dos 11 detidos em 25 de Abril de 2007, quando levavam a cabo uma manifestação contra o fascismo e contra o capitalismo. Todos os arguidos foram absolvidos de todas as acusações. Assim, o tribunal não deu como provados os actos atribuídos aos arguidos por um Ministério Público quase sempre pronto a dar crédito às polícias e que se podiam enquadrar nos crimes de ofensa à integridade física, injúria agravada, coacção e resistência a funcionário. Faltaria agora levar a polícia a tribunal pela brutalidade da repressão e pelas acusações infundadas.


Uma manipulação na Cultura

15 Julho 2010

Em 8 de Julho, a ministra Gabriela Canavilhas justificava na AR os cortes de 10% na Cultura. E afirmava que tais cortes não iriam provocar desemprego, desafiando que lhe mostrassem algum caso. No dia 9, demitia-se o Director Geral das Artes, demissão logo aceite pela tutela, numa nota oficial arrogante e demagógica. Pressionado o governo por uma grande mobilização (600 artistas reunidos e uma petição com mais de 3000 assinaturas), veio a ministra, no dia 11, dizer que já não eram necessários os cortes. E, tentando manipular os acontecimentos a seu favor, afirmava que a decisão não se devia a um recuo do governo, mas a uma solidariedade entre os ministérios!


O próximo estafeta

Manuel Raposo — 13 Julho 2010

testemunho.jpgCom Passos Coelho à cabeça, o PSD fez uma inflexão política. Em vez de tentar demolir o governo a golpes de escândalos, acertou agulhas com o PS, fazendo, por fora, a sua rábula de oposição.
Tenta ganhar em dois tabuleiros: levar por diante a política que o patronato quer ver aplicada; e alijar responsabilidades diante do eleitorado afectado pelas medidas.


Greve geral ibérica, porque não?

11 Julho 2010

Nas últimas semanas, tiveram lugar importantes protestos de trabalhadores em vários países da Europa: Grécia, Espanha, França, Roménia, Hungria. Os motivos são os mesmos: o ataque do capital às condições de trabalho, aos salários e à segurança social.

Em grande parte unificado pelo euro, o capital europeu (como o de outras paragens) vê-se, contudo, num impasse que se chama: incapacidade de se reproduzir. Por isso, as medidas contra os assalariados, as mesmas por todo o lado, se resumem a esmagar a parte do trabalho na riqueza produzida.


Saramago

MV — 10 Julho 2010

saramago_site.jpgJosé Saramago foi um grande escritor e assim permanecerá. Pouco ou nada haverá a dizer contra isso, a não ser por questões de gosto pessoal ou dor de cotovelo.

Mas entre o escritor e o homem político vai uma diferença. As suas posições políticas mais recentes – toleradas pelo PCP certamente à conta da sua posição de intocável – mostram que um grande escritor, ou um grande artista, não é forçosamente um grande político. Os critérios para aquilatar dos méritos do escritor e dos méritos do político são diferentes. A história fornece-nos exemplos de sobra disto mesmo.


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