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Tópico: País
Bónus ao partido com mais votos?
Pedro Goulart — 21 Abril 2017
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, numa intervenção como convidado de um almoço do International Club of Portugal, em Lisboa, advogou que, apesar de nas legislativas em Portugal se votar para eleger deputados, “escolher em eleições legislativas significa escolher um caminho”, privilegiar a escolha que o povo fez num líder ou numa liderança, e afirmou não estar “a olhar para trás”, para as eleições de 2015, mas a apresentar ideias para futuros actos eleitorais.
Por isso, desafiou os partidos de esquerda a ponderarem um sistema eleitoral como o da Grécia, sistema preparado pela burguesia deste país, em que o partido vencedor obtém um ‘bónus’ de 50 deputados, permitindo mais facilmente obter maiorias absolutas.
A chantagem prossegue
Pedro Goulart — 26 Março 2017
Quem já se esqueceu dos avisos, das pressões e das ameaças da Comissão Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu que pairaram sobre Portugal durante a elaboração e a execução do OE 2016? E a propósito do OE 2017? As cúpulas da troika nunca digeriram bem a actual solução governativa portuguesa, apesar desta não extravasar o quadro do sistema capitalista. Mesmo agora, depois de conhecido o défice do OE 2016 (2,1% do PIB, abaixo das exigências da UE) e de Portugal ir, consequentemente, sair em breve do “procedimento por défice excessivo”, significativa e ameaçadoramente Wolfgang Schauble acena-nos com eventuais novos resgates e o BCE, de Mário Draghi, defende a aplicação de multas ao nosso país, por “desequilíbrios macroeconómicos”.
Teodora, sob a capa da “ciência económica”
Pedro Goulart — 16 Março 2017
As declarações de Teodora Cardoso à Rádio Renascença e ao Público sobre o défice orçamental de 2016 (que ficou em 2,1% do PIB), geraram forte polémica. Anteriormente, a economista considerava que atingir a meta proposta pelo governo era uma questão de fé. “Houve milagre?”, perguntaram-lhe agora os jornalistas. “Até certo ponto, houve”, respondeu ela.
Desde Janeiro de 2012 à frente do Conselho de Finanças Públicas, nomeada pelo governo Coelho-Portas, Teodora Cardoso defendeu a linha dos chamados cortes “estruturais”, afirmando que o programa do PSD-CDS era “prudente, credível e fundado na melhor e mais sofisticada ciência económica” e que, por isso, a sua “racionalidade” a levava a saudar essas medidas “científicas”. Nas suas análises e previsões, esteve geralmente com a troika, em companhia da Comissão Europeia, do FMI, da OCDE e do ministro das Finanças alemão Wolfgang Schauble.
Para reeducação
15 Março 2017
Uma agente da CIA, a luso-americana Sabrina de Sousa, foi condenada em 2007 por um tribunal italiano a quatro anos de cadeia por cumplicidade no rapto do imã de Milão Abu Omar. A operação foi planeada e executada pela CIA e pelos Serviços Secretos Militares italianos em Fevereiro de 2003 no âmbito das operações “extraordinárias” ditas de luta contra o terrorismo desencadeadas pela administração Bush. Omar foi enviado para o Egipto e aí torturado a cargo do ditador Hosni Mubarak, a quem os EUA encomendavam tais serviços. Apesar de inocente de quaisquer acusações, Omar só foi libertado em 2007.
Nesse ano, a justiça italiana julgou o caso e condenou os implicados no crime, incluindo os agentes da CIA, mas todos acabaram por ser perdoados, por intervenção das autoridades dos EUA. Restava Sabrina.
Pivot
14 Março 2017
Depois de ter sido posto fora do governo do seu amigo Passos Coelho por indecência e má figura, Miguel Relvas adoptou um perfil discreto: dedica-se na mesma a negócios chorudos mas sem estardalhaço. Recentemente, reforçou para 32% a sua carteira de acções da empresa Pivot, a qual é detida nos restantes dois terços por uma tal Aethel. A Pivot comprou em 2015, por 38 milhões de euros, a Efisa (um dos ramos do falido BPN) em que o Estado enterrou 77,5 milhões. Quem se movimenta também pela Pivot é o amigo Dias Loureiro, responsável pelo desfalque no BPN.
Acontece que a Aethel fez uma proposta para aquisição do Novo Banco, pelo que Relvas e Loureiro, esses dois modelos de seriedade, podem em princípio deitar a mão, com papel de relevo, a uma fatia importante da finança lusa.
O caminho, porém, parece estar difícil.
Editorial
Capital a salto
13 Março 2017
Do que já foi revelado sobre os 10 mil milhões de euros que saíram do país a salto, é possível perceber umas quantas coisas.
Uma, tratou-se de um encobrimento e não de um lapso. Duas, a decisão envolve o governo de cima a baixo. Três, o propósito foi esconder uma fuga programada e regular de capitais. Quatro, essa fuga atingiu em média mais de 4 mil milhões por ano entre 2010 e 2014 e saltou para 9 mil milhões em 2015, quando em 2009 ficara pelos 800 mil. Cinco, a concentração de riqueza que isto revela dá-se justamente nos anos mais duros da chamada “austeridade”. Seis, a “disciplina orçamental” destinava-se a produzir uma acumulação de capital em poucas mãos. Sete, para que o processo funcionasse, era preciso facilitar não só a acumulação mas também a fuga dos capitais para zonas seguras ou de mais rendimento. Oito, não convinha, pois, que se ficasse a saber que uma tal concentração de riqueza em poucas mãos era o directo reverso da penúria a que a maioria do povo foi forçado.
Enquanto os trabalhadores apertavam o cinto
Carlos Completo — 1 Março 2017
Entre 2011 e 2014 saíram de Portugal para vários offshores mais 10 mil milhões de euros do que tinha sido inicialmente apurado, num total de 17 mil milhões, que terão escapado a qualquer controlo da Autoridade Tributária (AT). E, de acordo com um requerimento do PS, visando um esclarecimento da situação, “durante os mandatos dos ex-ministros das Finanças Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque e do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ficaram por tratar cerca de 20 declarações de instituições financeiras”, envolvendo diversas empresas e pessoas, que representavam mais de 9800 milhões de euros. Com um significativo pico das transferências financeiras efectuadas para offshores na proximidade das eleições legislativas de 2015, que previsivelmente iriam derrubar o odioso governo do PSD/CDS.
Terror contra ciganos no Alentejo
27 Fevereiro 2017
Em comunicado divulgado em 24 de fevereiro, o SOS Racismo dá conta de uma série de ataques recentes cometidos contra os ciganos residentes na povoação de Santo Aleixo da Restauração, Moura, que surgem na sequência de outros ataques e ameaças cometidos entre setembro e novembro do ano passado. Nos últimos dias houve ameaças de morte pintadas por toda a povoação, bombas foram lançadas para os quintais das casas. Antes disso, tinham sido colocados caixões junto das portas, um cavalo foi envenenado, e foram incendiados carros, casas e uma igreja. Como refere o SOS Racismo, apesar da gravidade destes actos e das denúncias feitas, as autoridades nada fizeram, encorajando deste modo os criminosos, que continuam impunes. É este o texto divulgado.
A actualidade de José Afonso
Pedro Goulart — 15 Fevereiro 2017
José Afonso — poeta, compositor, intérprete, resistente antifascista, militante da esquerda revolucionária, homem corajoso e homem solidário — continua hoje, 30 anos após a sua morte, a 23 de Fevereiro, como um forte exemplo, pelo difícil combate político que travou durante décadas da sua vida. Esta figura-chave da música popular portuguesa contribuiu decisivamente, com Os Vampiros, para a fundação do canto político no nosso país. E a sua Grândola Vila Morena permanece como um símbolo do derrube do fascismo em Portugal.
Carlos Silva
Líder sindical ou serviçal do patronato?
Pedro Goulart — 8 Fevereiro 2017
Em 2015, em entrevista à Antena 1 e ao Diário Económico, e a propósito da formação do novo governo, Carlos Silva afirmava que as forças à esquerda do partido socialista não davam garantias de estabilidade para o futuro e que a central sindical UGT preferia que o PS fizesse um acordo com a coligação PSD-CDS/PP. “Quem ganhou as eleições, sem maioria absoluta mas ganhou, foi a coligação PSD/CDS”, afirmava Carlos Silva. Assim, o Presidente da República deveria, na opinião do dirigente da UGT, “convidar o dr. Passos Coelho, para encontrar soluções que garantam um governo a quatro anos”. Assim, para Carlos Silva, ele e a UGT preferiam uma solução abertamente ao serviço do capitalismo.