Pivot

14 Março 2017

Depois de ter sido posto fora do governo do seu amigo Passos Coelho por indecência e má figura, Miguel Relvas adoptou um perfil discreto: dedica-se na mesma a negócios chorudos mas sem estardalhaço. Recentemente, reforçou para 32% a sua carteira de acções da empresa Pivot, a qual é detida nos restantes dois terços por uma tal Aethel. A Pivot comprou em 2015, por 38 milhões de euros, a Efisa (um dos ramos do falido BPN) em que o Estado enterrou 77,5 milhões. Quem se movimenta também pela Pivot é o amigo Dias Loureiro, responsável pelo desfalque no BPN.
Acontece que a Aethel fez uma proposta para aquisição do Novo Banco, pelo que Relvas e Loureiro, esses dois modelos de seriedade, podem em princípio deitar a mão, com papel de relevo, a uma fatia importante da finança lusa.
O caminho, porém, parece estar difícil. Há mais de ano e meio que o Banco Central Europeu e o Banco de Portugal, que têm de validar a idoneidade das empresas e dos personagens destas áreas de negócios, adiam a decisão — facto a que não será alheio o currículo de Relvas, e quiçá de Loureiro. Por isso, a Pivot insiste em afirmar que Dias Loureiro não será accionista e Relvas foi “aconselhado” a ficar fora dos órgãos sociais da Pivot.
Tirando tais contratempos, esta gentinha, que já provou do que é capaz, mexe-se à vontade e faz dinheiro como quer. Virtudes da iniciativa privada.


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