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Tópico: Mundo
Uma denúncia da conspiração francesa para derrubar Gaddafi
Cristina Paixão — 13 Abril 2011
De mentira em mentira, de discurso em discurso, tecem as reais potências e prepotências deste mundo a fábula e a teia que nos apanhará a todos, insignificantes insectos, actores de um teatrinho cujo guião desconhecemos, um drama do qual não somos autores. Reservam-nos o direito, apenas, a acreditar cegamente no teleponto que, magicamente, repete a mesma ladainha, em todos os lugares possíveis. Confortavelmente instalados nos seus magníficos gabinetes, decidem quem vive e quem morre; quantos desempregados ou privatizações serão necessárias para saciar a gula dos financeiros; contra que dissidentes farão a guerra; quantas mães, pais, crianças, morrerão na sua luta privada pelo domínio do mundo. Uma conspiração de estúpidos, onde os superlativos néscios papagueiam e consentem.
“Direitos humanos”
10 Abril 2011
Um editorial do Público (4 Abril) condenava o “Ocidente” por não ter reagido à prisão recente de um opositor político chinês. Dizia tratar-se de “capitulação” ante o poder económico da China. Como de costume, o editorial tem fraca memória e olha só para um lado, omitindo as violações de direitos humanos no Iraque, no Afeganistão, na Palestina, etc. Mas sobretudo parece não entender que o argumento dos direitos humanos, lançado nos EUA por James Carter, nunca foi um princípio político do “Ocidente”, mas apenas uma arma de arremesso. Não são, pois, só os negócios que ditam o silêncio de agora – é a convergência das potências, no sentido em que se diz que os bons espíritos sempre se encontram.
Invasão a pedido
6 Abril 2011
Tropas francesas invadiram a Costa do Marfim em apoio a Alassane Ouattara, declarado eleito presidente pela “comunidade internacional”, contra Laurent Gbagbo, que se diz vencedor. A invasão, a pedido do secretário-geral da ONU, invoca de novo “razões humanitárias”, mas visa de facto ajudar o “assalto final” das forças de Ouattara à capital na guerra civil que se desencadeou na ex-colónia francesa, primeiro produtor mundial de cacau. Entretanto, milícias de Ouattara massacraram 320 apoiantes de Gbagbo, diz a ONU (800, diz a Cruz Vermelha). O secretário-geral da ONU manifestou-se “alarmado” e recomendou a Ouattara que investigasse o caso quando fosse presidente. Chama-se a isto imparcialidade.
EUA: a tortura de Manning
24 Março 2011
O soldado Bradley Manning, de 23 anos, está detido desde Julho de 2010 na base militar de Quântico, por suspeita de ter fornecido ao WikiLeaks um vídeo militar que mostra um ataque contra homens desarmados no Iraque, documentos das guerras do Iraque e do Afeganistão e mais de 250 mil telegramas do Departamento de Estado. Tem sido mantido em isolamento, privado de sono, de exercício e de leituras. Por vezes, obrigado a manter-se de pé e nu perante guardas e agentes, com o objectivo de o humilhar. Em mais uma evidente violação dos direitos humanos. Acusado de “colaborar com o inimigo”, corre o risco de ser condenado a prisão perpétua. Solidariedade com Bradley Manning!
Solidariedade com o povo líbio
Não à agressão imperialista
22 Março 2011
Em aliança com os EUA, a UE (com o pleno apoio do governo português) assumiu desde início um papel destacado na agressão militar à Líbia. É a primeira guerra a ser desencadeada depois da renovação do pacto imperialista firmado em Lisboa na cimeira da NATO.
De novo, as “razões humanitárias” são o pretexto para bombardear a Líbia. As verdadeiras razões são outras, como nos mostrou o caso do Iraque, faz agora oito anos.
A duplicidade das potências imperialistas é evidente: Israel prossegue impunemente o massacre do povo palestino; os tiranos amigos da Arábia Saudita, do Barém ou do Iémen podem prosseguir os massacres de manifestantes desarmados sem que Obama, Cameron ou Sarkozy levantem um dedo em apoio da população que os quer derrubar.
A intervenção militar na Líbia não se limitará a submeter a Líbia. Para além de pretender o controlo dos seus recursos energéticos, é um aviso para todos os povos árabes em revolta e um apoio a todos os regimes amigos das potências imperialistas. O fito é debelar ou reduzir ao mínimo as mudanças que as populações reclamam nas ruas. É portanto uma contra-revolução o que as potências imperialistas levam a cabo por meio do seu braço armado, a NATO.
Apoiamos as concentrações de hoje, quarta-feira, 23 de Março, às 18 horas, em protesto contra a intervenção militar na Líbia.
Lisboa: Embaixada dos EUA, Av. das Forças Armadas, junto a Sete-Rios.
Porto: Praceta da Palestina (Rua Fernandes Tomás à Rua Sá da Bandeira).
Um embaixador diligente e um governo sabujo
Pedro Goulart — 15 Março 2011
Documentos da WikiLeaks sobre o Ministério da Defesa e o governo português, recentemente divulgados pelo jornal Expresso, apesar da sua utilidade, devem ser encarados com um olhar crítico. Na correspondência dos embaixadores dos EUA há que distinguir aquilo que tem algum fundo de verdade daquilo que é ditado pelos interesses próprios dos embaixadores ou pela defesa dos negócios daquela potência imperialista.
Thomas Stephenson, embaixador dos EUA em Lisboa, entre Novembro de 2007 e Junho de 2009, critica o Ministério da Defesa não por fazer gastos com o militarismo e a guerra mas, essencialmente, por estar a preterir as compras militares aos EUA em favor das compras europeias.
UE, EUA e NATO preparam intervenção militar na Líbia
Manuel Raposo — 12 Março 2011
Não restam dúvidas de que está em preparação uma intervenção militar das potências ocidentais na Líbia. As declarações dos governantes franceses e britânicos, que conduzem a União Europeia para o conflito, a decisão já anunciada da NATO de colocar vasos de guerra nas costas líbias, a procura insistente de um aval da parte da ONU para criar uma zona de exclusão aérea (pressionando a Rússia e a China a deixar passar uma resolução nesse sentido) – são demonstrações de sobra do que está em curso. Importa denunciar esta agressão das forças imperialistas europeias e norte-americana e opormo-nos a esta nova guerra que visa os alvos de sempre e mais um: ocupar um país soberano e tomar conta dos seus recursos; e criar uma testa de ponte para desarticular as revoltas populares no mundo árabe. É isso que está em causa.
Obama: cai a máscara
9 Março 2011
Obama que, aquando da sua eleição para presidente dos EUA, foi objecto de grandes expectativas (ainda que infundadas) e de elogios, tem vindo a mostrar aquilo que de facto é. Emitiu agora uma ordem executiva para retomar as comissões militares (que ele próprio tinha suspendido) destinadas a julgar alguns detidos de Guantânamo. Assim falta a uma das promessas que fizera: encerrar aquele campo de concentração, onde o criminoso Bush colocara vários suspeitos de terrorismo. Para além das guerras do Iraque e do Afeganistão, que Obama mantém, de destacar ainda os dois pesos e duas medidas por ele usadas nas actuais lutas do Médio Oriente.
Líbia: o imperialismo manobra
3 Março 2011
Aproveitando o descontentamento popular e a rebelião que se verificam na Líbia, os dirigentes dos imperialismos europeu e norte-americano, que nos últimos anos colaboraram estreitamente com Khadafi, manobram com o objectivo de não perderem o controlo das riquezas petrolíferas deste país. Os média de serviço lançam campanhas à medida dos interesses dos seus patrões, falam da possibilidade do líder líbio deter armas de destruição maciça (lembram-se do que eles afirmavam sobre o Iraque?). Uma esquadra da NATO (incluindo navios portugueses) prepara um “exercício” no Mediterrâneo. Mais uma criminosa guerra imperialista em perspectiva?
Revolta popular alastra a todo o mundo árabe
Manuel Raposo — 23 Fevereiro 2011
“A Europa não tem nada a ganhar com a instabilidade no Mediterrâneo”. Assim resumiu o embaixador Martins da Cruz (TSF, 17 Fevereiro) a posição do imperialismo europeu, e também norte-americano, sobre as revoltas que varrem o mundo árabe. Compreende-se: todos os regimes abalados, sem excepção, são “amigos”, de longa ou fresca data, da União Europeia e dos EUA. Razões da amizade: o gás natural, o petróleo e as vantagens estratégicas. Nada a ganhar, portanto.