Desemprego e altos salários

4 Junho 2012

Segundo afirmação da troika que veio inspeccionar Portugal, assim como de alguns membros das classes dominantes, a elevada taxa de desemprego verificada entre nós dever-se-ia a uma falta de flexibilidade na formação de salários e no mercado de trabalho, a que corresponderiam salários elevados. A realidade é que estamos num país de baixos salários médios – entre 700 e 800 euros mensais – com mais de 35% dos trabalhadores a receberem salários líquidos inferiores a 600 euros, e onde a percentagem dos que auferem o salário mínimo (485 euros) tem vindo a aumentar. Afirmar que o elevado desemprego em Portugal se deve a altos salários merece resposta contundente.


Pela subida dos salários, sim. Mas com que armas?

Urbano de Campos — 4 Junho 2012

No discurso do 1.º de Maio, em Lisboa, e uma semana mais tarde, após uma reunião com o ministro a Economia, o secretário-geral da CGTP defendeu a subida dos salários, tanto do salário mínimo como dos demais. Tirando o patronato, ninguém se atreverá a contestar tal reclamação. Inteiramente de acordo, portanto, quanto ao objectivo. Mas o mesmo não podemos dizer quanto à argumentação que Arménio Carlos usa em defesa da proposta. E porque essa argumentação denuncia a fraqueza política da reivindicação, nos termos em que é feita pelo líder da CGTP, importa determo-nos um pouco sobre os argumentos usados.


Sobre que plataformas se combate na Grécia?

José Borralho — 30 Maio 2012

A propósito da catadupa de manifestos lançados nos últimos dias em apoio de uma solução governamental patrocinada pela Syriza – movimento mais ou menos radical que passou de 4,5% de votos obtidos em 2009, para 16,78% dos votos nas últimas eleições gregas – uns inócuos, outros alimentando claramente a esperança de que seja possível uma grande viragem nos rumos da Grécia com repercussões inevitáveis no resto da Europa, ocorre colocar algumas questões.


O 11 de Setembro de Sarkozy foi curto

ZAV / MV — 29 Maio 2012

A morte, às mãos da polícia francesa, em 21 de Março, do jovem de origem argelina Moamed Merah levanta enormes suspeitas. Assassinato de Estado para obter dividendos políticos? Todo o caso em volta dos sete homicídios de Toulouse, de que Merah foi acusado, só teve como fonte de informação as autoridades francesas, designadamente a presidência e a polícia. As suspeitas lançadas sobre Merah, não são provas provadas.


Milhões de oportunidades

27 Maio 2012

Nas teorias de Passos Coelho e da sua gente há milhões de oportunidades à espera dos portugueses: as dos mais de um milhão de desempregados, bem como de alguns milhões de pobres. Assim queiram eles aproveitar essas oportunidades, mudando de trajectória, alterando o rumo das suas vidas. De facto, nalguma coisa Passos Coelho tem razão: os portugueses podem mudar seriamente as suas vidas, mas a primeira coisa que têm a fazer é correr com a corja que nas últimas décadas tem governado o País. Dando-lhe, assim, a oportunidade de emigrar, de vigiar fogos e fazer a limpeza das florestas, de viver com o salário ou a pensão mínima ou, até, com o rendimento social de inserção.


Juízes europeus querem indulto para Garzón

26 Maio 2012

António Cluny, presidente da Associação de Magistrados Europeus para a Democracia e as Liberdades (MEDEL), afirmou que esta organização, que conta com 15000 membros, pede indulto para o ex-juíz Baltasar Garzón, condenado a 11 anos de inabilitação profissional, por ter ordenado escutas ilegais no caso Gurkel (escândalo de corrupção política ligado ao Partido Popular). Só se lamenta-se que o Supremo Tribunal espanhol e estes senhores magistrados tenham tido diferente atitude (calando-se) aquando dos atropelos aos direitos do povo basco e às autênticas torturas infligidas aos seus presos políticos, ordenadas ou validadas pelo então juiz Baltasar Garzón.


Luta de classes no estado espanhol

Carlos Completo — 24 Maio 2012

Como afirmou a conhecida escritora e jornalista Rosa Montero, a propósito da “crise” que se aprofunda no estado Espanhol, as pessoas estão desesperadas, desoladas e angustiadas com a avalanche de desgraças que lhe estão caindo em cima. Não admira, pois, que as pessoas muito justamente reajam e que, no 1.º aniversário do 15 M (o movimento dos Indignados), várias manifestações tenham sido levadas a cabo no estado vizinho, com eco em oitenta cidades, das quais destacamos os exemplos de Barcelona e Madrid.


O golpe

Manuel Raposo — 22 Maio 2012

A bravata de Paulo Portas em enviar meios militares portugueses para as proximidades da Guiné-Bissau, acabou num retorno a casa quase em silêncio. Talvez para disfarçar o caso dos submarinos, encomendados quando ele foi ministro da Defesa e que continua por esclarecer, talvez para dar uso aos militares e anular contestações, Paulo Portas viu no golpe militar na Guiné-Bissau uma oportunidade para se evidenciar. A pretexto de “proteger os cidadãos portugueses” colocou de prontidão uns tantos destacamentos das forças armadas e mandou-os zarpar para “ficarem mais perto” – dois aviões, quatro navios e perto de 700 militares, que despenderam quase 6 milhões de euros. É claro que estava a pôr-se em bicos de pés para o caso de ser formada uma força militar a mando da ONU para intervir na Guiné.


Especialistas/assessores com 25 anos

22 Maio 2012

O governo de Passos Coelho, dito tão amigo da austeridade e da transparência, tem vindo a nomear numerosos familiares, filhos de amigos e afilhados para cargos de especialistas/assessores nos seus vários ministérios. Estes “especialistas” (há listas
onde se podem ver os nomes dos contemplados) têm menos de 30 anos e em vários casos apenas 24/25 anos! E recebem, em geral, cerca de 3000 euros mensais, incluindo os subsídios de Férias e Natal, que tomam, por vezes, o nome de abonos suplementares.


“Porque apoiamos o boicote a Israel”

info-palestine.net / CSP — 20 Maio 2012

As condições em que o Estado de Israel tem actuado como ferro de lança do imperialismo, sobretudo norte-americano, estão a sofrer mudanças que favorecem os direitos dos palestinos e dos povos árabes em geral. A resistência palestina em primeiro lugar, depois o forte movimento popular no Egipto que minou a base da mais importante aliança de Israel, finalmente a solidariedade internacional para com os palestinos e o crescente boicote ao apartheid israelita – são factores que complicam a vida à política sionista. Um outro movimento, este interno a Israel, conflui com os demais: o dos refuseniks, militares que se recusam a colaborar na ocupação dos territórios palestinos e a reprimir a população árabe. A declaração que publicamos é o testemunho de dois desses militares.


< Mais recentes Página 91 de 246 Mais antigos >