Armas biológicas? Os EUA devem uma explicação

Urbano de Campos / Global Times — 16 Março 2022

Televisão russa divulgou documentação e localização dos laboratórios biológicos EUA-Ucrânia

As forças russas na Ucrânia reuniram provas documentais sobre laboratórios de investigação em agentes biológicos financiados e geridos conjuntamente pelo Departamento da Defesa dos EUA e as autoridades ucranianas. São cerca de 30 as instalações existentes na Ucrânia, algumas geridas em exclusivo pelos EUA. Mais umas centenas delas estão espalhadas por várias partes do mundo. A denúncia feita pelos russos colocou os EUA em má posição: primeiro negaram o assunto, depois tentaram virar o bico ao prego acusando os russos de estarem a arranjar pretextos para o uso de armas químicas no conflito ucraniano. Os argumentos norte-americanos não convencem ninguém minimamente informado — quem tem de dar explicações ao mundo sobre o caso são eles e não a Rússia. 


Contra informação 

Editor — 12 Março 2022

1 A direcção da Meta (empresa proprietária do Facebook e Instagram) decidiu contribuir para o esforço de guerra do Ocidente com aquilo que melhor sabe fazer: dar largas a que sejam produzidos insultos e ameaças de morte contra cidadãos e militares russos, incluindo os presidentes russo, Putin, e bielorrusso, Lukashenko. Quatro mil e quinhentos milhões de pessoas, tantas como as que seguem as duas plataformas, passaram assim a ser destinatárias da mais miserável propaganda de guerra: a que pode ser feita por qualquer energúmeno, a coberto de nome falso, sem receio de represálias.


Ucrânia empurrada para a frente de batalha

Manuel Raposo — 4 Março 2022

EUA-NATO: serviço combinado atira a Ucrânia para a frente de batalha

No ataque da Rússia à Ucrânia, os EUA e a UE têm ocasião de ver, em espelho, as suas próprias acções das últimas décadas. O mesmo vale para as autoridades portuguesas e para cada um dos governos europeus, que nunca levantaram qualquer objecção às intervenções militares, às sanções e às ameaças de todo o tipo, com origem nos EUA ou na própria UE, contra países como a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria, a Venezuela, o Irão, ou Cuba — todos eles tão soberanos como a Ucrânia.


A quem interessa a guerra na Europa?

Manuel Raposo — 20 Fevereiro 2022

Fornecimento de gás russo à Europa na mira dos EUA

Neste momento, os acontecimentos na Ucrânia estão envoltos pela nuvem de fumo que caracteriza a propaganda de guerra. As posições oficiais destinam-se não a esclarecer os factos e o andamento das negociações, mas a anular os argumentos adversários e a cativar a opinião pública para um dos lados da contenda. É preciso ir às origens do conflito, agora extremado, para se perceber o papel de cada um dos contendores, o que cada um deles pretende e até onde pode ir.


As alavancas do sr. Ventura

Urbano de Campos — 12 Fevereiro 2022

A pretexto de “integrar” o Chega nas instituições do regime, a direita faz dele um parceiro

A polémica em torno do Chega — se tem ou não direito a um vice-presidente da Assembleia da República — só é útil para avaliar o comportamento dos restantes partidos diante do renascente fascismo. No plano formal não existe qualquer questão: o Chega pode, pelo regimento da AR, propor quem quiser; e os deputados têm o direito de recusar os candidatos do Chega. Isto bastaria para pôr um ponto final na questão. Mas não.


Aos leitores

Editor — 12 Fevereiro 2022

António Louçã cessou a sua colaboração regular no Mudar de Vida. Desde o início da publicação, participou nestas páginas com os seus textos, primeiro de forma esporádica, depois em ritmo regular todos os meses. Ficam agora separados, amigavelmente, os nossos caminhos.


Ganhou a direita, não nos iludamos

Editor — 2 Fevereiro 2022

A vitória esmagadora do PS passa por ser uma vitória da esquerda só porque travou, para já, o assalto da direita ao governo. O esvaziamento do BE e do PCP, o desaparecimento do PEV, o crescimento da extrema direita nas figuras do Chega e da IL parecem detalhes que o sucesso de António Costa deixa na sombra. Os números, porém, dizem outra coisa (1).

O conjunto da direita (PSD, CDS, IL, Chega) arrecadou, em termos líquidos, 549 mil votos mais do que em 2019. A esquerda parlamentar (PS, PCP, BE, PEV, Livre, PAN) teve, também em termos líquidos, quase 36 mil votos a menos. Em balanço geral, a vantagem da esquerda, que em 2019 foi de 1.142.000 votos, baixou para 557 mil. O número de votantes aumentou quase 336 mil (excluindo brancos e nulos), a maior fatia dos quais terá votado à direita. 


Os velhos novos liberais, ou vice-versa

Manuel Raposo — 28 Janeiro 2022

Mas quando é que nos últimos 47 anos o capital privado e a iniciativa individual estiveram proibidos ou coarctados?

De súbito, toda a direita se declara mais ou menos “liberal”. Acusa a esquerda (entenda-se: a esquerda parlamentar) de vícios estatistas e verbera-a por “não ser amiga” dos empresários. Aponta aos últimos seis anos de governo a culpa por uma estagnação económica que vem de há décadas e clama por reformas que, na verdade, nenhum governo, de qualquer cor, pôs em prática. Que liberalismo é esse e de que reformas fala?


A esquerda perante a ofensiva imperialista

Manuel Raposo — 26 Janeiro 2022

Expansão da NATO para a Ucrânia é mais uma provocação à Rússia

O mundo está a ser arrastado para uma nova guerra fria. O extremar dos conflitos em torno de Taiwan e da Ucrânia são disso evidência. As maiores potências alinham forças, forjam alianças e preparam-se para confrontos que ultrapassam a mera competição económica e podem resvalar para o confronto militar. Que atitude deverá ter a esquerda anticapitalista e anti-imperialista a este respeito? Será possível manter uma posição de neutralidade e de equidistância sem tratar de saber quem agride e quem é agredido, quem provoca e quem se defende? A réplica que faço ao artigo de António Louçã “Putin e Xi Jinping, os favoritos do imperialismo” procura trazer estas interrogações para uma discussão aberta, na ideia de contribuir para que a esquerda não passe ao lado de acontecimentos que certamente vão marcar o nosso futuro próximo.


Putin e Xi Jinping, os favoritos do imperialismo

António Louçã — 14 Janeiro 2022

Reagan e Gorbachov na cimeira de Reiquiavique, 1986. Promessas…

Os EUA e a União Europeia esperneiam e esbracejam com as ameaças de Putin contra a Ucrânia e com as ameaças de Xi Jinping contra Taiwan, com os atentados de serviços secretos russos contra opositores políticos e dos tribunais chineses contra o movimento pró-democracia em Hong Kong. Festival de hipocrisia: ninguém é mais conveniente para o imperialismo do que déspotas como Putin ou Xi Jinping.


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