Arquivo: Dezembro 2009

Vale tudo

12 Dezembro 2009

Dois temas marcam a actualidade: a onda contínua de despedimentos e de encerramento de empresas, sem que os poderes do Estado esbocem qualquer intervenção para a travar; e a revelação sucessiva, quase diária, de actos de corrupção mostrando a ligação familiar entre poder político e negócios.

A falta de qualquer intervenção séria do Estado para travar os despedimentos, ao mesmo tempo que presta generosa ajuda, com os dinheiros públicos, às empresas arruinadas por colapso dos negócios ou por simples fraude, tem o condão de mostrar a real face do Estado. A crise acentua a dependência do capital face ao Estado e exige dele mais intervenção; cada vez mais o Estado tem de ter papel activo na manutenção e na reprodução do sistema capitalista. Progressivamente, torna-se claro que o Estado é um instrumento das classes proprietárias para manter na linha os assalariados e lhes extorquir tudo o que puder.


O que Obama não disse: há apenas 100 combatentes da Al Caida no Afeganistão

ABCNews/Manuel Raposo — 11 Dezembro 2009

karzai_72.jpgBarack Obama decidiu enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão, a um custo de 30 mil milhões de dólares por ano, justificando a medida com o que chamou o “cancro” da Al Caida. De acordo com um artigo publicado em 2 de Dezembro pela ABCNews, Obama omitiu um facto importante: os serviços secretos norte-americanos reconhecem que há apenas cerca de 100 membros da Al Caida no país inteiro.


80 anos do Zeca

10 Dezembro 2009

Prosseguindo as homenagens a Zeca Afonso, grande músico e destacado resistente anticapitalista, são levadas a cabo mais duas iniciativas, uma no Porto e outra em Lisboa, ainda em Dezembro. Hoje, dia 11, pelas 21h30m, no Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto, na rua Alves Redol, promovida pela AJA Norte, com várias intervenções e entrada livre. No dia 18, pelas 20h, na Colectividade Adicense, em Alfama, realiza-se um jantar/tertúlia, promovido pela Associação Abril.


O boicote a Israel tomou balanço há um ano e cresce rapidamente

Manuel Vaz — 9 Dezembro 2009

bibeau_web.jpgRobert Bibeau, funcionário aposentado do Ministério da Educação do Quebeque, é um especialista em questões de educação e projectos educativos através da rede Internet. Dirige, desde Abril 2009, o grupo Samidoun (Resistência) que no Quebeque tem vindo a apoiar o movimento de boicote contra Israel, denominado BDS. Com efeito, em 2005, 170 organizações da sociedade civil palestiniana decidiram lançar um apelo mundial de boicote, que designaram BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções). Em véspera do dia 27 Dezembro 2009, data do primeiro aniversário do massacre de Gaza que fez 1 300 mortos e mais de 5 mil feridos numa vintena de dias, procuramos, com Robert Bibeau e em 3 perguntas, delinear os objectivos do movimento de boicote e estabelecer um primeiro balanço geral.


Grécia rebelde

8 Dezembro 2009

Assinalando o primeiro aniversário do assassinato do jovem Alexandros Grigoropoulos pela polícia, milhares de estudantes, professores e outros trabalhadores vieram para as ruas de Atenas e de outras cidades gregas manifestar-se (como há um ano) contra a repressão e as más condições sociais vividas neste país, nomeadamente o desemprego. Dos confrontos violentos entre manifestantes e polícias já resultaram numerosos feridos de um e outro lado e quase mil manifestantes presos. Solidariedade com a luta (que continua) dos trabalhadores e estudantes gregos.


Segurança interna

7 Dezembro 2009

No debate promovido, em 2 de Dezembro, pela revista “Segurança e Defesa”, o Chefe de Estado-Maior do Exército, Pinto Ramalho, manifestou-se contra a “ambiguidade constitucional” que impede as Forças Armadas de qualquer intervenção no domínio da segurança interna. Compreende-se que, no actual contexto de crise económica e social (e de eventual contestação forte das classes oprimidas e exploradas), surja nas mentes da burguesia dominante a ideia de reforçar a repressão, mesmo recorrendo às Forças Armadas. Isso corresponde à defesa dos seus interesses de classe. Cabe-nos, a nós, combater tais propósitos.


A escravatura não acabou

Francisco Colaço Pedro — 4 Dezembro 2009

escravatura.jpgA “crise” mundial está a fazer crescer o apetite pelo trabalho escravo: a cada dia que passa, milhares de pessoas são vendidas e forçadas a trabalhar ou a prostituir-se. O tráfico de seres humanos, escravatura dos tempos modernos, está a aumentar por todo o Mundo. A maior parte das histórias não são tão espectaculares – e não têm final feliz.


Leoni despede e encerra

A Leoni, fábrica de cablagens para indústria automóvel, em Viana do Castelo, vai encerrar em Dezembro de 2010. Os 600 trabalhadores remanescentes na empresa irão saindo ao longo do próximo ano. Justificação da administração: “a quebra total”de encomendas do único cliente – o grupo PSA (Peugeot-Citroen), que terá encontrado trabalhadores mais baratos noutras paragens. Os trabalhadores já esperavam este desfecho, pois têm sido confrontados nos últimos tempos com a aplicação de lay-off e com um despedimento colectivo de 120 operários. As deslocalizações e as reestruturações empresariais, continuam a fazer o seu caminho.


Dubai: o capitalismo em sobressalto

Pedro Goulart — 1 Dezembro 2009

dubaitowers.jpgBastou que o grupo Dubai World, sob controlo do governo do Dubai, pusesse em causa a amortização atempada das suas emissões obrigacionistas (no valor de 40 mil milhões de euros), para que as praças financeiras mundiais entrassem em depressão. Os estragos causados pela recente “crise financeira” mundial estão ainda bem presentes e os investidores permanecem nervosos.

O Emirado do Dubai é um dos sete que constituem os Emirados Árabes Unidos, cuja federação mantém relações fortes com os países capitalistas ocidentais, particularmente com o Reino Unido e os EUA.


PS e PSD recusam reforma

Estes partidos uniram-se na Assembleia da República contra as propostas do BE e do PCP relativas ao direito à reforma completa, para todos aqueles que tivessem trabalhado e descontado durante 40 anos. E fizeram-no a pretexto da “crise” e de que tal iria conduzir à “ruptura da Segurança Social”. Para quem tem os ordenados, as pensões e as regalias que têm os deputados portugueses, é preciso grande falta de vergonha quando se recusa um direito tão elementar aos trabalhadores. Mas a coisa tem lógica: é deste modo que tais senhores mantêm as diferenças de classe, asseguram os seus privilégios e arranjam dinheiro para gastar em casos como o do BPN ou em missões guerreiras como a do Afeganistão.


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