Arquivo: Janeiro 2013

Eles celebram um “herói”

Carlos Completo — 30 Janeiro 2013

Morreu Jaime Neves. Os partidos da burguesia, figuras destacadas das classes exploradoras e gente da extrema-direita, incluindo fascistas, têm sido unânimes nos encómios a um dos grandes “heróis” da direita portuguesa. Com a intensa luta de massas, a ampla democracia popular e de bases (que então se ensaiava) e o poder dual (mesmo com forças diferentes) que seguiu ao 25 de Abril de 1974, a burguesia não podia governar e explorar como pretendia. Foi neste contexto que Jaime Neves, juntamente com Ramalho Eanes, militares do Grupo dos Nove e gente dos partidos do chamado arco governativo – PS, PSD e CDS, avançaram com o golpe reaccionário do 25 de Novembro de 1975. Golpe que havia de conduzir ao regime que hoje explora e oprime as classes trabalhadoras e o povo português.


Somos mesmo 99%?

Fred Goldstein / MV — 28 Janeiro 2013

Uma das palavras de ordem mais marcantes das manifestações realizadas nos EUA com a designação Occupy Wall Street (OWS) foi sem dúvida a que dizia “Nós somos os 99%” – querendo significar com isso que uma larga maioria da população se opõe ao domínio da grande finança. A frase, pela sua eficácia, propagou-se a outros protestos mesmo fora dos EUA, nomeadamente Portugal. No entanto, ela encerra uma mistificação sobre as divisões de classes: nem a força de trabalho, nem, muito menos, as posições anticapitalistas correspondem a 99% da população, em qualquer parte do mundo. As desigualdades e o domínio dos meios de produção, que as manifestações combatiam, não são na realidade entre 99% de um lado e 1% do outro. O real conteúdo da frase não é anticapitalista, mas antimonopolista. É o que diz Fred Goldstein (*) no seguinte comentário acerca do assunto.


Mentirosos compulsivos ou políticos vigaristas

23 Janeiro 2013

A propósito das declarações de Passos Coelho, em Paris, de que “ninguém (no governo) aconselhou os portugueses a emigrar”, surgiram diversos comentários que logo o classificaram como um mentiroso compulsivo. Quando um secretário de estado, Alexandre Mestre, afirmou: “Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras” e, em posteriores declarações, Miguel Relvas e o próprio Passos Coelho se pronunciaram no mesmo sentido, é evidente que estamos aqui perante uma evidente mentira. Mas, como já antes acontecera com José Sócrates, não se trata de casos patológicos, mas, antes, de políticos vigaristas.


Cuidado com os colaboradores da GNR!

Pedro Goulart — 18 Janeiro 2013

“A GNR está a dar formação a civis para que sirvam de interlocutores junto da população. De norte a sul do país já foram formadas cerca de 1700 pessoas, autarcas, padres, agentes de IPSS, que junto das populações vão ajudar a promover acções de sensibilização e prevenção das forças policiais”. Esta informação resulta de recentes declarações do chefe da repartição de programas especiais da GNR, o major Fonseca, à Antena 1. No dizer do major Fonseca, trata-se de uma relação biunívoca entre a GNR e as populações, considerando que os colaboradores locais também fornecerão às forças policiais “informação privilegiada sobre o que se passa nas suas comunidades”.


Iniciativa por uma Auditoria Cidadã à Dívida Pública

16 Janeiro 2013

O 1.º Encontro Nacional da IAC realiza-se no dia 19 de Janeiro de 2013, das 10 às 18 horas, no Instituto Franco Português em Lisboa (Rua Luís Bívar, 91). Os promotores do encontro, para além de afirmarem que “O sufoco da generalidade dos cidadãos, provocado pela política de austeridade aumenta a nossa obrigação de contribuir para a identificação das causas e das responsabilidades políticas do endividamento, assim como dos caminhos que nos podem libertar da armadilha da dívida”, vão submeter à discussão do movimento as orientações e projectos para o trabalho futuro.
Contacto: http://auditoriacidada.info/


Israel, um estado mercenário

Manuel Raposo — 15 Janeiro 2013

Nos primeiros dias de Dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por grande maioria – 174 votos, com 6 contra (incluindo EUA e Israel) e 6 abstenções – uma resolução em que é exigido a Israel que abra o seu programa nuclear à inspecção da Agência Internacional para a Energia Atómica. Israel recusa confirmar ou negar que tem armas nucleares, mas toda a gente sabe que as tem e que elas lhe foram fornecidas, em primeira mão, pelos EUA.


Jornada de luta CGTP a 16 de Fevereiro

14 Janeiro 2013

A iniciativa, decidida pelo Conselho Nacional na sua primeira reunião deste ano, prevê a realização de manifestações e concentrações em todos os distritos do país e também nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. “Vamos ter grandes manifestações e concentrações e, desta vez, entendemos que era de dar oportunidade a todos, que vivem fora da região de Lisboa, para manifestar a sua indignação contra o que se está a passar no país”, disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, na conferência de imprensa, em que foi anunciada a jornada de protesto.


Potências da NATO não olham a meios para anexar a Síria

Il manifesto / MV — 13 Janeiro 2013

Dizendo-se “profundamente preocupados com a escalada de violência” que ameaça transformar o conflito sírio numa guerra regional, há quem reclame “o fim de todas as formas de violência armada”. Quem são estes pacifistas? Os membros do Grupo de Acção para a Síria, que reuniu em Genebra a 30 de Junho e emitiu um comunicado de encerramento com tais declarações.
Liderando o coro pacifista estão os Estados Unidos. Na realidade, são eles o maestro da operação de guerra em curso, que, depois de destruir o Estado líbio no ano passado, está agora a tentar desmantelar a Síria. Agentes da CIA, escreve o New York Times, que operam clandestinamente no sul da Turquia, estão a recrutar e a armar grupos que combatem o governo sírio.


Menos Saúde

Pedro Goulart — 10 Janeiro 2013

O secretário de estado da Saúde, Leal da Costa, useiro e vezeiro em afirmações que pretendem pôr em causa o acesso da generalidade dos portugueses aos cuidados de saúde, afirmou que todos temos obrigação de contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços”.
Prevenir doenças é bom, não o nego. Mas, como pretende este governo do capital que os portugueses previnam doenças se o acesso ao SNS é cada vez mais difícil, com uma autêntica sangria de médicos dos hospitais públicos para os privados e com uma forte diminuição dos médicos nos centros de saúde, ficando estes com menos tempo disponível para atenderem bem e atempadamente os utentes?


Quais são afinal os “estados-pária”?

Manuel Raposo — 7 Janeiro 2013

Em final de Novembro passado, a Assembleia Geral da ONU aprovou por esmagadora maioria dos seus 193 estados membros o reconhecimento da Autoridade Palestina como estado observador, o que equivale a reconhecer de facto a existência de um estado palestino soberano. A proposta teve evidentemente a furiosa, mas inútil, oposição dos EUA e de Israel e mereceu da parte do estado sionista represálias contra os palestinos.
A votação da proposta mostrou o isolamento a que estão neste momento remetidos tanto Israel como os EUA. Com efeito, 138 estados votaram a favor, 9 contra e 41 abstiveram-se. Quem foram os do contra? Israel e os EUA, claro, a que se juntaram o Canadá, a República Checa (o único da Europa), o Panamá e quatro pequenos estados do Pacífico (Ilhas Marshall, Nauru, Palau e Micronésia).


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