Arquivo: Setembro 2010

Quem ganha e quem perde

30 Setembro 2010

No último ano, o número de empregados com remunerações líquidas acima de 3 mil euros cresceu 26,7%, diz o Instituto Nacional de Estatística. Trata-se de uma minoria (32 mil pessoas) que não chega a 1% do total dos trabalhadores por conta de outrem. Ao contrário, também no último ano, os que ganham menos de 600 euros (37,4% dos trabalhadores por conta de outrem, perto de 1 milhão e meio de pessoas) viram os seus postos de trabalho diminuir 4,7% (menos 70 mil empregos).


Mais uma farsa

A corrupção e tráfico de influências na compra de dois submarinos no valor de mil milhões de euros investigados pelo ministério público alemão deviam, também em Portugal, pôr Durão Barroso e Paulo Portas como arguidos no processo. Dura Lex, sed lex é uma farsa: a justiça é dura para os fracos e mole para os fortes. FB


Trabalhadores europeus, uni-vos!

Urbano de Campos — 29 Setembro 2010

bandeiras-vermelhas-maria-vieira-silva.jpgOs números que temos vindo a publicar sobre o aumento dos despedimentos em Portugal retratam a razia sem precedentes que se verifica no emprego. O mesmo acontece em Espanha, com valores ainda mais altos. E o mesmo também na Europa e nos EUA.
Espanha e Portugal ocupam o primeiro e o quarto lugar deste desgraçado ranking europeu com mais de 20% e 11% de desempregados, respectivamente. Na média, o valor passa dos 18% para o conjunto da Península, ou seja mais de 5,3 milhões de pessoas.
Simultaneamente, na grande maioria dos países afectados, o desemprego continua a crescer a par de uma (apesar de débil) recuperação económica – o que aponta para uma conclusão óbvia: a recuperação dos negócios capitalistas está a fazer-se à custa da eliminação de postos de trabalho.


Boas razões para a greve geral

Manuel Raposo — 28 Setembro 2010

huelgageneral29s.jpgUm estudo elaborado pelo Gabinete Técnico da Federação do Comércio Hotelaria e Turismo das Comisiones Obreras (central sindical espanhola) dá conta da evolução dos salários em Espanha na última década e meia. E mostra como muitas das conclusões não valem só para Espanha. Mais um argumento para a greve geral marcada para 29 de Setembro.

A primeira constatação é que o significativo aumento do produto interno bruto (PIB) nos anos de crescimento económico não foi acompanhado pelo crescimento dos salários. Nos 15 anos que vão desde 1994 a 2008 o PIB cresceu cerca de 50% e os activos financeiros perto de 100%; mas o salário médio não chegou a crescer 2% e os subsídios médios de desemprego reduziram em cerca de 30%. Deste modo, o peso dos salários na produção anual retrocedeu.
Este processo, diz o estudo, é comum a quase todas as economias capitalistas e significa uma apropriação crescente dos frutos do trabalho por parte do capital.


Trabalhar mais?

27 Setembro 2010

Mário Soares gosta de vir a público, em momentos escolhidos, fazer papel de bom conselheiro. Em 14 de Setembro falou à TSF sobre a situação “grave” do país, rematando a conversa com esta pérola: “Não basta descer uma avenida e gritar que se quer mais salários. É preciso saber de onde é que o dinheiro vem”.

Claro que não foi para incentivar os trabalhadores a lutarem mais e de outras formas que Soares falou. O que ele pretendeu, com ar de papa, foi desvalorizar os protestos e as manifestações de rua, e insinuar que a solução está em trabalhar mais para que haja “mais dinheiro”.
Antecipou-se evidentemente à jornada de luta de 29 de Setembro, dando-a como inútil e desmotivando os trabalhadores de nela participarem.


Casa Pia: sentença para o “lado errado”

Manuel Raposo — 26 Setembro 2010

casapia.jpgQue os agora condenados no caso Casa Pia clamem inocência não admira. O que admira (ou não…) é que toda a comunicação social lhes dê publicidade sem limites. Como que a justificar este alinhamento pelos réus, o director de informação da RTP atreveu-se mesmo a pôr em causa a sentença por não ter produzido, acha ele, uma “certeza serena”! A campanha é tal que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e a administração da RTP se sentiram na necessidade de vir a terreiro pedir moderação.


O banqueiro terrorista

António Louçã — 24 Setembro 2010

thilosarrazin.jpgThilo Sarrazin passou subitamente do quase-anonimato para o estatuto de símbolo político. Sujeito a procedimentos disciplinares no emprego e no partido, suspenso da direcção do Bundesbank e da militância no SPD, as sondagens atribuem-lhe a capacidade de aglutinar, de um dia para o outro, um “partido de protesto” que saísse do nada para obter, imediatamente, votações na ordem dos 20%. Dir-se-ia que existe uma irreprimível simpatia das massas pelo mártir duma “caça às bruxas”. Mas a realidade é outra.


Protestos em França

Três milhões de franceses participaram em greves e manifestações nas ruas de França, no dia 23 de Setembro. Protestavam contra a nova lei das reformas de Sarkozy, que decidiu elevar de 60 para 62 anos a idade mínima de acesso à reforma. Segundo as sondagens, é grande a indignação entre a maioria dos franceses, particularmente entre os jovens dos 18 aos 24 anos, contra mais este conjunto de medidas injustas para os trabalhadores. Grécia, França, Espanha e Portugal, o mesmo combate. Há que avançar e unificar as lutas.


A expulsão dos ciganos de França

François Pechereau — 21 Setembro 2010

romsfrance.jpg“Os ciganos são todos ladrões” – é com fundamento neste preconceito, neste estereótipo, que o governo francês actua desde o início do Verão. A política de expulsões em massa é sustentada por sentimentos profundamente enraizados na sociedade contra os ciganos.
Na Europa, os ciganos foram sempre alvo de dois tipos de política: a rejeição, a expulsão, o extermínio (sob Luís XIV, eram enviados para as galeras) ou a assimilação forçada e, consequentemente, a sua anulação cultural (a sedentarização forçada praticada por José II da Áustria).


Aumentos nas FA custam 50 milhões de euros

16 Setembro 2010

O novo sistema retributivo das Forças Armadas, que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2010, mesmo após ter sido determinado o congelamento salarial na Função Pública, vai custar cerca de 50 milhões de euros (já incluído o aumento com as despesas de representação). Apesar de o novo regime não implicar um aumento salarial automático, as primeiras promoções arrastaram os restantes militares para novas posições remuneratórias, que se traduz num aumento médio de cerca de 6% nos vencimentos. Além das Forças Armadas, também a PSP e a GNR parece que não serão afectadas pelo congelamento de salários no sector do Estado.


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