Tópico: Sociedade

Indymedia Portugal relançado

29 Janeiro 2010

Em 30 de Novembro de 1999, reunia em Seattle, nos EUA, a Organização Mundial de Comércio, numa procura de regulação das transacções mundiais em proveito do grande capital. Aí, no decorrer das manifestações de rua contra a globalização capitalista, surgiu a ideia de uma informação alternativa, independente, face aos meios de comunicação do sistema capitalista. E hoje são numerosos os centros, a nível mundial, que seguem esta orientação. Dez anos após a revolta de Seattle, foi relançado o Indymedia Portugal (http://pt.indymedia.org). É de saudar o seu reaparecimento e desejar que venha a dar um bom contributo para uma informação diversificada e não subordinada às regras do poder.


Haiti – um povo em sofrimento

Pedro Goulart — 26 Janeiro 2010

haiti_web.jpgPrimeiro, a nossa reacção de horror face à catástrofe sísmica que se abateu sobre o povo haitiano. Com cidades arrasadas e centenas de milhares de mortos e feridos (com mais de 150 mil mortos e cerca de 2 milhões de vítimas). Depois, um forte sentimento de solidariedade com este povo oprimido e faminto. E o nosso olhar impotente face à sua luta desesperada pela sobrevivência.
Mas, também, a nossa compreensão de que o grau de destruição e morte no Haiti não pode ser atribuído apenas à magnitude do sismo. Que parte significativa dos trágicos resultados radicam na grave situação económica e social há muito vivida naquele país caribenho, com grande parte da habitação mal construída ou degradada e uma quase total falta de infra-estruturas, elementos incapazes de resistir minimamente à catástrofe.


EPAL faz contrato com firma israelita especializada no roubo da água palestiniana

Manuel Raposo — 20 Dezembro 2009

ziyaad1.jpgEm princípio de Novembro, soube-se que a EPAL firmou um contrato com uma empresa israelita, a Mekorot. Entre a matéria do contrato destaca-se a prestação de serviços por parte da Mekorot no respeitante a “questões de segurança da água”. A empresa israelita é, na verdade, especialista no roubo de água dos territórios palestinianos e árabes da região e, por esta via, é, desde 1937, uma arma privilegiada da colonização que o estado sionista ali exerce. Que o assunto é melindroso, prova-o o despedimento pela EPAL, em tempo recorde, de uma estagiária que – tendo visitado recentemente a Palestina – resolveu dar a conhecer aos colegas de serviço o que é a política de gestão da água feita pelos israelitas.


Louco?

16 Dezembro 2009

O italiano Massimo Tartaglia agrediu Silvio Berlusconi na cara com uma miniatura da catedral de Milão, cortando-lhe um lábio e partindo-lhe alguns dentes. Os jornais e a televisão arrumam o caso dizendo que Massimo é louco. Mas resta saber a ligação do acto com as constantes malfeitorias de Berlusconi (repressão de trabalhadores, perseguição a imigrantes, atentados às liberdades) ou com o desespero gerado pela frouxa e “civilizada” oposição institucional em Itália. Louco ou não, Tartaglia fez o que muitos italianos (e outros pelo mundo fora) gostariam de fazer. Pelo menos, teve o mérito de quebrar a imagem de impunidade e de intocabilidade que o mafioso até agora ostentava.


80 anos do Zeca

10 Dezembro 2009

Prosseguindo as homenagens a Zeca Afonso, grande músico e destacado resistente anticapitalista, são levadas a cabo mais duas iniciativas, uma no Porto e outra em Lisboa, ainda em Dezembro. Hoje, dia 11, pelas 21h30m, no Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto, na rua Alves Redol, promovida pela AJA Norte, com várias intervenções e entrada livre. No dia 18, pelas 20h, na Colectividade Adicense, em Alfama, realiza-se um jantar/tertúlia, promovido pela Associação Abril.


Altos e baixos voos da família Dassault

Manuel Vaz — 13 Novembro 2009

marcel_dassault_1914.jpgPara ganhar o apoio da populaça, Nero organizava festas e oferecia presentes ao seu redor. Suetónio (69-141 D.C.) na sua obra As vidas dos doze Césares, descreveu uma dessas festas oferecidas pelo imperador romano, nestes termos: “dia-a-dia chovia sobre a multidão uma braçada de presentes dos mais variados: diariamente um milhar de pássaros de todas as espécies, víveres diversos, cupões dando direito a sacos de farinha de trigo, muita roupa, oiro, prata, pedras preciosas, pérolas, quadros de pintura, outros cupões dando direito à aquisição de escravos, bestas de carga, e mesmo animais selvagens domesticados e, por último, navios, casas e propriedades agrícolas”.
O pai Dassault, Marcel (1892-1986), fabricante de aviões de guerra, também comprava a populaça como o fazia Nero; não dava tanto nem tão variado, mas o objectivo era o mesmo.


Corrupção e capitalismo

Pedro Goulart — 12 Novembro 2009

corrupto.jpgOs mais recentes acontecimentos públicos no domínio da corrupção envolvem António Godinho, um “dinâmico” empreendedor de sucatas, de Aveiro, cujos lucros se têm multiplicado nos últimos anos, Armando Vara, vice-presidente do BCP, já useiro e vezeiro nestas andanças, José Penedos, presidente da REN (o tal que dizia abrir champanhe sempre que privatizava uma empresa), Paulo Penedos, Lopes Barreira e mais de uma dezena de outros cidadãos, atingindo sobretudo gente da área do PS. Os dados apontam também para várias outras empresas (Carris, CTT, EDP, Empordef e Estradas de Portugal), assim como para diversas autarquias envolvidas no “negócio”.


A Igreja e a Escola

9 Novembro 2009

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou, em sentença, a exibição do símbolo de uma determinada confissão religiosa (no caso, o crucifixo cristão) em instalações públicas e “especialmente em aulas”. O Vaticano e a Igreja Católica portuguesa já reagiram, mal, a esta decisão. No que respeita à Igreja Católica portuguesa, que durante a ditadura fascista conviveu bem com a presença obrigatória da fotografia de Salazar ao lado do crucifixo, nas salas de aula, compreende-se que tal decisão não agrade. Pelos vistos, acha bem que se continue a impor a não crentes e a crentes de outras religiões a presença do crucifixo na escola pública. E o que faz o Estado português, dito laico?


Morte não é anomalia, anomalia é não pagar a renda de casa

Manuel Vaz — 6 Novembro 2009

hlm_poissy_72.jpgAconteceu em Poissy. José Gomes Macedo, 62 anos, português imigrado em França, operário da construção civil, apareceu morto em casa. Apenas deram por ele dois anos depois de ter morrido.

Poissy lembra imediatamente Peugeot, o grupo PSA Peugeot Citroën. Uma cidade na cidade: 180 hectares onde se fabricam 1500 automóveis por dia, onde trabalham 12 mil assalariados. Ao redor, as torres e as bandas de alojamentos sociais HLM para os operários da fábrica, desterrados dos quatro cantos do mundo. De permeio muitos imigrantes portugueses.


“Piratas” da Somália

Anónimo internet / MV — 5 Novembro 2009

somalia_72crop.jpgOs “piratas” da Somália, nas suas embarcações precárias, são perseguidos por navios de mais de 12 nações, dos EUA à China. Aqueles que os governos “ocidentais” rotulam como “uma das maiores ameaças do nosso tempo” são oriundos de um dos países mais miseráveis do planeta.
O mundo ocidental encontrou nos mares da Somália o local ideal onde descarregar lixo nuclear. Além disso, a Europa, que esgotou os recursos naturais das suas águas, rouba anualmente milhões de euros de atum, camarão e lagosta, nas costas da Somália, enquanto os pescadores locais passam fome. Quando os “piratas” se intrometeram no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo… imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.


< Mais recentes Página 19 de 26 Mais antigos >