Tópico: Sociedade

Os efeitos da guerra suja no Iraque

Cristina Meneses — 15 Março 2012

Por ocasião do 9.º aniversário da invasão do Iraque pela coligação liderada pelos EUA, o Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa) organiza, no próximo dia 17 de Março, uma sessão pública no Centro Arte e Recreio, em Guimarães – Capital Europeia da Cultura.
Dois resistentes iraquianos, Mundher Adhami e Haifa Zangana, apresentarão depoimentos sobre o assassinato de professores e cientistas iraquianos e sobre os efeitos do uso de armas proibidas pelos ocupantes. Eis alguns dados referentes aos crimes de guerra cometidos nos últimos nove anos que serão debatidos na sessão de Guimarães.


O bispo manda-chuva

14 Março 2012

“Noutros tempos já se teriam levantado súplicas ao céu a implorar a graça da chuva”, mas “parece que os crentes não se fazem ouvir e a maioria da população não acredita na providência divina, mas somente na previdência de Bruxelas”, disse António Vitalino Dantas, bispo de Beja, a respeito da seca. O bispo refere ainda que “as recomendações de Jesus no evangelho e de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima, pedindo oração e sacrifícios pela conversão dos pecadores e pela paz no mundo, não encontram eco nos nossos ouvidos”. Razão têm “os crentes”: apesar da fezada de Assunção Cristas e dos lamentos de Vitalino Dantas, percebem que a providência divina pode menos que o anticiclone dos Açores.


Austeridade mata

Pedro Goulart —

O aumento anormal da taxa de mortalidade em Fevereiro teve, certamente, outras razões para além da gripe e do intenso frio que se fez sentir neste mês. O Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) salientou que em duas semanas (na terceira e quarta de Fevereiro) houve mais de 6000 mortos, número muito superior (mais 1000 óbitos) à média verificada nesta altura do ano. E a Associação de Médicos de Saúde Pública afirmou recear que a subida das taxas moderadoras, o aumento das despesas com medicamentos e o agravamento da situação económica das famílias pudessem igualmente ser responsáveis pelo excesso de mortalidade.


A mulher, segundo o cardeal

24 Fevereiro 2012

Manuel Monteiro de Castro é um dos novos cardeais aos quais o Papa entregou, no dia 18, os anéis e os barretes cardinalícios. O ministro Paulo Portas, que se deslocou de propósito a Roma, afirmou ser “uma honra” contar com o novo cardeal luso na Igreja Católica. E, em entrevista ao Correio da Manhã e ao Jornal de Notícias, Monteiro de Castro deixava algumas pérolas, afirmando que “A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira a que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos”. Não sabemos de que século vem este cardeal, mas, pelas afirmações, parece um bocado desfasado destes tempos.


Cresce o número de casas entregues à Banca

Carlos Completo — 13 Fevereiro 2012

tantagentesemcasa1.jpgSabemos das previsíveis e graves consequências que a futura lei das rendas terá para pobres e idosos, muitas vezes despejando-os das suas habitações e, provavelmente, atirando alguns deles para lares e outros para as ruas. Mas hoje vamos referir, em particular, a situação daqueles milhares de pessoas despejadas das suas casas pelos bancos que anteriormente, com grande facilidade, lhes haviam concedido os créditos. E, mais recentemente, verifica-se um significativo acréscimo da execução de hipotecas e/ou das dações em pagamento, sobretudo resultante de um forte aumento do desemprego e da redução do rendimento disponível das famílias. Hipotecas que já hoje estão a atingir pesadamente os próprios fiadores.


Dito

2 Fevereiro 2012

A democracia depende da igualdade, o capitalismo da desigualdade. Numa democracia, os cidadãos chegam à praça pública com um voto cada; numa economia capitalista, os participantes chegam ao mercado com talentos e recursos desiguais e saem do mercado com recompensas desiguais. Nem a desigualdade é um simples efeito lateral do capitalismo. Uma economia capitalista não pode operar sem ela. H. W. Brands, historiador norte-americano contemporâneo (in American Colossus).


Despejos à vista

1 Fevereiro 2012

A nova lei do arrendamento, que a dinâmica ministra Assunção Cristas tirou da gaveta, veio acompanhada de vários argumentos: renovar as áreas urbanas degradadas e acabar com a “injustiça” dos inquilinos que não pagam ou pagam pouco. O fundo da questão é outro: trata-se de valorizar o capital fundiário que perdeu importância face aos investimentos na construção nova e no crescimento urbano. Com estes filões esgotados, procura-se agora fazer da propriedade urbana, nomeadamente da mais antiga, fonte de rendimento que valha a pena. Para isso há necessidade de despejar os inquilinos de baixos recursos, que nunca poderão pagar grandes rendas, libertando os edifícios para novas funções e novos arrendatários mais abonados. Na prática, vamos assistir a uma onda de despejos atingindo sobretudo as famílias mais pobres e os centros urbanos, mais valiosos.


A Maçonaria, hoje

Carlos Completo — 21 Janeiro 2012

alojamozart_henriquemonteiro_72.jpgO forte alarido sobre a Maçonaria que surgiu nas últimas semanas corresponde, como alguns outros alaridos, apenas à espuma que circula à superfície de uma guerra de profundidade entre grupos económicos, em articulação com a grande onda de crise que varre hoje o capitalismo. As questões de fundo, a colocação em causa do próprio sistema, não estão em debate nos média. Não é para isso que os patrões pagam aos jornalistas e aos analistas de serviço.


Hospitais de campanha

Em Lisboa, com o encerramento das urgências do hospital Curry Cabral (sem estarem criadas alternativas), aumentaram os problemas no Santa Maria. Um maior afluxo às urgências, particularmente aos fins de semana e às segundas-feiras, traduz-se em corredores cheios de doentes em macas. Uma fonte hospitalar disse ao Público que “o Hospital de Santa Maria virou um autêntico hospital de campanha”. Do mesmo modo, 100 mil utentes de nove freguesias do concelho de Loures, que não são abrangidos pelo hospital de Loures, têm agora de deslocar-se para o São José, superlotando-o. Com este governo, piora, a passos largos, a situação dos utentes do Serviço Nacional de Saúde.


Otelo processado?

4 Janeiro 2012

Segundo a agência Lusa, o Departamento de Investigação e Acção Penal abriu um inquérito a Otelo Saraiva de Carvalho, por este, a propósito de uma manifestação de militares, ter admitido a hipótese de um golpe militar, caso fossem “ultrapassados os limites, com perda de mais direitos”. Este inquérito terá resultado de uma queixa apresentado por um “grupo de cidadãos”. Certamente estrénuos defensores do actual governo PSD/CDS e saudosos do fascismo, que Otelo ajudou a derrubar. Embora consideremos que a resolução dos problemas de fundo das classes exploradas passa por uma revolução de massas e não por qualquer golpe de estado, estamos com Otelo contra qualquer tentativa de incriminá-lo.


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