Tópico: Mundo

Os chineses de Guantánamo

João Bernardo — 15 Outubro 2008

chinesesguantanamo.jpgUm despacho da Associated Press com data de 8 de Outubro noticiava que nos Estados Unidos, a pedido do governo Bush, um tribunal federal de recurso suspendera temporariamente uma decisão judiciária que ordenava a libertação imediata de 17 muçulmanos chineses presos em Guantánamo desde 2001. Chineses? Em Guantánamo? Encarcerados há sete anos? Nunca de tal eu ouvira falar. Procurei a explicação, e de um texto razoavelmente embrulhado consegui perceber o seguinte.


Os bons costumes e os maus usos

João Bernardo — 10 Outubro 2008

É intrigante que a sociedade francesa, caracterizada desde há vários séculos por uma certa liberdade de costumes, coexista com atitudes de puritanismo tão cómicas como retrógradas. São conhecidas as dificuldades que As Flores do Mal e Madame Bovary tiveram com a justiça, para me limitar a estas duas incontestáveis obras-primas, embora seja muito menos referido o facto de terem sido as autoridades francesas − tanto quanto sei − a inaugurar a prática de condenar artistas dissidentes a internamento psiquiátrico.


Paradoxos da história georgiana

António Louçã — 7 Outubro 2008

Quem seguiu pela televisão a mais recente guerra no Cáucaso, pôde pasmar diante das imagens de uma estátua de Estaline na capital georgiana, Tbilisi. Não é pouca coisa, numa ex-república soviética, quando sabemos que a implosão da antiga URSS foi acompanhada pelo sistemático derrubamento das estátuas de dirigentes bolcheviques.


A reputação do capitalismo

6 Outubro 2008

“Se entrarmos num período de grande recessão e de perda de empregos, mas os principais administradores continuarem a receber enormes quantias, isso será mau para a reputação do capitalismo” declarou Peter Montagnon, director de investimentos da Associação de Seguradoras Britânicas.


Não vamos ganhar esta guerra

Segundo o Sunday Times, o general Mark Carleton-Smith, comandante das forças britânicas no Afeganistão, declarou numa entrevista que a guerra não podia ser ganha militarmente e que era desejável entrar em negociações com os Taliban. “Não vamos ganhar esta guerra”, disse o general. “Temos de reduzi-la a um nível de insurreição que não constitua uma ameaça estratégica e possa ser controlada pelo exército afegão”. A violência no país atingiu o pior nível desde 2001.


Bolívia: o dilema

João Bernardo —

bolivia1_72dpi.jpgO regime de Morales representa uma enorme ruptura porque surgiu não dos partidos políticos mas dos movimentos sociais, movimentos de massa organizados na base em torno de luta concretas. Foram eles que o levaram ao poder e o têm sustentado. Na Bolívia, a clivagem social corresponde a uma diferença étnica. Os pobres são índios ou mestiços, enquanto os ricos são descendentes dos colonizadores espanhóis. Isto faz com que os confrontos sociais sejam mais drásticos e visíveis, reforçados por uma diferença muito vincada nas tradições culturais, contribuindo para reforçar o racismo da direita.


O carácter de classe da candidatura de Obama

Larry Holmes (Workers World, adaptado) — 2 Outubro 2008

A campanha presidencial de Obama não foi lançada por um movimento de massas mas por uma parte da classe governante dos EUA e do seu aparelho político. Alguns apoiaram-no para combater os Clinton dentro do Partido Democrático, mas outras daquelas forças vêem-no mais bem preparado do que Hillary Clinton e McCain para enfrentar a crise central do imperialismo norte-americano. Querem encontrar uma forma de deter o rápido desgaste da posição dos EUA como poder económico e militar dominante.


Contra a repressão ao povo basco

Em 27 de Setembro, cerca de 2000 pessoas participaram em Baiona, França, numa manifestação contra a política repressiva do Estado francês em relação ao povo basco. A polícia francesa, em articulação com a polícia espanhola, acabara de deter 14 alegados militantes do Batasuna. Das palavras de ordem da manifestação, destacamos: Não nos irão deter; Liberdade para Euskal Herria. Entretanto, porque nada havia de concreto contra os 14 militantes independentistas bascos detidos nem o Batasuna está ilegalizado em França, as autoridades francesas foram obrigadas a pô-los em liberdade.


“Isto não vos lembra nada?”

José Vieira / MV — 1 Outubro 2008

f_ciganos04_72dpi.jpgO nosso amigo e cineasta José Vieira, que vive em Paris, acaba de nos enviar uma reportagem da expulsão programada de um grupo de famílias roms (ciganos originários da Roménia) da estação de Massy-Palaiseau, nos arredores a sul da capital francesa. Transcrevemos o essencial da sua longa descrição e algumas das fotos que nos fez chegar. Num folheto de solidariedade que reproduzimos em baixo (clicar na imagem para ver em tamanho maior), pode ler-se: «Por ocasião da primeira cimeira europeia sobre os ciganos, organizada em 16 de Setembro em Bruxelas pela Comissão Europeia e patrocinada conjuntamente pelo seu presidente José Manuel Barroso e pela presidência francesa do Conselho Europeu, a prefeitura do departamento de Essonne convida-o a vir assistir, nesse mesmo dia às 6 horas da manhã, à expulsão dos ciganos que habitam no estacionamento em construção da estação do metro regional de Massy-Palaiseau. A expulsão será lugar segundo a técnica varrimento rápido com a participação das forças da ordem.»


As eleições no Rio de Janeiro

Alexander Hilsenbeck —

O governo brasileiro, com a finalidade de garantir os “direitos políticos” e o bom andamento das eleições democráticas no Rio de Janeiro [eleições autárquicas de 5 de Outubro], está a ocupar 27 favelas, identificadas como “curral eleitoral”, com um “manto de segurança” formado pelo Exército e pela Marinha. A ocupação militar (pré-agendada para evitar confrontos reais) deve-se ao facto de que traficantes e milicianos (polícias que extorquem a população) estabeleceram tabelas de “portagens” para os candidatos às eleições entrarem nas comunidades, colarem cartazes e pedirem votos.


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