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Tópico: Mundo
Agora a Bélgica
A guerra chegou à Europa
Carlos Completo — 9 Abril 2016
Claro que os recentes actos de terror praticados em Bruxelas, espalhando a morte e o horror entre a população, e levados a cabo por elementos afectos ao chamado Estado Islâmico, do mesmo modo que os anteriormente verificados em Paris, Madrid, Londres, Nova Iorque e outros locais, são altamente condenáveis. Como também o são (não o esqueçamos) as agressões militares efectuadas no Iraque, Palestina, Afeganistão, Jugoslávia, Líbia, Síria (e não só) pelos EUA, pela NATO e por vários países cúmplices desta política imperialista. Política que, sob o pretexto de levar a “democracia ocidental” a outros países e continentes, o que pretende é, de facto, apropriar-se das matérias primas, nomeadamente do petróleo, abrir mercados para os seus produtos e subjugar os povos.
Contas ‘sãs’
Manuel Raposo — 6 Abril 2016
A Alemanha teve em 2015 um excedente orçamental de 19.400 milhões de euros, o valor mais alto desde 1990, quando o país foi reunificado. Também em 2014 conseguiu um excedente de 8.900 milhões. Estes resultados, em geral apresentados como uma façanha da disciplina das contas germânicas, posta em contraste com o “despesismo” da maioria dos países da União Europeia, não são independentes do facto de a Alemanha ser o principal aspirador da riqueza produzida na União.
Repensar a política da esquerda na Europa e no mundo
Prabhat Patnaik — 27 Março 2016
O economista marxista indiano Prabhat Patnaik, num artigo publicado no semanário do Partido Comunista da Índia, Peoples Democracy, em Julho de 2015, poucos dias depois de o governo grego do Syriza ter aceite novo pacote de austeridade imposto pela União Europeia, fez uma lúcida apreciação das razões que conduziram à capitulação de Tsipras. Como o autor afirma no início de Europa: o momento da verdade (que publicamos na íntegra), não se trata de criticar superficialmente o Syriza, mas de avaliar as causas profundas da derrota e repensar o comportamento político da esquerda na Europa e no mundo. A principal lição que Patnaik aponta é que se revelou falsa a suposição de que o capital financeiro poderia reconhecer os argumentos da “razão” e ser domesticado pela pressão popular, de que a Europa poderia regressar à situação de há uns anos atrás, de que a democracia poderia triunfar sobre o capital financeiro — tudo isto preservando as instituições do capitalismo europeu.
Trump, a lixeira a céu aberto
Manuel Raposo — 21 Março 2016
A linguagem desbragada e as posições abertamente reaccionárias de Donald Trump, o multimilionário republicano candidato à presidência dos EUA, valeram-lhe slogans como “Trump pró lixo” (Dump Trump). Os seus ataques racistas provocaram manifestações de repúdio de milhares de pessoas em diversas cidades dos EUA. Apesar disso, a sua campanha abeira-se da nomeação pelo partido Republicano. Ela representa o toque a reunir de uma vasta faixa da direita: classes médias temerosas do futuro, simples conservadores, racistas, fascistas.
Degradação
19 Março 2016
Falando numa conferência em Lisboa o ex-comissário europeu António Vitorino alertou para os perigos da “degradação da função política” nos tempos que correm e da correspondente “crise da democracia representativa”. Constatou a “delapidação das classes médias” que são “o esteio das democracias”. Reconheceu que “o centro de afunda” e que “as referências democrata-cristã e social-democrata se esvaziam” conduzindo a uma “estigmatização das elites”. Este é o caldo, alerta Vitorino, em que cresce “o ressentimento como força de transformação social”.
A esse “ressentimento” com capacidade de “transformação social” chamamos nós luta de classes.
O arrastão de Colónia
Urbano de Campos — 15 Março 2016
Em Junho de 2005, toda a comunicação social portuguesa fez parangonas com o que chamou o “arrastão” de Carcavelos. A PSP de Lisboa acusou “cerca de 500 indivíduos negros” de atacarem, roubarem e agredirem banhistas. “Testemunhas” confirmaram os maiores desmandos, comerciantes da praia fecharam os estabelecimentos. O presidente da CM de Cascais, verberou os “delinquentes” e “marginais”. A polícia aconselhou “os políticos” a “saber ler os sinais”. Dirigentes partidários reclamaram medidas de segurança reforçadas. Tudo se revelou falso.
Agravam-se as desigualdades
Pedro Goulart — 3 Março 2016
A Oxfam, uma organização não-governamental de âmbito mundial empenhada na luta pelo desenvolvimento e contra a pobreza, acaba de publicar dados recentes sobre a desigualdade social no mundo. Dois factos ressaltam: a desigualdade na distribuição dos bens é enorme e tende a aumentar; e a crise mundial do capitalismo tem agravado a situação, crescendo o fosso que separa os ricos dos pobres.
Os números apresentados não deixam margem a dúvidas.
Operação Condor: “Na história do mundo”
15 Fevereiro 2016
Manuel Contreras e muitos outros agentes das ditaduras sul-americanas foram formados na Escola das Américas, dirigida por militares e pelos serviços secretos norte-americanos. Foi uma academia de instrução militar onde os EUA treinavam militares aliados da América Latina durante a Guerra Fria. O insuspeito congressista Joseph Kennedy II chamou-lhe em 1994 (em todo o caso já depois do fim da ditadura chilena…) “escola de ditadores“, dizendo que “produziu mais ditadores e assassinos que nenhuma outra na história do mundo”.
Operação Condor: “500 anos por pagar”
A Operação Condor (ver artigo ao lado) foi da responsabilidade de Manuel Contreras, general chileno, braço direito de Pinochet. Chefe da polícia política criada pela ditadura militar em 1974, a DINA, concebeu e montou em 1975 a Operação Condor, reunindo Chile, Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Terão sido eliminados 100 mil opositores dos regimes em menos de duas décadas. Com o fim da ditadura chilena, Contreras, acusado de implicação directa em milhares de assassinatos, foi julgado e condenado a 529 anos de cadeia dos quais cumpriu perto de 20. Morreu em 8 de Agosto de 2015. Quando se soube que Contreras estava à beira da morte, houve manifestações nas redes sociais chilenas “rezando” para que ele não morresse, dizendo “Ainda faltam 500 anos por pagar”; ao mesmo tempo, muitos outros chilenos saiam à rua festejando o fim do torcionário.
Operação Condor ainda voa
Manuel Raposo (*) — 14 Fevereiro 2016
Numa entrevista conduzida pelos jornalistas Pedro Caldeira Rodrigues e José Manuel Rosendo (Lusa) o activista dos direitos humanos paraguaio Martín Almada revelou que a Operação Condor continua activa na América Latina e ameaça os regimes progressistas do continente.
O testemunho, prestado em 18 de Dezembro passado — e que assinalou o 40.º aniversário da assinatura do pacto de colaboração policial entre várias ditaduras latino-americanas — não teve eco na imprensa portuguesa, apesar da gravidade da denúncia feita por Martín Almada. Quando todos os regimes do nosso Ocidente democrático se mostram tão preocupados com os actos de terror que os atingem de vez em quando, é bom que se atente na escala industrial de mais este exemplo de terror de Estado de âmbito não já nacional, mas multinacional.