Arquivo: Maio 2022

A acção dos EUA nas guerras da Síria e da Ucrânia

Editor/ Richard Black, entrevista — 30 Maio 2022

Secretário de Estado dos EUA,  ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. Mandante e mandarete.

A dimensão das falsidades e distorções sobre a guerra na Ucrânia que nos são fornecidas diariamente só se saberá, porventura, quando as hostilidades terminarem. Até lá, corre-se o risco de esta propaganda cumprir a sua missão, que é forjar uma opinião pública moldada pelos interesses que o Ocidente persegue na guerra e retirar capacidade de resposta às populações atingidas, dentro e fora da Ucrânia. Foi o que sucedeu com o Iraque: de pouco serviu a confirmação de que as armas de destruição massiva afinal não existiam; o mal estava feito e a mentira tinha desempenhado a sua função. Testemunhos como o que agora divulgamos podem ajudar a perceber a diferença entre o que nos é dito por uma comunicação social domesticada e o que efectivamente esteve na origem da guerra e como ela se desenrola.


A ambição globalista da Nato

Manuel Raposo — 18 Maio 2022

Finlândia, Suécia. Mais dois peões para a política de sempre: o domínio dos EUA na Europa e no mundo

O previsto alargamento da Nato à Finlândia e à Suécia está a ser aclamado como uma prova do reforço e da coesão do bloco Ocidental e como uma demonstração da derrota dos planos “de Putin”, isto é, da Federação Russa. Soma-se isto aos clamores diários que anunciam uma vitória militar dos ucranianos e que pressagiam um descalabro económico da Rússia e até o possível derrube do regime russo. Esta visão ocidental da situação peca, não só por um optimismo postiço, próprio da propaganda de guerra (como é evidente acerca do desenrolar das operações militares), mas também pela miopia que atinge norte-americanos e europeus quando se trata de ver os acontecimentos para lá da espuma dos dias ou dos ganhos imediatos. 


A guerra na Ucrânia vista nas suas origens

Editor / Jacques Baud — 7 Maio 2022

Chefes de estado e de governo da Nato, Bruxelas, março 2022. Sem entender como a guerra acontece, não se pode encontrar solução

O noticiário esmagador sobre as desgraças humanas da guerra na Ucrânia — umas reais, outras inventadas ou amplificadas pelas necessidades da propaganda — cumprem um propósito: focar a atenção do público nos efeitos da guerra, desviando-a das causas que originaram o conflito. Ora, como todas as guerras sem excepção são fonte de sofrimento humano, o que as distingue só pode ser encontrado nas suas origens. Só aí se podem avaliar as razões políticas que as explicam e encarar os meios igualmente políticos de lhes pôr fim. É o papel que cumpre a entrevista dada pelo coronel suíço Jacques Baud à revista Zeitgeschehen im Fokus (Actualidades em foco), pondo em destaque o papel ofensivo e de provocação à Rússia que tiveram os EUA, através da Nato e com a cooperação da União Europeia, nos anos que antecederam a invasão russa de fevereiro deste ano.