A acção dos EUA nas guerras da Síria e da Ucrânia
Editor/ Richard Black, entrevista — 30 Maio 2022
A dimensão das falsidades e distorções sobre a guerra na Ucrânia que nos são fornecidas diariamente só se saberá, porventura, quando as hostilidades terminarem. Até lá, corre-se o risco de esta propaganda cumprir a sua missão, que é forjar uma opinião pública moldada pelos interesses que o Ocidente persegue na guerra e retirar capacidade de resposta às populações atingidas, dentro e fora da Ucrânia. Foi o que sucedeu com o Iraque: de pouco serviu a confirmação de que as armas de destruição massiva afinal não existiam; o mal estava feito e a mentira tinha desempenhado a sua função. Testemunhos como o que agora divulgamos podem ajudar a perceber a diferença entre o que nos é dito por uma comunicação social domesticada e o que efectivamente esteve na origem da guerra e como ela se desenrola.
O coronel (ref.) norte-americano Richard Black combateu no Vietname e integrou as forças da Nato na Alemanha durante a guerra-fria. Foi director da Divisão de Lei Criminal no Pentágono e senador no estado da Virgínia de 2012 a 2020. Não obstante se declarar patriota e pró-americano, as denúncias que faz sobre os serviços secretos e as acções militares dos EUA são demolidoras.
Nesta entrevista, dada ao Schiller Institute, começa por lembrar como foi iniciada pelos EUA a guerra na Síria em 2011 e faz o paralelo com a guerra na Ucrânia. Onde vão os EUA recrutar os seus mercenários nas guerras por procuração? Quais as ligações entre a CIA e o terrorismo internacional? O alegado massacre de Bucha existiu? O exército russo quer mesmo destruir a Ucrânia? São verdadeiras as ambições “imperiais” atribuídas à Rússia e a Putin?
Comentários dos leitores
•Leonel Lopes Clérigo 31/5/2022, 14:32
ALTRUISMOS
O MV tem, em minha opinião modesta, feito um esforço meritório e raro ao tentar desbravar as questões que nos podem levar a entender a designada "GUERRA na UCRÂNIA".
De facto, o "tratamento" do tema pelas grandes empresas de COMUNICAÇÃO SOCIAL CAPITALISTAS, tem levado a um denso "nevoeiro" o que nos permite compreender os "resultados" das "SONDAGENS NACIONAIS" sobre a "GUERRA na EUROPA".
Sendo assim, considero que e ao contrário do texto acima, não estarmos em presença duma "COMUNICAÇÃO SOCIAL DOMESTICADA" mas sim ENGAJADA, colaboradora. Não temos que nos admirar: A COMUNICAÇÃO SOCIAL é hoje constituída por grandes empresas CAPITALISTAS que, naturalmente, "puxam a brasa à sua sardinha".
Vejamos um exemplo do "nevoeiro cerrado" com que a COMUNICAÇÃO SOCIAL nos brinda.
1 - A Srª Jornalista TERESA de SOUSA fez sair um texto no JORNAL PÚBLICO de 22 de Maio com um título bem sugestivo: "Antiamericanismo, a doença infantil das democracias". E se entendi bem o "essencial" do que nos quiz dizer, arrisco resumi-lo nestas linhas suas: "... a União Europeia e, antes dela, a Comunidade Europeia, puderam desenvolver-se e garantir a liberdade e a prosperidade aos europeus, durante a Guerra Fria e depois da Guerra Fria, porque delegaram na América (nos USA...) a tarefa altamente dispendiosa da sua segurança."
2 - Não deixa de ser interessante esta ideia que tem a Jornalista Teresa de Sousa de que os IMPÉRIOS "podem ser" EMPREENDIMENTOS NÃO LUCRATIVOS, guiados pelo ALTRUÍSMO e o AMOR ao PROGRESSO, à DEMOCRACIA e à PAZ do MUNDO. Os USA e como é costuma dizer-se "não ganharam nada com o quiosque". Ou talvez seja ainda: "quem corre por gosto, não se cansa..."
3 - Já existem hoje alguns "estudos de História" que nos elucidam de que modo e quanto contribuíram as "PROVÍNCIAS ROMANAS" para o "bolo" IMPERIAL que, através das "vias Romanas" (terrestres e marítimas") afluíam a ROMA.
E também já existem HOJE alguns estudos que nos mostram como "afluem" aos USA "altos rendimentos" DRENADOS - como eram em Roma - para os USA. Não é por acaso que a grande maioria dos cerca de 200 países do PLANETA são SUBDESENVOLVIDOS.
3 - A Srª decana dos Jornalistas TERESA de SOUSA não esteja preocupada com as DESPESAS "ALTRUÍSTAS" do IMPÉRIO USA: eles sabem tratar bem da sua vida. E em último caso, também aprenderam do IMPÉRIO de ROMA as diferentes formas de se porem as "ROTATIVAS" a trabalhar. Algum "totó" há-de pagar...