Arquivo: Março 2022

O Ocidente diante das suas fragilidades

Manuel Raposo — 28 Março 2022

G 7 unido. O resto do mundo é que não querer ir a reboque.

Elemento chave da guerra de propaganda do Ocidente contra a Rússia é o argumento de que está em causa um confronto entre Democracia e Autocracia. O argumento, estendendo-se para lá do conflito da Ucrânia, envolve igualmente a China e pretende fazer crer que existe uma conspiração de ditaduras e autocracias por esse mundo fora cujo objectivo é minar e derrubar os regimes democráticos ocidentais. 


O que vale a “unidade” do Ocidente imperialista?

Editor / James Smith — 22 Março 2022

A verde, países que aplicam sanções à Rússia desde 2014. O panorama pouco mudou em 2022.

O Ocidente europeu e norte-americano, mais os seus amigos australianos e japoneses, invocam a cada passo a “unidade” conseguida entre eles em resposta à guerra na Ucrânia para demonstrarem o “isolamento” da Rússia e até da China. A realidade é um pouco diferente se olharmos para o conjunto do mundo. Por exemplo, mais de cem países recusam seguir as imposições dos EUA e da Europa acerca das sanções à Rússia. Entre eles contam-se não só a China e o Irão, mas também a Índia, a África do Sul, o Brasil ou o Egipto, e muitos outros da América Latina, da Ásia e da África. Que efeito terá, a prazo, esta dissidência em relação aos ditames norte-americanos e europeus, sabendo que aqueles países representam a larga maioria da população mundial?


Armas biológicas? Os EUA devem uma explicação

Urbano de Campos / Global Times — 16 Março 2022

Televisão russa divulgou documentação e localização dos laboratórios biológicos EUA-Ucrânia

As forças russas na Ucrânia reuniram provas documentais sobre laboratórios de investigação em agentes biológicos financiados e geridos conjuntamente pelo Departamento da Defesa dos EUA e as autoridades ucranianas. São cerca de 30 as instalações existentes na Ucrânia, algumas geridas em exclusivo pelos EUA. Mais umas centenas delas estão espalhadas por várias partes do mundo. A denúncia feita pelos russos colocou os EUA em má posição: primeiro negaram o assunto, depois tentaram virar o bico ao prego acusando os russos de estarem a arranjar pretextos para o uso de armas químicas no conflito ucraniano. Os argumentos norte-americanos não convencem ninguém minimamente informado — quem tem de dar explicações ao mundo sobre o caso são eles e não a Rússia. 


Contra informação 

Editor — 12 Março 2022

1 A direcção da Meta (empresa proprietária do Facebook e Instagram) decidiu contribuir para o esforço de guerra do Ocidente com aquilo que melhor sabe fazer: dar largas a que sejam produzidos insultos e ameaças de morte contra cidadãos e militares russos, incluindo os presidentes russo, Putin, e bielorrusso, Lukashenko. Quatro mil e quinhentos milhões de pessoas, tantas como as que seguem as duas plataformas, passaram assim a ser destinatárias da mais miserável propaganda de guerra: a que pode ser feita por qualquer energúmeno, a coberto de nome falso, sem receio de represálias.


Ucrânia empurrada para a frente de batalha

Manuel Raposo — 4 Março 2022

EUA-NATO: serviço combinado atira a Ucrânia para a frente de batalha

No ataque da Rússia à Ucrânia, os EUA e a UE têm ocasião de ver, em espelho, as suas próprias acções das últimas décadas. O mesmo vale para as autoridades portuguesas e para cada um dos governos europeus, que nunca levantaram qualquer objecção às intervenções militares, às sanções e às ameaças de todo o tipo, com origem nos EUA ou na própria UE, contra países como a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria, a Venezuela, o Irão, ou Cuba — todos eles tão soberanos como a Ucrânia.