Arquivo: Janeiro 2022

Os velhos novos liberais, ou vice-versa

Manuel Raposo — 28 Janeiro 2022

Mas quando é que nos últimos 47 anos o capital privado e a iniciativa individual estiveram proibidos ou coarctados?

De súbito, toda a direita se declara mais ou menos “liberal”. Acusa a esquerda (entenda-se: a esquerda parlamentar) de vícios estatistas e verbera-a por “não ser amiga” dos empresários. Aponta aos últimos seis anos de governo a culpa por uma estagnação económica que vem de há décadas e clama por reformas que, na verdade, nenhum governo, de qualquer cor, pôs em prática. Que liberalismo é esse e de que reformas fala?


A esquerda perante a ofensiva imperialista

Manuel Raposo — 26 Janeiro 2022

Expansão da NATO para a Ucrânia é mais uma provocação à Rússia

O mundo está a ser arrastado para uma nova guerra fria. O extremar dos conflitos em torno de Taiwan e da Ucrânia são disso evidência. As maiores potências alinham forças, forjam alianças e preparam-se para confrontos que ultrapassam a mera competição económica e podem resvalar para o confronto militar. Que atitude deverá ter a esquerda anticapitalista e anti-imperialista a este respeito? Será possível manter uma posição de neutralidade e de equidistância sem tratar de saber quem agride e quem é agredido, quem provoca e quem se defende? A réplica que faço ao artigo de António Louçã “Putin e Xi Jinping, os favoritos do imperialismo” procura trazer estas interrogações para uma discussão aberta, na ideia de contribuir para que a esquerda não passe ao lado de acontecimentos que certamente vão marcar o nosso futuro próximo.


Putin e Xi Jinping, os favoritos do imperialismo

António Louçã — 14 Janeiro 2022

Reagan e Gorbachov na cimeira de Reiquiavique, 1986. Promessas…

Os EUA e a União Europeia esperneiam e esbracejam com as ameaças de Putin contra a Ucrânia e com as ameaças de Xi Jinping contra Taiwan, com os atentados de serviços secretos russos contra opositores políticos e dos tribunais chineses contra o movimento pró-democracia em Hong Kong. Festival de hipocrisia: ninguém é mais conveniente para o imperialismo do que déspotas como Putin ou Xi Jinping.


O nó górdio do crescimento económico

Manuel Raposo — 9 Janeiro 2022

Em 12 anos, a parte do trabalho no PIB caiu de 65,8% para 54,7%. Os 11,1 pontos de diferença foram para o prato da balança do lado do capital

Promessas de crescimento económico, das mais variadas, são cavalo de batalha de todos os candidatos às eleições de 30 de janeiro, com presença obrigatória em todos os programas. Mas, ano após ano, a ideia teima em não ter resultados práticos. Porque não progredimos verdadeiramente desde há décadas? Porque é tão difícil concretizar uma política de crescimento viável? Porque é que as percentagens de crescimento, quando as há, são anémicas, sem efeitos reais nas condições de vida da população? E porque é que, mesmo nesta penúria, as fortunas se acumulam do lado do capital?