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Arquivo: Maio 2017
Mais dinheiro para a NATO?
Pedro Goulart — 30 Maio 2017
Na cimeira da NATO, recentemente realizada em Bruxelas, Donald Trump acusou “23 dos 28” países membros desta Organização de não cumprirem as suas “obrigações financeiras”, avisando que 2% do Produto Interno Bruto “é o mínimo” exigível para reforçar a defesa colectiva. E afirmou que tal “não é justo para as pessoas e contribuintes dos Estados Unidos”, salientando que algumas destas nações “devem massivas quantidades de dinheiro dos últimos anos”. Trump referia-se ao compromisso, assumido na cimeira desta organização imperialista, em 2014, de, no espaço de uma década, todos os aliados destinarem 2% do respectivo PIB a despesas militares.
Guterres com Trump ao lado de Israel
Manuel Raposo — 27 Maio 2017
Dias depois da proeza de censurar a denúncia do apartheid israelita contra a população palestina (ver texto “Gueterres ajoelhado”, aqui publicado em 2 de Abril), o secretário-geral da ONU António Guterres, discursando a 23 de Abril no Congresso Mundial Judaico, em Nova Iorque, fez uma verdadeira profissão de fé na defesa de Israel.
Quando milhares de prisioneiros palestinos estão em greve de fome, declarou-se “na primeira linha contra o antissemitismo”. Ignorando o desrespeito sistemático de Israel pelas resoluções da ONU, afirmou que Israel deve ser tratado “como qualquer outro” estado. Desprezando a sabotagem israelita à formação de um estado palestino, defendeu “o direito inegável” à existência de Israel. Condenou o “discurso de ódio” antissemita, escondendo o discurso de ódio dos sionistas contra os palestinos. Fugindo de tratar os temas quentes, não disse palavra sobre o recente ataque militar de Israel ao aeroporto de Damasco nem sobre as ameaças ao Irão.
Continua a luta dos trabalhadores gregos
18 Maio 2017
Ontem, 17 de Maio, foi levada a cabo a primeira greve geral de 2017 na Grécia. A paragem generalizada verificou-se no dia em que o parlamento grego iniciou a discussão de um pacote de leis para fechar a segunda revisão do programa de resgate, que inclui um corte nas pensões a partir de 2019 e subidas de impostos a partir de 2020.
Os sindicatos baptizaram esta medida de “quarto memorando” por se tratar de ajustes adicionais, não previstos no terceiro resgate, que se aplicarão quando terminar o programa actual.
A greve foi apoiada pelos controladores aéreos e por trabalhadores do metro, autocarros, eléctricos e do transporte ferroviário.
Os hospitais apenas disponibilizaram serviços mínimos, já que os médicos e pessoal hospitalar estão em greve de 48 horas, que se prolonga até hoje, quinta-feira.
Também os reformados e sectores autónomos, como médicos do privado, engenheiros e advogados se uniram à mobilização.
Igualmente, os sindicatos convocaram manifestações para Atenas e outras cidades de maior dimensão no país, exigindo o fim da austeridade e a devolução dos direitos roubados. Houve vários confrontos entre a polícia e os manifestantes.
Democratas e antifascistas de quilate
17 Maio 2017
O PCP e o BE propuseram à Assembleia da República, em 11 de Maio, um voto de apoio aos presos palestinos com três pontos: solidariedade com os presos, exigência de cumprimento por parte de Israel do direito internacional e reafirmação pelo Estado português da coexistência de dois estados, Palestina e Israel. Apesar da singeleza, quase inóqua, da moção — que apenas reafirma coisas que se julgariam assentes — só dois dos três pontos foram aprovados.
O resultado da votação é significativo da qualidade dos nossos democratas e aqui fica registado. O primeiro ponto foi aprovado com os votos contra do PSD e do CDS-PP e da deputada do PS Rosa Albernaz. O segundo ponto foi rejeitado com os votos contra dos mesmos e com a abstenção do PS. O terceiro ponto foi aprovado por todas as bancadas, mas com os votos contra de João Rebelo e João Almeida, ambos do CDS-PP.
De entre os deputados do PS apenas quatro (Isabel Santos, Wanda Guimarães, Paulo Pisco e Bacelar Vasconcelos) votaram a favor de todos os pontos.
Mais de 1500 presos palestinos em greve de fome
Urbano de Campos —
Entre 1500 e 2000 palestinos detidos nas prisões israelitas entraram em greve de fome a 17 de Abril, exigindo o fim dos maus tratos a que são sujeitos e reclamando condições de detenção dignas, de acordo com as regras do direito internacional. Liberdade e Dignidade é a bandeira do movimento.
O protesto responde a um apelo lançado inicialmente por Maruan Barguti, um dos líderes da Fatah da Cisjordânia, preso desde 2002 e condenado por Israel a cinco penas de prisão perpétua por ter organizado e conduzido as Intifadas de 1987 e 2000. Negociações feitas nas próprias prisões entre militantes da Fatah e do Hamas estabeleceram um acordo para esta greve de fome conjunta, depois aprovada pelos dirigentes políticos da Cisjordânia e de Gaza.
PDE é nome de arma política
Manuel Raposo — 12 Maio 2017
Já com as contas públicas de 2016 encerradas, um coro de vozes a vários tons — FMI, Banco Central Europeu, Ecofin, Comissão Europeia — veio lembrar as fragilidades da economia portuguesa, as incertezas futuras, a “insustentabilidade” dos valores conseguidos. Tudo apontando numa mesma direcção: a necessidade de “reformas”. Teve, obviamente, os esperados ecos internos vindos do Conselho das Finanças Públicas, das organizações patronais e, claro, da direita troiko-dependente. E em cima de tudo isto, as agências de rating re-confirmaram o “lixo” para que remetem a economia lusa.
Arrasta-se assim, sine die, o prazo para o esperado levantamento do chamado “procedimento por défice excessivo”, contrariando o optimismo de Marcelo e de Costa.
Lutas em vários sectores laborais
Pedro Goulart — 7 Maio 2017
Trabalhadores do comércio e dos serviços, da hotelaria, dos transportes e da indústria puseram em marcha, nas últimas semanas, greves e protestos diversos por aumentos salariais e melhores contratos de trabalho. Contrariam assim a acalmia nas acções reivindicativas que se verificou com a formação do actual governo. Se esta movimentação se mantiver e se alargar a mais sectores, podem criar-se condições para uma mudança da situação vivida no último ano e meio.
A impossibilidade de o governo de António Costa dar satisfação, por um lado, às directrizes da União Europeia e às exigências do capital e, por outro lado, às justas reivindicações das classes exploradas, aponta nesse sentido. O jogo de cintura de que o governo tem dado provas, bem como a “flexibilidade” do BE e do PCP no apoio prestado ao governo, têm limites — esses limites são as necessidades dos trabalhadores em melhorarem a sua vida de forma palpável. A profunda crise do capitalismo não comporta, ao mesmo tempo, o aumento de lucro dos capitalistas e progressos significativos nas condições de vida dos trabalhadores e do povo. O caminho é a luta, sem a ilusão de que o capital e o trabalho possam sair ambos a ganhar.
O sangue da manada
6 Maio 2017
Os manejos da União Europeia sobre o défice e a dívida pública não se destinam só a Portugal. Pela mesma altura que o holandês Dijsselbloem lançava a suas atoardas contra os países do sul (como bom colonialista que vê nos índios e nos negros apenas preguiçosos), o alemão Schauble punha a hipótese de colocar a Grécia fora do euro (como se a expulsasse do Espaço Vital alemão). Ou isso ou, mais “reformas”, disse ele.
Tais “reformas”, depois de tudo o que já foi “reformado” na Grécia, só poderiam significar destroçar a sociedade grega e reduzir os gregos a escravos.
Talvez porque comece a ver que esta via das “reformas” está esgotada, Schauble já admite a possibilidade de afastar a Grécia do euro. Porquê?
Liberdade a sério
3 Maio 2017
Tirando as manifestações populares, as comemorações do 25 de Abril são de há muito uma exibição das forças do poder. Discursos sobre os seus planos para o país, condecorações aos seus servidores ou aos seus personagens emblemáticos, às vezes ocasião para guerrilhas partidárias.
Mesmo as manifestações de rua se mostram cada vez mais saudosistas, sem real capacidade de intervenção política. Fala-se, claro, do que “ainda falta fazer” (Catarina Martins, BE) ou garante-se, num suplemento de ânimo, que o 25 de Abril “está carregado de futuro” (Jerónimo de Sousa, PCP). Mas a verdade é que tudo não passa de uma evocação momentânea, em que as massas, quando muito, soltam os seus gritos de alma, deixando depois “aos políticos” e ao Estado a tarefa de fazerem no resto do ano o que o povo está impedido de fazer: transformar a vida pelas sua próprias mãos, dar outro caminho ao país. E, no entanto, se houver memória, foi isto que aconteceu no breve ano e meio de Abril a Novembro.