Arquivo: Outubro 2007

O mecanismo

5 Outubro 2007

A riqueza produzida no país reparte-se hoje à razão de 60% para o capital e 40% para o trabalho – depois de ter chegado a meio por meio a seguir a 1974.
Bem reconhece o economista João César das Neves (professor, católico, de direita) que “a crise não é económica”. De facto, não é a produção, por si, ou a falta dela, que gera tamanha desigualdade. Porque é que, mesmo com baixo ritmo de crescimento, a riqueza não pára de aumentar, em volumes inéditos, nas empresas dominantes?


Fora do poder é a crise

chairs-on-a-cliff.gifFalar de “crise do PSD” só pelas revelações ou pelos insultos a que a zanga de comadres deu azo é ficar longe da verdadeira questão. Nada do que se viu nas últimas semanas é inédito ou exclusivo dos social-democratas.


Ir mais longe

Vladimiro Guinot —

No concelho de Barcelos, duas centenas de trabalhadores regressados de “férias” (com salários e subsídios em atraso) encontraram as portas das empresas encerradas. Dos patrões, das mercadorias e da maquinaria nem sombras.


Crise imobiliária, sinal do declínio do capitalismo norte-americano

Carlos Simões —

A finança internacional e as autoridades monetárias estão em alerta para uma crise económica mundial. O alarme foi dado no início de Agosto quando a Bolsa de Wall Street perdeu mais de um trilião de dólares em valores. A causa imediata da convulsão foi o colapso do regime de crédito à habitação “sub-prime.”


Os EUA na encruzilhada da Ásia Central

José Mário Branco —

O governo de Bush, líder do processo de invasão e ocupação do Afeganistão, vê os “amigos”, abandonarem-no: a Coreia do Sul e o Canadá vão retirar; Alemanha, Japão e Itália discutem a continuidade da colaboração naquela guerra; a França ambiciona uma actuação autónoma e, a par de declarações agressivas contra o Irão, desenvolve uma operação diplomática nos países do Cáspio, cujos petróleo e gás natural também são cobiçados pela Rússia e pela China e foram uma das razões da invasão pelos EUA. Isto, a norte do Afeganistão.


Bush prepara nova frente de guerra no Médio Oriente

M. Raposo —

bushsocrates.jpgOs preparativos para uma guerra contra o Irão, ao que tudo indica, estão em marcha – em Washington, em Telavive e …em Paris. De Lisboa, Sócrates, em nome de Portugal e da União Europeia, dá empenhados sinais de apoio à política terrorista de George Bush.


Os fora-da-lei

M. Raposo —

Repetindo o expediente de há 5 anos contra o Iraque, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros teve a falta de originalidade de exigir da “comunidade internacional” mais sanções sobre o Irão.


EUA: mais de 36 milhões de pobres

A pobreza afecta 36,5 milhões de norte-americanos, dos quais 35% são crianças, de acordo com o inquérito anual do Gabinete de Recenseamento dos EUA.
Existem 12,8 milhões de pobres entre as crianças e jovens com menos de 18 anos e 8,7 milhões de crianças sem assistência médica. A pobreza afecta também 3,4 milhões de pessoas com mais de 65 anos.
Neste inquérito, a pobreza é definida por um rendimento anual abaixo dos 10.000 dólares (7318 euros), para indivíduos, ou 20.000 dólares (14.637 euros), para uma família de quatro pessoas.
No último ano, aumentou de 44,8 para 47 milhões o número de norte-americanos sem seguro de saúde, o que significa 15,3 por cento da população.


Flexi-segurança, escravatura assalariada

Vladimiro Guinot —

A Greve, Segall, 1956Flexi-segurança é caminho para relações de trabalho sem regras.
Horários, mobilidade, despedimentos, contratação polivalência – tudo dependerá, na prática, do arbítrio dos patrões.

O que caracteriza a flexi-segurança é a desregulação quase integral das relações de trabalho, deixando ao arbítrio dos patrões a sua definição.


Cavaco, Sócrates e agora também Menezes querem fazer passar o tratado da União Europeia sem referendo

M. Gouveia —

Para resolver o impasse provocado pelo chumbo da Constituição da UE, preparam-se agora os donos da Europa para aprovar um texto em 96% igual ao anterior. Em vez de “Constituição” chamaram-lhe “Tratado”. Com este truque fomal, os governos podem aprová-lo com uma simples ratificação parlamentar, o que evita a rea-lização de referendos em que poderiam ser novamente derrotados, expropriando assim os povos do direito de opinião.