Arquivo: Abril 2016

Coimbra: luta contra salários em atraso

30 Abril 2016

Cerca de 200 operários têxteis da Santix e da Insieme, na sua maioria mulheres, estão em luta, reclamando o pagamento do salário do mês de Março, assim como dos subsídios em atraso. A Insieme, que trabalha nas instalações da Santix, mas tem sede em Ceira, afixou um papel a informar que as trabalhadoras estavam de férias até 2 de Maio, mas não pagou aos trabalhadores parte dos salários. As trabalhadoras da Santix também ainda não receberam o mês de Março e a empresa deve-lhes o subsídio de férias de 2014. O acordo de pagamento mensal de 50 euros para abater a dívida de cerca de 3 mil euros para com cada trabalhador também deixou de ser cumprido.


Portway: contra o despedimento colectivo

26 Abril 2016

Uma ameaça de despedimento colectivo, no conjunto dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, paira sobre 257 trabalhadores da Portway. Contra a ameaça desta empresa de assistência aos passageiros e aviões (handling), os trabalhadores têm vindo a realizar diversas acções de protesto. No dia 18 de Abril, levaram a cabo uma greve nos três aeroportos e, nos plenários então realizados, foram denunciadas as manobras das várias empresas e entidades oficiais que intervêm nos aeroportos portugueses. A Ryanair, empresa de voos low-cost, no termo dos contratos que tinha com a Portway, rescindiu-os, acusando esta de querer aumentar muito os preços de assistência. E a Portway procura compensar o dinheiro que perde: despedindo trabalhadores efectivos e com melhores salários, ao mesmo tempo que efectiva outros em piores condições, ou contrata trabalhadores eventuais a tempo parcial.


Brasil: um golpe à paisana

Manuel Raposo —

BrasilpobrezaO carnaval montado na Câmara dos Deputados brasileira, a que todo o mundo pôde assistir em directo na noite de 17 de Abril, não pode ter outro nome que não seja o de um golpe de Estado — palaciano, no caso. A corte de deputados e de juízes sustentada pelo erário publico e pela corrupção descarada confabulou-se para impugnar a presidente e para afastar o Partido dos Trabalhadores do poder. Isto, a ninguém escapa por mais voltas que se dê ao assunto. A pergunta que resta à esquerda é saber por que razão Dilma, Lula e o PT chegaram ao ponto de serem corridos por um bando de malfeitores, aparentemente com a maior das facilidades. E qual vai ser a resposta dos trabalhadores e dos pobres.


Soares da Costa: despedimento colectivo

25 Abril 2016

A Soares da Costa pretende avançar até ao final de Abril com um processo de despedimento colectivo de 519 trabalhadores. Este despedimento, justificado pela empresa por “causas internas”, assim como pela crise na construção em Portugal e Angola, corresponde a cerca de 20% do universo dos seus 4500 efectivos e abrange, fora de Portugal, designadamente o Brasil, Angola e Moçambique. Nesta fase, o Sindicato da Construção aconselha os trabalhadores da Soares da Costa com vencimentos em atraso a suspenderem os contratos, para “pelo menos receberem 70% do salário”. O presidente do sindicato adianta que os cerca de 300 trabalhadores da construtora que estão em situação de inactividade têm dois meses de salários em atraso, enquanto os que estão em Angola contam já com cinco vencimentos por liquidar.


Estivadores de Lisboa em greve

24 Abril 2016

O Sindicato dos Estivadores, que já travou duras lutas contra o patronato e os seus governos, iniciou, no dia 20 de Abril, um novo período de greve no porto de Lisboa, abrangendo também os trabalhadores dos portos de Setúbal e da Figueira da Foz. Depois de mais uma ronda negocial e de os estivadores terem aceite grande parte das propostas da mediação, os patrões pretendem continuar a tentar trocar estivadores profissionais por trabalhadores precários e sem formação adequada, protelando também o Contrato Colectivo de Trabalho, por quererem travar a progressão na carreira. De acordo com o pré-aviso de greve, os estivadores vão fazer greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, vão recusar trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriado. E prevê-se que a greve se prolongue até 12 de Maio


Greve na CaetanoBus

23 Abril 2016

Por aumentos salariais para todos, sem discriminações, os trabalhadores da CaetanoBus fizeram greve no dia 18, durante uma hora, e realizaram uma concentração frente à sede da empresa, em Vila Nova de Gaia, onde também está sediado o Grupo Salvador Caetano. A empresa, em clara violação da lei e do princípio da igualdade, atribuiu aumentos salariais aos trabalhadores dos escritórios e às chefias, e, em evidente represália, não atribuiu qualquer aumento de salário aos trabalhadores da produção, por estes fazerem greve e reclamarem a aplicação dos seus direitos. Contra esta acção persecutória, os trabalhadores prometem continuar a luta, até que a CaetanoBus dê provimento às suas reivindicações. Um plenário de trabalhadores deverá ter lugar no dia 3 de Maio.


Trabalhadores do Pingo Doce em luta

22 Abril 2016

Trabalhadores e delegados sindicais dos supermercados Pingo Doce, concentrados junto à sede da empresa, acusaram esta de “repressão”, “assédio moral” e de desrespeito pelos horários de trabalho. Em declarações aos jornalistas, Flora Osório afirmou que não há actualização salarial desde 2010, referindo ainda que “O trabalho nocturno é praticado como se fosse horário de trabalho normal e as férias não podem ser marcadas para épocas festivas e balneares”. Também Isabel Camarinha, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal afirmava que foi entregue à Administração, em Fevereiro, um caderno reivindicativo dos trabalhadores e um pedido de reunião, acrescentando: “Os trabalhadores têm salários baixíssimos e condições de trabalho que numa empresa desta dimensão são injustificáveis, no que se refere, por exemplo, à segurança e higiene”.


Draghi e Marcelo

Pedro Goulart — 20 Abril 2016

Draghi Mario Draghi, actual presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo funcionário da Goldman Sachs, veio à primeira reunião do Conselho de Estado, onde defendeu as políticas do anterior governo de Passos Coelho, salientando que “os esforços desenvolvidos por Portugal foram notáveis e necessários” e que há “sinais claros” de que estão a “dar fruto”. Lançou também dúvidas sobre a política orçamental do governo de António Costa e sublinhou que “não se justifica anular reformas anteriores”. Draghi referiu ainda a necessidade de Portugal alterar as leis eleitorais e de levar a cabo uma revisão constitucional. O que poderia dizer um dos responsáveis da troika, que infernizou a vida dos portugueses? Mas por estas afirmações se pode ver o despudor com que os responsáveis europeus tratam os pequenos países, assumindo posições de diktat e de grande arrogância.


EUA “comemoram” aniversário da invasão do Iraque com ataque aéreo à Universidade de Mossul

17 Abril 2016

UniMossul_antesEntre 19 e 22 de Março, a força aérea dos EUA bombardeou a Universidade iraquiana de Mossul, causando dezenas de mortos e feridos civis. O ataque, desencadeado sob o pretexto de que o Estado Islâmico procedia ao fabrico de bombas nas instalações da Universidade, foi iniciado três dias antes dos atentados de Bruxelas e não mereceu qualquer destaque na comunicação social ocidental. Pode mesmo dizer-se que foi simplesmente ignorado — a melhor forma de tornar “inexistentes” para a opinião pública os actos de terror maciço praticado pelas exemplares democracias europeias e norte-americana.
O mesmo não se passa com as vítimas e em geral no mundo árabe. A iraquiana Souad Al-Azzawi, professora e investigadora em engenharia geológica e ambiental, difundiu nas redes sociais os seguintes testemunhos sobre o ataque, dando conta da barbaridade dos EUA e da revolta das populações atingidas.


O folhetim do Panamá

Pedro Goulart — 14 Abril 2016

papeis-do-panama-ali-baba_cropAs revelações diariamente vindas a público a partir dos chamados Papéis do Panamá são claramente orientadas e ocupam grande parte do espaço informativo e de debate. Até agora não nos têm surpreendido: limitam-se a revelar alguma coisa do que já sabíamos ou pressentíamos sobre as múltiplas e habituais operações financeiras de muita gente das classes dominantes. Só os distraídos podem estar seriamente indignados.


Página 1 de 2 Mais antigos >