Arquivo: Maio 2015

Órfãos do Muro de Berlim?

Por uma Plataforma Comunista — 30 Maio 2015

25ADebates travados em volta do manifesto Enfrentar a crise, lutar pelo socialismo – Uma perspectiva Comunista, têm-nos permitido encontrar bons motivos de polémica em torno das questões que afectam o movimento comunista e a luta dos trabalhadores pelo socialismo. Publicamos neste número um dos temas vindos a lume, que se prende com a avaliação das causas que permitam explicar a aparentemente súbita viragem dos anos 80 — materializada na ofensiva desencadeada pelo capital, na debilidade da resistência do movimento laboral e no apagamento do movimento comunista. Proximamente, daremos sequência à discussão destes temas.


Os média e a repressão policial em Guimarães

Pedro Goulart — 22 Maio 2015

GuimaraesAs imagens amplamente divulgadas do polícia Filipe Silva a espancar José de Magalhães (e o pai) na presença dos filhos, em Guimarães, foram suficientemente elucidativas do modo como actuam alguns “agentes da ordem”. Contestado em acção, o subcomissário Filipe Silva, que comanda a esquadra de investigação criminal da PSP de Guimarães, e que tem fama de duro, não contente com o bastão que usava, e para ser mais eficaz, recorreu a um bastão extensível de aço. E foi o que se viu.
Lamentavelmente, com esta acção, o homem tão gabado por colegas e amigos, o “excelente profissional” Filipe Silva, viu adiada a entrega de um louvor que o comandante distrital da PSP de Braga tinha “em cima da mesa” para lhe entregar!


Modo de vida

Urbano de Campos — 17 Maio 2015

dias_loureiro_PDA massa de que é feito Passos Coelho, se dúvidas houvesse, ficou à vista com o elogio que fez a Dias Loureiro, na inauguração de uma queijaria em Aguiar da Beira. Com o visado à sua frente, o primeiro-ministro retratou-o como um “empresário bem sucedido”, um homem que soube “vencer na vida”. Depois de ter mandado emigrar os jovens, de achar que os reformados não merecem as pensões que recebem, de insultar os pobres por viverem “acima das suas posses” e de ainda considerar elevados os custos do trabalho, Coelho fecha da melhor maneira este círculo de desmandos: elevando à condição de modelo um oportunista que usou os cargos partidários e do Estado para enriquecer, mover influências, concertar-se com outros da mesma laia.


O mistério do desemprego

10 Maio 2015

Na conversa do poder, o desemprego tem sempre ar de mistério. Tudo na economia parece caminhar no bom sentido, até já há crescimento, diz o governo, mas estranhamente o desemprego não baixa. O mistério desfaz-se se atendermos a duas ou três verdades que o mundo capitalista não pode ver nem aceitar.

Uma, é que a actual crise resulta de uma produção superabundante para a qual não há mercado, em larga parte porque a massa dos assalariados não tem suficiente capacidade de compra — uns por terem sido despedidos, outros por verem os salários reduzidos. Logo, não é o aumento da produção em moldes capitalistas que resolve o problema.


Dito

8 Maio 2015

Vivemos num mundo às avessas pela simples razão de que é um mundo que recompensa a especulação e castiga o trabalho. É um mundo às avessas porque recompensa ao contrário, recompensa quem deveria castigar e castiga quem deveria recompensar.
Eduardo Galeano


Abril e as lágrimas de crocodilo

António Louçã —

48anosterrorAs comemorações do 25 de Abril costumam ser ocasião e pretexto para grandes farsas unitárias. Façamos delas, nas páginas do “Mudar de Vida”, ocasião e motivo para alguma, tão necessária, divisão de águas.
E, com esse propósito em vista, nada melhor do que um caso concreto. Noticiou alguma imprensa, com ecos modestos e sempre abafados pelo foguetório comemorativo, que a filha de Salgueiro Maia, Catarina como a lutadora baleada pela GNR, seguiu aos vinte e poucos anos o caminho que este Governo apontou a toda a juventude adulta do país: “Emigrai!”


As mentiras são muitas

Pedro Goulart — 2 Maio 2015

bastagatunagem_72Dizia Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler, na Alemanha Nazi, que “uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade”. Parece ser este o lema dos actuais governantes. Não é fácil encontrar um governo do capital, daqueles que têm governado Portugal nas últimas décadas, mesmo descontando algumas das suas habituais promessas eleitorais, que consiga ser mais mentiroso do que este governo do PSD/CDS, chefiado por Passos Coelho. Pelo que diz, pelo que oculta, pelo que manipula. Pelas “malabarices” que faz. Na economia, no emprego, na educação, na saúde e na política em geral. E tudo isto em prol da brutal transferência de riqueza que este governo tem levado a cabo do campo dos trabalhadores para o campo do patronato.