Tópico: Sociedade

Leis e salsichas

Manuel Raposo — 29 Julho 2015

AutodeFe1682Numa sessão maratona que praticamente culminou a legislatura (a 4 de Outubro haverá eleições), a Assembleia da República aviou no dia 22 de Julho, numas quantas horas, a discussão e votação de dezenas de diplomas, antes de ir para férias.
Poderia pensar-se que, por respeito pelos cidadãos, a Assembleia guardaria para este final de etapa apenas os diplomas de menor importância ou de menor controvérsia. Mas não. Entre a catadupa de leis e alterações de leis guardadas para a última hora figurou uma proposta de modificação da lei da Interrupção Voluntária da Gravidez, aprovada por referendo em 2007.
Avançada por uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos, que alberga os mais reaccionários e os mais inquisitoriais opositores da IVG, a proposta foi acolhida de modo discreto, mas de braços abertos, pelo governo e pela maioria PSD/CDS. E acabou por ser aprovada contra a vontade de toda a oposição.


Hoje, quinta-feira 23, 22h00 Sessão de música e poesia

23 Julho 2015

Por iniciativa do MOB e do Comité de Solidariedade com a Palestina realiza-se uma sessão de música e poesia pelo duo Farah Chamma (poetisa palestiniana) e Yassin Basilic (músico greco-tunisino).
Farah Chamma escreve poesia em inglês, árabe e francês, usando uma variedade de estilos líricos e linguísticos. Viveu no Brasil e fala português. Tem desenvolvido a poesia performativa e a “palavra falada” (spoken word). Yassin Basilic toca flauta.
Local: MOB, Rua dos Anjos, 12b (metro Anjos).


Haja doença!

25 Abril 2015

O descalabro na saúde pública, que se acentua de dia para dia, não levanta apenas a questão dos cortes orçamentais em resultado da política dita de austeridade. Levanta de forma gritante a necessidade da nacionalização de todos os cuidados de saúde, como uma exigência social que não pode estar sujeita aos interesses de lucro dos capitais privados. É isso que mostram as mortes nas urgências por falta de assistência, as mortes por falta de medicamentos (como no caso da hepatite C), o excesso de óbitos no inverno devido ao frio, a inoperância dos serviços por falta de médicos e enfermeiros, o encerramento dos serviços de proximidade, etc. Tudo isto vai a par de um crescente investimento privado no sector da Saúde, precisamente porque os capitalistas sabem que não lhes faltarão clientes — tanto por diminuir a eficácia dos serviços públicos, como pelo facto de a crise social se encarregar de produzir cada vez mais doentes, que são a matéria do negócio.


Despejos em Santa Filomena, Amadora

30 Março 2015

No passado dia 26, foram detidos dois activistas pela PSP, quando um grupo de dezenas de manifestantes protestavam contra as demolições ordenadas pela Câmara da Amadora, no bairro de Santa Filomena. Salientamos que vários despejos e demolições violentas têm acontecido neste bairro desde de Junho de 2012.
As demolições agora retomadas traduziram-se, nos últimos dias, no despejo de cerca de 40 pessoas, entre as quais crianças e idosos, que não têm qualquer alternativa de alojamento.


Lutas dos moradores, lançamento de livro

23 Janeiro 2015

No dia 30 de Janeiro, pelas 18h30m, no Bar A Barraca, Jardim de Santos, é apresentado o livro Sem Mestres, nem Chefes, o Povo Tomou a Rua. Trata-se de um livro sobre as lutas dos moradores no pós-25 de Abril de 1974, da autoria de José Hipólito dos Santos, militante político-social de pendor libertário e bom conhecedor deste tipo de problemas. Edição da Letra Livre.


Um mar de mortos

7 Janeiro 2015

Em três dias, no final do ano, foram encontrados à deriva no Mediterrâneo dois barcos carregados de emigrantes, mais de 1300, vindos sobretudo da Síria e de África e tentando alcançar costa europeia. A tripulação tinha abandonado os navios. Os “passadores”, nestes casos, compraram navios em fim de vida, baratos, e deixaram- -nos antes de chegarem à vista de terra, com a carga humana. A polícia italiana calcula que a receita dos traficantes tenha atingido os 8 milhões de euros.


As desigualdades aumentam

Pedro Goulart — 7 Novembro 2014

PortugalPassaFomeUm em cada quatro portugueses (25%) está em risco de pobreza e quem recebe o salário mínimo ganha hoje, em valor real, menos 12 euros do que em 1974. Os dados também indicam que o risco de pobreza das famílias com crianças dependentes se tem vindo a agravar, como se tem agravado a taxa de intensidade de pobreza. De referir também que, já no ano passado, 29,3% da população infantil se encontrava em privação material. E, a par disto, é de salientar o crescente empobrecimento das chamadas classes médias.


Caos instala-se na Saúde

Carlos Completo — 8 Outubro 2014

SaudeAtouguiaHá dias o Diário de Notícias titulava: Médicos estagiários asseguram urgências em hospitais públicos. Mas, há várias semanas atrás, já um jovem médico nos alertara, preocupado com a vida dos doentes, quando apenas ele e outros médicos inexperientes e sem especialização ficavam responsáveis pelas urgências do Hospital Santa Maria, em Lisboa. Há também a notícia de que em alguns hospitais, noutros locais do País, tais serviços seriam, por vezes, assegurados apenas por estudantes de medicina do 4º e 5º anos.


Na morte de Rui Tovar

António Louçã — 14 Julho 2014

RuiTovarO Mundial de 2014 concluiu-se apenas com Messi a jogar até ao fim. Começou logo sem Ribéry, perdeu Ronaldo nos oitavos de final, Neymar nos quartos de final. Mas a grande perda que sofreu o futebol foi Rui Tovar, durante décadas a referência do jornalismo desportivo.
À notícia da morte de Rui Tovar, sucederam-se as expressões de admiração pelo seu saber enciclopédico. Expressões justas, sem dúvida, a que nada posso acrescentar.
Há, no entanto, um outro lado menos conhecido de Rui Tovar. Trabalhei com ele, durante vários anos, na RTP Memória. Ao vê-lo no mesmo barco, comecei por surpreender em mim próprio um preconceito, relativamente difundido, que o dava como pessoa situada politicamente à direita. Vários tropeções da vida tinham-lhe colado essa etiqueta.


Coincidências?

26 Junho 2014

Com um Serviço Nacional de Saúde (SNS) a rebentar pelas costuras, por via das chamadas medidas de austeridade (que visam sobretudo fortalecer a medicina privada), com os médicos em luta, destacando-se a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que decidiu emitir um pré-aviso de greve nacional para 8 e 9 de Julho, surgiu agora notícia de que a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) enviou para o Ministério Público, para investigação de eventuais ilícitos criminais, os casos de médicos detectados a trabalhar em vários hospitais, públicos e privados, à mesma hora. Trata-se de um caso já referido em fins de 2013 e em Março deste ano e que, a ser verdade, é efectivamente uma fraude e, logo, condenável, mas que alguém agora veio plantar, requentada e convenientemente, nos media do regime. E quem paga estes oportunos “trabalhos” jornalísticos?


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