As desigualdades aumentam
Pedro Goulart — 7 Novembro 2014
Um em cada quatro portugueses (25%) está em risco de pobreza e quem recebe o salário mínimo ganha hoje, em valor real, menos 12 euros do que em 1974. Os dados também indicam que o risco de pobreza das famílias com crianças dependentes se tem vindo a agravar, como se tem agravado a taxa de intensidade de pobreza. De referir também que, já no ano passado, 29,3% da população infantil se encontrava em privação material. E, a par disto, é de salientar o crescente empobrecimento das chamadas classes médias.
Enquanto tudo isto acontece, verifica-se a existência de cerca de 76.000 milionários em Portugal, mais quase 11.000 do que em 2013. Só nos últimos dois anos foram criados 30% dos milionários do País. Mais, quase 60% de toda a riqueza nacional está concentrada nas mãos dos 10% mais ricos.
A crise económico-financeira do sistema capitalista tem facilitado o recurso das classes dominantes a diversos meios (em Portugal e na maior parte do mundo), em ordem a levarem a cabo a concentração da riqueza nas mãos de um número cada vez mais reduzido de indivíduos, enquanto, em simultâneo, se verifica o empobrecimento da maioria da população, aumentando as desigualdades entre as classes e os homens. E o actual governo do PSD/CDS tem contribuído fortemente para o aumento das desigualdades.
Mas, e é preciso não esquecer, as desigualdades económicas e sociais são inerentes ao próprio sistema capitalista e não poderão nunca ser profundamente alteradas sem a liquidação do actual sistema de exploração e opressão.
(A partir de dados do INE, da Pordata e do Crédit Suisse)