Arquivo: Junho 2012

Dia 30, manifestações pelo Direito ao Trabalho

26 Junho 2012

O agudizar da crise do capitalismo, na sua fase senil, faz alastrar uma calamidade entre as classes proletárias, com milhões de desempregados, precários e pobres. Em Portugal, os governos do patronato projectam em vão uma saída, procurando que sejam os trabalhadores a pagar a crise. Mas é papel dos explorados e oprimidos lutar pelos seus direitos, ao mesmo tempo que dificultam a vida aos capitalistas. No dia 30 de Junho, pelas 15h, promovidas pelo Movimento Sem Emprego (MSE), realizam-se diversas manifestações pelo Direito ao Trabalho: Lisboa, Largo Camões; Porto, Praça da Batalha; Braga, Avenida da Liberdade; Coimbra, Praça da República.


Para que não se percam os frutos da civilização

Manuel Raposo — 24 Junho 2012

Realizou-se de 3 a 5 de Maio deste ano, na Faculdade de Letras de Lisboa, um congresso designado Marx em Maio – Perspectivas para o século XXI, por iniciativa do Grupo de Estudos Marxistas daquela Faculdade. Foi uma importante ocasião para trazer o pensamento marxista a debate, sobretudo considerando a crise mundial que o capitalismo atravessa e a necessidade de reerguer a luta anticapitalista.
A intervenção que tive oportunidade de fazer será publicada por partes. Nesta primeira parte lembra-se como Karl Marx encarava o combate às contradições do capitalismo e defende-se a ideia de que a actual crise é uma radiografia do estado terminal a que chegou a civilização burguesa. Limitá-la às suas manifestações económicas é um dos vícios que bloqueia o crescimento de um movimento revolucionário.


Amadora: luta pela habitação

22 Junho 2012

Os moradores do Bairro de Santa Filomena (Amadora), ameaçados de despejo das suas casas (pois estas vão ser arrasadas), dirigiram-se pacificamente à Câmara Municipal da Amadora para entregar uma carta ao Presidente, onde expunham as suas razões quanto ao direito à habitação, que lhes querem negar. Trabalhadores com salário mínimo, pobres, desempregados, doentes, não estão em condições de arcar com rendas mais pesadas. A alternativa é ficarem na rua. E como lhes respondeu a Câmara? Com a brutalidade da intervenção da polícia municipal a uma manifestação pacífica. Mas a luta continua. Atentos ao desenrolar dos acontecimentos, manifestamos a nossa solidariedade.


Foi a luta de massas o factor determinante que dominou as eleições na Grécia

José Borralho — 20 Junho 2012

A vitória tangencial da direita, (que fez a burguesia europeia suspirar de alívio) a deslocação de uma enorme massa anti-austeridade para a esquerda moderada, a derrota brutal do KKE, a minimização do PASOK relegado para um plano insignificante e o aumento da extrema-direita, revelam-nos com crueza uma Grécia fragmentada e dominada pela agudização da luta de classes.
A nova governação à direita terá de contar com a oposição de um movimento de massas que claramente rejeita a política de austeridade e de empobrecimento que são a emanação das políticas da troika para toda a Europa.


Cavaco: sempre, sempre com o patronato

19 Junho 2012

Quando se trata de ataque aos direitos dos trabalhadores, Cavaco Silva não tem dúvidas e também não se engana. Agora, sem hesitações de natureza constitucional ou política, promulgou as alterações ao Código do Trabalho, de agrado dos patrões, e exortou a que se “assegure” a estabilidade legislativa “com vista” à “recuperação” do investimento, criação de emprego e relançamento “sustentado” da economia. Com o beneplácito do presidente da República, os trabalhadores portugueses vão ter menos férias e feriados, será alargado o banco de horas e o trabalho extraordinário pago pela metade. O despedimento vai ser mais fácil e o valor das indemnizações reduzido.


Eles condecoram-se uns aos outros

13 Junho 2012

Todos os anos, no dia 10 de Junho, o Presidente da República, como representante das classes dominantes, condecora um conjunto de figuras que, de uma ou outra forma, tenham ou possam contribuir para a coesão e glória do regime. Este ano, entre as dezenas de condecorados, salientam-se os nomes de Lobo Xavier e António Barreto, dois destacados homens de mão do capital, José Hermano Saraiva, historiador e ministro salazarento, vários ex-chefes militares e alguma outra gente do sistema. Pena é que tenham ficado esquecidas duas figuras gradas da pátria e de grande confiança de Cavaco Silva: Dias Loureiro e Oliveira e Costa.


Para que servem os Serviços de Informações?

Pedro Goulart — 8 Junho 2012

Segundo Júlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), ouvido em 1 de Junho na Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia da República, os relatórios sobre figuras públicas (Pinto Balsemão ou Ricardo Costa, director do Expresso), que foram encontrados na posse de Jorge Silva Carvalho, não terão sido feitos pelos serviços que tutela. E no meio das grandes trapalhadas e da promiscuidade agora vindas a público, também surge um ministro – Miguel Relvas – mentiroso e manipulador, que procura apresentar-se como vítima!


Desemprego e altos salários

4 Junho 2012

Segundo afirmação da troika que veio inspeccionar Portugal, assim como de alguns membros das classes dominantes, a elevada taxa de desemprego verificada entre nós dever-se-ia a uma falta de flexibilidade na formação de salários e no mercado de trabalho, a que corresponderiam salários elevados. A realidade é que estamos num país de baixos salários médios – entre 700 e 800 euros mensais – com mais de 35% dos trabalhadores a receberem salários líquidos inferiores a 600 euros, e onde a percentagem dos que auferem o salário mínimo (485 euros) tem vindo a aumentar. Afirmar que o elevado desemprego em Portugal se deve a altos salários merece resposta contundente.


Pela subida dos salários, sim. Mas com que armas?

Urbano de Campos —

No discurso do 1.º de Maio, em Lisboa, e uma semana mais tarde, após uma reunião com o ministro a Economia, o secretário-geral da CGTP defendeu a subida dos salários, tanto do salário mínimo como dos demais. Tirando o patronato, ninguém se atreverá a contestar tal reclamação. Inteiramente de acordo, portanto, quanto ao objectivo. Mas o mesmo não podemos dizer quanto à argumentação que Arménio Carlos usa em defesa da proposta. E porque essa argumentação denuncia a fraqueza política da reivindicação, nos termos em que é feita pelo líder da CGTP, importa determo-nos um pouco sobre os argumentos usados.