Tópico: Sociedade

Luta de classes, senhores, é luta de classes!

Manuel Raposo — 18 Novembro 2025

Contra o governo da troika, contra a austeridade. Março 2013

Para o patronato nacional e para as forças políticas que o representam, o padrão de governação ideal é o da troika. Essa referência da nossa história recente não pode ser esquecida porque está aí a evidência prática dos propósitos do Governo e das confederações patronais ao meterem mãos à revogação das leis laborais. Submeter o trabalho à exclusiva vontade de gestores e patrões (e mesmo aos humores de uns e outros), retirar ao trabalho os meios de resistir às medidas ditatoriais que o capital entenda levar a cabo, reduzir os trabalhadores a um somatório de indivíduos facilmente manipuláveis, colocá-los em concorrência fratricida uns com os outros (nacionais ou imigrantes) – é essa a finalidade, mal disfarçada com a propaganda reles de “fazer crescer o país”.


Greve geral. Reerguer a luta dos trabalhadores

Editor / António Barata —

Manifestação contra o pacote laboral. Lisboa 8 novembro 2025

As medidas propostas pelo Governo de alteração ao código do trabalho, fruto de uma concertação absoluta com as confederações patronais, não deixam margem para dúvidas sobre o que pretendem: cortar nas condições de vida dos assalariados e reduzi-los a uma massa de gente sem capacidade de resistência que cada patrão possa manipular como e quando quiser. Depois da grande e combativa manifestação do passado dia 8 contra o pacote laboral, a questão que se coloca é a de fazer da greve geral marcada para 11 de dezembro um ponto de viragem na resistência dos trabalhadores ao patronato e à direita.


Nova Iorque, terreno para uma luta séria

Editor / John Catalinotto — 11 Novembro 2025

CONGELA AS RENDAS, exige um apoiante de Zohran Mamdani

A ascensão de Zohran Mamdani a presidente da câmara de Nova Iorque abalou não apenas o meio partidário norte-americano, mas também muitas das convicções que parecem dominar (e na verdade dominam grandemente) a realidade política dos EUA. Por exemplo, o racismo, o peso das oligarquias, o colete de forças que prende o eleitorado no bipartidarismo Republicanos/Democratas, aparentemente sem alternativa. A questão agora é esta: O que vai ser o mandato de Mamdani? Como vai ele cumprir promessas como casas baratas, transportes gratuitos, saúde para os trabalhadores, proteção dos imigrantes?


Aviso sobre as eleições de dia 12: O poder local não existe

Manuel Raposo — 9 Outubro 2025

Operações SAAL, julho 1974 – novembro 1975, a resposta popular à questão da habitação

Mais de 9 milhões de eleitores estão a ser chamados a escolher uns quantos milhares de autarcas que vão governar concelhos e freguesias em nome, assim se diz, dos interesses locais das populações. Afirma-se que não há outras eleições em que a relação dos eleitores com os eleitos seja tão próxima, e determinada por assuntos tão concretos. Mas sempre que se abre uma nova campanha eleitoral repetem-se as mesmas queixas da parte das populações que não vêem, décadas a fio, progresso digno desse nome nas suas condições de vida.


O novo despertar da esquerda árabe

Editor / Hamzah Rifaat — 8 Agosto 2025

O despertar da esquerda árabe na era do genocídio, a nível regional e mundial. Manifestação no Iémen de apoio ao Ansar Alá

As brutais campanhas militares dos EUA e de Israel no Médio Oriente nos últimos dois anos conseguiram enfraquecer a resistência na Palestina, no Líbano e na Síria. Mas até que ponto podem imperialistas e sionistas falar de vitória? Uma avaliação completa da situação actual tem de levar em conta a reacção política de fundo que tais campanhas estão a gerar no mundo em geral, no mundo árabe e muçulmano em particular e na própria sociedade israelita – e que efeitos próximos isso vai ter em toda a região.


Israel: dos mitos à realidade

Editor / Shlomo Sand — 26 Julho 2025

Shlomo Sand: “Quero deixar de me considerar um judeu” (entrevista ao The Guardian, 10 outubro 2014)

O texto que reproduzimos, do historiador israelita Shlomo Sand, foi publicado originalmente em 2009 no jornal francês Le Monde Diplomatique, e resumia os argumentos de um seu livro recém-publicado intitulado “Como foi inventado o povo judeu”. Só por si, o título desmente uma das fábulas contemporâneas mais persistentes à sombra da qual as barbaridades mais inumanas têm sido cometidas. Na verdade, sendo o judaísmo uma questão de fé religiosa, faz tanto sentido falar de um “povo judeu” como faria falar de um “povo cristão” ou de um “povo budista”. No entanto, é na base desta invenção que o Estado de Israel, suportado por todo o Ocidente imperialista, justifica a sua existência.


Uma admissão pública da degradação moral do Ocidente

Editor / Roger Waters — 20 Maio 2025

“Ou aceitam os nossos planos de roubar a vossa terra e construir um campo de golfe ou matamo-vos”.

Roger Waters, compositor e músico inglês que integrou os Pink Floyd, tem sido uma das vozes mais sonoras pela causa da Palestina. Na sua denúncia dos crimes israelitas não poupa palavras: Israel é um estado pária, protegido pelos EUA, que comete, à vista de todos, descarados crimes de guerra, genocídio, limpeza étnica, em mais de 75 anos de existência.

Na mensagem em vídeo que transcrevemos, Waters apela de forma vigorosa à luta pela causa palestina. “Por nossa parte”, garante, “não seremos silenciados, este coro é um coro global e não nos vamos embora”.


Um retrato a cores do regime político

Urbano de Campos — 6 Maio 2025

Cavaco Silva com parte da trupe do BPN, Oliveira e Costa e Dias Loureiro. A maior burla da história portuguesa

A campanha eleitoral teve no seu arranque oficial uma contribuição que não pode deixar de ser assinalada: o apoio vibrante e empenhado de Cavaco Silva ao líder do PSD, Luís Montenegro. Com o peso que ainda julga ter como ex-primeiro-ministro e ex-presidente da República, Cavaco fez uma espécie de declaração papal ungindo Montenegro não apenas como o mais bem preparado para chefiar o próximo governo, mas também como um exemplo de rectidão e probidade.


Impressões sobre a campanha eleitoral

Urbano de Campos — 23 Abril 2025

Intuitivamente, toda a gente sabe que a democracia vigente é monopólio das classes dominantes. Nada de popular nela existe.

A campanha eleitoral nem sequer começou oficialmente, mas o mote está dado acerca do desenlace que se dará a 18 de maio: ou ganha a direita assim, ou ganha a direita assado. A dúvida está no facto de as sondagens, até agora, não descartarem a possibilidade mais terrível para as gentes do poder: um empate. Ora, para que a indesejável instabilidade governativa não volte a colocar nuvens sobre o curso dos negócios, a distribuição de fundos europeus, ou os planos de uma economia de guerra, ensaiam-se hipóteses sobre o apoio que o perdedor mais forte deve dar ao fraco vencedor. Tirando isso, restam os temas menores para entreter o eleitor-espectador.


A derrocada do Ocidente

Editor / O Comuneiro — 22 Abril 2025

1 de outubro de 1949, Praça Tienanmen. Mao Tsetung proclama a República Popular da China

A agitação que, visivelmente, abala o mundo tem raízes fundas. Uma, é a derrota do Ocidente na Ucrânia, implicitamente reconhecida pelo principal promotor da guerra, os EUA. Outra, mais determinante ainda, é a decadência que, vinda de dentro, fruto de um capitalismo caduco, mina a hegemonia, aparentemente imbatível, que o imperialismo até há pouco exerceu sobre o mundo.


Página 1 de 26 Mais antigos >