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Tópico: Mundo
Um detonador da crise potenciado pelo lucro
Claudio Katz (*) — 3 Abril 2020
A crise económica mundial aprofunda-se a um ritmo tão vertiginoso como a pandemia. Já ficou para trás a redução da taxa de crescimento e a travagem brusca do aparelho produtivo chinês. Agora, caiu o preço do petróleo, colapsaram as Bolsas e o pânico instalou-se no mundo financeiro.
Há quem sugira que o desempenho aceitável da economia foi abruptamente alterado pelo coronavírus. Também estimam que a pandemia pode provocar o reinício de um colapso semelhante ao de 2008. Mas nessa ocasião foi imediatamente visível a culpa dos banqueiros, a gula dos especuladores e os efeitos da desregulação neoliberal. Agora, só se discute a origem e as consequências de um vírus, como se a economia fosse mais um paciente afectado pelo terramoto sanitário.
As sanções matam. O crime compensa
Urbano de Campos — 27 Março 2020
Um representante do governo dos EUA, Brian Hook, afirmou em 20 de Março passado que a política norte-americana de “pressão máxima” sobre o Irão “é para continuar”. Rejeitava assim apelos que têm sido dirigidos aos EUA (pela China, pela Rússia e mesmo pelo Reino Unido) no sentido de levantar ou aliviar as sanções aplicadas ao Irão, em face especialmente da pandemia do covid-19. Em vez disso, uma nova carga de sanções foi anunciada na semana passada pelo governo de Trump.
A crise viral à luz da crise do capital
Manuel Raposo — 24 Março 2020
Vai ser fácil atribuir ao coronavírus a crise económica que está em curso. Os propagandistas de serviço já lhe chamam “a crise do covid-19”. Mas, como em química, é preciso distinguir os reagentes dos catalizadores. A emergência criada com a epidemia viral veio apenas precipitar o que já se desenhava e que os observadores mais atentos previam desde, pelo menos, há meses.
Um certo cheiro a nazismo
Editor — 20 Março 2020
O modo como o governo de Boris Johnson resolveu de início responder à pandemia do coronavírus foi deixar que a doença se espalhasse para que a população, dizia, adquirisse imunidade — “a imunidade de manada”. Era uma forma de não pôr à vista as debilidades do Serviço Nacional de Saúde, degradado por políticas de desinvestimento, e de evitar o colapso da economia, já de si abalada pelo marasmo geral do capitalismo e pelo Brexit.
A cartilha de Trump
Editor —
1. Designar sempre o coronavírus como “chinês”, para que o povo norte-americano interiorize quem é o seu inimigo.
2. Fechar a fronteira com o México para que os norte-americanos não sejam contaminados. Como alguém lhe fez ver, tal medida só beneficiaria os mexicanos uma vez que, já na altura, havia mais casos de contaminação nos EUA do que no México. Mas Trump não perde ocasião para espicaçar os sentimentos racistas.
Um espelho
Editor — 19 Março 2020
Como um jornal alemão denunciou e o governo de Merkel confirmou, os EUA tentaram comprar o exclusivo de uma vacina contra o coronavírus em estudo na Alemanha. O negócio terá fracassado pela intervenção das autoridades alemãs, mas é, ainda assim, revelador do ponto a que pode chegar a ambição de uma potência imperialista na sua competição com as demais.
FMI nega ajuda à Venezuela
Editor —
O governo venezuelano pediu um empréstimo ao FMI de 5 mil milhões de dólares para fazer frente à epidemia do coronavírus. O pedido foi recusado com o pretexto de que existe um outro “presidente” autoproclamado na Venezuela (o protegido de Washington, Juan Guaidó) e que por isso não há unanimidade entre os países membros do FMI sobre a legitimidade do governo de Nicolás Maduro.
O vírus do capitalismo
António Louçã — 10 Fevereiro 2020
Será preciso assentar a poeira para se entender quais, na discussão sobre a pandemia do coronavírus, são afirmações cientificamente comprováveis e quais são apenas instrumentais para manter o business as usual do capitalismo. Uma coisa é certa: as enérgicas medidas de emergência que qualquer autoridade de saúde pública teria tomado imediatamente para travar a contaminação foram inibidas pela ponderação dos danos que causariam aos lucros dos accionistas de companhias aéreas, de multinacionais da área do turismo e entretanto já de quase todas as outras.
Não é o poder militar do Irão que assusta os EUA
Manuel Raposo — 27 Janeiro 2020
A crise que os EUA abriram com o Irão, levada pela quadrilha de Trump à beira da guerra, não tem nada a ver com o apregoado “perigo” de os iranianos fabricarem uma bomba atómica. Não é que eles não desejassem tê-la — ou que não merecessem tê-la (dizemos nós) para mais eficaz defesa da sua independência, como o caso da Coreia do Norte parece provar. A sanha dos EUA tem outras razões. O que está em causa é o facto de o Irão, nos 40 anos de independência que leva já desde a revolução de 1979, se ter tornado um país livre da tutela imperialista, quer de norte-americanos quer de europeus. Esse é que é o óbice.
Zeloso ministro, zeloso governo
Manuel Raposo — 18 Janeiro 2020
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva (e, com ele, o Governo), não se atreveu a abrir a boca quando os EUA, num acto de terrorismo de Estado, em violação de todas as normas internacionais, assassinaram em 3 de Janeiro o general iraniano Qassim Suleimani — que ia negociar um acordo de paz com a Arábia Saudita.
O ministro (e, com ele, o Governo) deixou assim de lado todos os preceitos das relações internacionais que, noutras circunstâncias, jura defender, como seja a Carta das Nações Unidas, que Portugal está obrigado a respeitar e fazer respeitar.
Santos Silva, sem vergonha, atreveu-se a abrir a boca dias mais tarde, a 8 e 10 de Janeiro, para condenar a retaliação do Irão contra bases dos EUA no Iraque. O acto de guerra criminoso dos EUA foi, portanto, coisa pacífica para o ministro. Mas a resposta, legítima, esperada, previamente anunciada e sem efeitos letais do Irão foi inaceitável.