Tópico: Liberdades

A gaffe nuclear da NATO

Manlio Dinucci (*) — 19 Outubro 2019

É um segredo de Polichinelo. Mas é também um dos desmentidos mais formidáveis da Aliança Atlântica: bombas nucleares estão armazenadas, violando o Direito Internacional, em Itália, na Alemanha, na Bélgica, na Holanda e na Turquia. Por lapso, um membro da Assembleia Parlamentar da NATO reproduziu-o num relatório, prontamente retirado.
Que os EUA mantêm bombas nucleares naqueles cinco países da NATO está há muito comprovado, em especial pela Federação dos Cientistas Americanos (1). No entanto, a NATO nunca o admitiu oficialmente. Mas algo deu para o torto.


EUA: 20 a 30 milhões de mortes desde 1945

Manlio Dinucci (*) — 4 Outubro 2019

Não é uma análise, nem mesmo uma opinião: é um facto. A “ordem internacional livre e aberta”, promovida desde 1945 pelos Estados Unidos, custou a vida de 20 a 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Nenhum presidente, fosse ele qual fosse, conseguiu mudar o ritmo desta máquina da morte.
No resumo de seu último documento estratégico — Estratégia de Defesa Nacional dos EUA, 2018 (cujo texto completo permanece em segredo) — o Pentágono afirma que “depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e os seus aliados instauraram uma ordem internacional livre e aberta para salvaguardar a liberdade e os povos da agressão e da coerção”, mas que “agora esta ordem está a ser minada pela Rússia e pela China, que violam os princípios e as regras das relações internacionais”. Eis uma alteração completa da realidade histórica.


As sanções matam

Workers World (*) — 30 Setembro 2019

A generalidade das populações dos países Ocidentais vê com indiferença, quando não apoia, as intervenções do imperialismo, norte-americano ou europeu, em qualquer outra parte do mundo. Sejam elas acções militares, sanções económicas, ameaças diplomáticas ou conspirações políticas, directas ou por procuração. Tornam-se assim cúmplices de crimes, de dimensão muitas vezes desconhecida, cometidos contra milhões de pessoas.


Governo patronal-socialista contra o direito de greve

António Louçã — 20 Agosto 2019

Tinha de ser a “geringonça”, para fazer o que nenhum governo de direita alguma vez ousaria: serviços mínimos a 100 por cento, requisição civil desde o primeiro dia, militares a fazerem de motoristas, motoristas procurados em casa pela polícia e conduzidos para trabalhos forçados sob ameaça de prisão. Mas ninguém pense que este foi um ataque de pânico dos patronal-socialistas perante uma greve especialmente perigosa. Para eles, cada greve é agora um incêndio e o alarmismo tornou-se uma panaceia universal.


O papel dos EUA nos protestos em Honk Kong

International Action Center (*) — 11 Julho 2019

Os meios de comunicação têm enchido páginas e ecrãs com os protestos de massas em Hong Kong, realmente gigantescos. O alvo, quer dos manifestantes, quer da propaganda dominante, é obviamente a China. Na origem, está uma alteração legal que permitiria a extradição para a China continental de pessoas acusadas de crimes. O clamor levantado a pretexto dos “direitos humanos” mascara a tentativa, por parte do Ocidente, com relevo para os EUA e o Reino Unido, de manter Hong Kong quanto possível fora da soberania chinesa. A isto não é alheia a guerra política e económica que os EUA desencadearam contra a China. É o que denuncia a seguinte declaração do International Action Centre (EUA).


Política migratória da Europa mais desumana que a dos EUA

António Louçã — 3 Julho 2019

A política de Donald Trump face aos migrantes que lhe batem à porta é uma vergonha e um crime contra a humanidade. Mas a política da União Europeia, pelas consequências que tem e pelas mortes que causa, é ainda pior.

Nos Estados Unidos, há famílias que atravessam o deserto e morrem de sede. Outras atravessam-no e são espancadas por bandos de rufias armados em “vigilantes”. Há também os migrantes que chegam à fronteira e são detidos em campos de concentração (como bem lhes chamou Aleksandria Ocasio-Cortez, para grande escândalo da opinião pública mais farisaica).


Retomar o projecto socialista

Rémy Herrera (*) — 29 Junho 2019

Na medida em que os actos eleitorais espelham o conflito de interesses das forças sociais, a observação dos resultados pode dar conta do estado da luta de classes num determinado momento e das vias políticas que se abrem a cada uma dessas forças. É o que faz Rémy Herrera ao analisar as recentes eleições europeias, em França e de um modo mais geral na Europa. Os claros avanços da extrema-direita levam-no a concluir pela necessidade de ruptura com o capitalismo e de radicalização das forças progressistas — por um projecto socialista. Resumimos as ideias principais do artigo.


A aposta fascista do grande capital

Manuel Raposo — 20 Junho 2019

Os estreitos contactos entre os partidos da extrema-direita europeia, a reunião realizada em Milão para formarem um bloco político, a concertação entre eles visando as eleições para o Parlamento Europeu — sem esquecer os “conselhos” do agente fascista norte-americano Stephen Bannon — são factos que revelam o propósito destas forças de criar uma estrutura internacional que as congregue. Isto coloca-as muito para lá dos programas nacionalistas que apregoam, bem como do anti-europeísmo que arvoram. Importa à esquerda, portanto, saber bem com o que está a lidar.


Espanha: criminalizar a solidariedade

Manuel Raposo — 15 Junho 2019

Ao mesmo tempo que o escandaloso julgamento político dos independentistas catalães decorre em Madrid, um outro julgamento — muito menos mediático, mas igualmente revelador dos propósitos políticos da Justiça herdada do franquismo — segue trâmites nos tribunais espanhóis. Três militantes de uma organização comunista (Red Roja) estão acusadas, nada menos, de “financiamento do terrorismo”. O acto concreto que, para a Justiça espanhola, justifica esta acusação foi a recolha e entrega de fundos em apoio dos palestinos, quando estavam debaixo de fogo da tropa israelita.


Guerra de extermínio

23 Maio 2019

No primeiro trimestre deste ano, a polícia do Rio de Janeiro matou perto de 450 pessoas, uma média de cinco por dia. É um recorde de 20 anos, desde que o Instituto de Segurança Pública regista estes números. A investigadora Daniela Fichino, da organização Justiça Global, afirma que isto se deve à legitimação que é dada à polícia para matar, quer pelo governador do Estado, Wilson Witzel (do Partido Cristão Social), quer pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. Witzel prometeu durante a campanha eleitoral fazer uso de snipers contra supostos traficantes. Vários dos casos mortais foram efeito de disparos por snipers. Daniela Fichino diz que a maioria das vítimas são negros, no que ela classifica como uma guerra de extermínio dirigida contra a juventude negra.


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