“Gaza é um cemitério para milhares de crianças”

Editor / The Cradle — 2 Novembro 2023

Funeral de uma criança morta no bombardeamento israelita a Deir Al-Balah, centro da Faixa de Gaza, 31 de outubro

O título acima reproduz a denúncia, feita em 31 de outubro em Genebra, pelo porta-voz da UNICEF James Elder. As mortes de palestinos sob as bombas israelitas crescem à razão de centenas por dia. Estes factos, que indignam milhares e milhares de pessoas por todo o mundo e as fazem descer à rua, falam mais alto, por uma vez que seja, do que a propaganda dos dirigentes israelitas. A batalha política está por isso perdida para  Israel.

Nem por isso, todavia, na sua fúria vingativa, os líderes sionistas deixam de torpedear a opinião pública, doméstica e internacional, com a versão dos acontecimentos que lhes é conveniente. O pretexto, claro, é o ataque militar do Hamas de 7 de outubro, que insistem em classificar de “terrorista” a fim de lhe retirarem o sentido político de guerra popular, e terem as mãos livres para praticar todas as barbaridades possíveis. 

As provas do “terror”, no entanto, estão a revelar-se fracas. A análise aos acontecimentos de 7 de outubro feita pelo The Cradle (uma plataforma plural de jornalistas e analistas políticos) ajuda a desmontar a propaganda israelita – e ocidental, em geral – que continua a usar os acontecimentos de então, devidamente ajeitados aos seus propósitos políticos, para justificar o que a cínica diplomacia do  Ocidente chama o “direito de resposta” de Israel. Esse “direito” nada mais é que o genocídio em curso.

Como dizem os autores do estudo, surgem provas de que cerca de metade dos israelitas mortos eram combatentes; que as forças israelitas foram responsáveis por algumas das suas próprias mortes de civis; e que Telavive divulgou falsas histórias de “atrocidades do Hamas” para justificar o seu devastador ataque aéreo contra civis palestinos em Gaza.

 

O QUE REALMENTE ACONTECEU EM 7 DE OUTUBRO ?

Robert Inlakesh, Sharmine NarwaniThe Cradle, 24 de outubro

Duas semanas após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, começa agora a surgir uma imagem mais clara do que aconteceu – quem morreu e quem matou.

Em vez do massacre em grande escala de civis reivindicado por Israel, números incompletos publicados pelo jornal hebraico Haaretz mostram que quase metade dos israelitas mortos naquele dia eram, na verdade, combatentes – soldados ou polícias.

Entretanto, duas semanas de cobertura pelos média ocidentais fazendo crer que o Hamas matou cerca de 1.400 civis israelitas no dia 7 de Outubro no ataque militar, serviram para inflamar as emoções e criar o clima para a destruição alargada da Faixa de Gaza por Israel e da sua população civil.

Os relatos do número de mortos israelitas foram filtrados e moldados para sugerir que um massacre civil ocorreu nesse dia, com bebés, crianças e mulheres como principais alvos de um ataque terrorista.

Recentemente , estatísticas detalhadas sobre as vítimas, divulgadas pelo diário israelita Haaretz, traçam um quadro completamente diferente. Até 23 de outubro, a agência de notícias divulgou informações sobre 683 israelitas mortos durante a ofensiva liderada pelo Hamas, incluindo os seus nomes e locais das mortes em 7 de outubro.

Desses, 331 – ou seja, 48,4% – foram confirmados como soldados e polícias, muitos deles do sexo feminino. Outros 13 são descritos como membros do serviço de resgate e os restantes 339 são considerados civis.

Embora esta lista não seja exaustiva e represente apenas cerca de metade do número declarado de mortos em Israel, quase metade dos mortos no confronto são claramente identificados como combatentes israelitas.

Também não há registo até agora de mortes de crianças com menos de três anos, o que põe em causa a narrativa israelita de que os bebés foram alvo de combatentes da resistência palestina. Do total de 683 vítimas registadas até agora, sete tinham entre 4 e 7 anos e nove entre 10 e 17 anos. As restantes 667 vítimas parecem ser adultos.

O número e a proporção de civis e crianças palestinas entre os mortos pelos bombardeamentos israelitas nas últimas duas semanas – mais de 5.791 mortos, incluindo 2.360 crianças e 1.292 mulheres, e mais de 18.000 feridos – são muito superiores a qualquer um dos números israelitas relativos aos acontecimentos de 7 de outubro. (*)

Revisitando os acontecimentos

A ousada operação militar liderada pelo Hamas, designada Al-Aqsa Flood [Dilúvio Al-Aqsa], desenrolou-se com um forte ataque ao amanhecer por volta das 6h30 (hora da Palestina). Foi acompanhado por uma cacofonia de sirenes quebrando o silêncio da Jerusalém ocupada, sinalizando o início do que se tornou um evento extraordinário nos 75 anos de história da ocupação.

De acordo com o porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, cerca de 1.500 combatentes palestinos atravessaram a formidável barreira de separação Gaza-Israel.

No entanto, esta incursão não se limitou apenas às forças do Hamas; numerosos combatentes armados pertencentes a outras facções, como a Jihad Islâmica Palestina, mais tarde romperam a linha do armistício, juntamente com alguns palestinos não filiados em qualquer milícia organizada.

Quando se tornou evidente que não se tratava de uma operação de resistência comum, centenas de vídeos rapidamente inundaram as redes sociais, a maioria dos quais foi vista pelo The Cradle, retratando tropas e colonos israelitas mortos, ferozes tiroteios entre várias partes e israelitas a serem levados em cativeiro para Gaza.

Estes vídeos foram gravados por telemóveis de israelitas ou foram divulgados por combatentes palestinos que filmavam a sua própria operação. Só horas mais tarde é que começaram a surgir alegações mais horríveis e francamente duvidosas.

Alegações infundadas de “atrocidades do Hamas”

Aviva Klompas, ex-redactora de discursos da missão israelita na ONU, foi a primeira israelita a espalhar a alegação de que havia relatos de “meninas israelitas violadas e os seus corpos arrastados pela rua”.

Ela colocou isto no X [ex-Twiter] às 21h18 (horário da Palestina), em 7 de outubro, embora um artigo de opinião publicado por Klompa na Newsweek às 12h28 (horário da Palestina), em 8 de outubro, não fizesse menção a qualquer violência sexual.

Klompas também é cofundadora do Boundless Israel, um “think-action tank” que trabalha “para revitalizar a educação de Israel e tomar medidas colectivas arrojadas para combater o ódio aos judeus”. Um grupo de caridade “assumidamente sionista” que trabalha para promover narrativas israelitas nas redes sociais.

O único caso apontado como prova de violação foi o de uma jovem germano-israelita chamada Shani Louk, que foi filmada de bruços na traseira de uma camioneta e que amplamente foi dada como morta.

Não ficou claro se os combatentes filmados com Louk no veículo com destino a Gaza eram membros do Hamas, já que não ostentavam os uniformes ou insígnias das tropas Al-Qassam identificáveis em outros vídeos do Hamas – alguns até usavam roupas civis normais e sandálias.

Mais tarde, a mãe alegou ter provas de que a filha ainda estava viva, mas teria sofrido um ferimento grave na cabeça. Isto parece coincidir com informações divulgadas pelo Hamas que indicavam que Louk estava a ser tratada aos seus ferimentos num hospital não especificado de Gaza.

Para complicar ainda mais a situação, no dia em que tais alegações de violação surgiram, os israelitas não teriam tido acesso a essa informação. As suas forças armadas ainda não tinham entrado em muitas, se não na maioria, das áreas libertadas pela resistência e continuavam envolvidas em confrontos armados em múltiplas frentes.

No entanto, as acusações de violação ganharam vida própria. Até o presidente dos EUA, Joe Biden, alegou, durante um discurso dias depois, que as mulheres foram “violadas, agredidas, exibidas como troféus” por combatentes do Hamas. É importante notar que o artigo do The Forward [publicação judaica norte-americana] de 11 de outubro informou que os militares israelitas reconheceram que não tinham provas de tais alegações naquele momento.

Quando o exército, mais tarde, fez as suas próprias alegações de decapitações, amputações de pés e violação, a Reuters apontou que “os militares que supervisionavam o processo de identificação não apresentaram nenhuma prova forense na forma de fotos ou registros médicos”. Até à data, não existem provas credíveis destas atrocidades que tenham sido apresentadas.

Outras alegações ultrajantes, como a história de que o Hamas “decapitou 40 bebés” ganharam as manchetes e as primeiras páginas de inúmeros meios de comunicação ocidentais. Até Biden afirmou ter visto “fotos confirmadas de terroristas decapitando bebés”. As acusações remontam ao colono e soldado reservista israelita David Ben Zion, que já incitou violentos motins contra palestinos e apelou à destruição da cidade de Huwara, na Cisjordânia. Nenhuma prova foi produzida para apoiar estas alegações e a própria Casa Branca confirmou mais tarde que Joe Biden nunca tinha visto tais fotos.

O plano do Hamas

Há poucas ou nenhumas provas credíveis de que os combatentes palestinos tinham um plano para, ou procuraram deliberadamente, matar ou ferir civis israelitas desarmados, em 7 de outubro. A partir das imagens disponíveis, testemunhamos que eles se envolveram principalmente com as forças armadas israelitas, resultando o confronto na morte de centenas de soldados da ocupação. Como o porta-voz das Brigadas Qassam, Abu Obeida, deixou claro em 12 de outubro:

“A operação Al-Aqsa Flood visava destruir a Divisão Gaza (uma unidade do exército israelita nas fronteiras de Gaza), que foi atacada em 15 pontos, seguida do ataque a mais 10 pontos de intervenção militar. Atacámos o local de Zikim e vários outros colonatos fora do quartel da Divisão Gaza.”

Abu Obeida e outras autoridades da resistência afirmam que o outro objectivo principal da operação era fazer prisioneiros israelitas que poderiam ser trocados pelos cerca de 5.300 prisioneiros palestinos mantidos em centros de detenção israelitas, muitos dos quais são mulheres e crianças.

O vice-chefe do Bureau Político do Hamas, Saleh Al-Arouri, numa entrevista após a operação, sublinhou: “Temos um número grande e qualitativo [de prisioneiros] e oficiais superiores. Tudo o que podemos dizer agora é que a liberdade dos nossos prisioneiros está à porta.”

Ambos os lados jogam este jogo: desde o início do seu ataque militar a Gaza, Israel prendeu mais de 1.200 palestinos na Cisjordânia ocupada. Até à data, houve 38 acordos de troca de prisioneiros entre as facções da resistência e Telavive – acordos a que os israelitas muitas vezes resistem até ao último minuto. 

Enquanto este tipo de testemunhos se espalham, surgem relatos de maus-tratos, tortura e até assassínios de prisioneiros palestinos sob custódia das autoridades israelitas – uma violação das Convenções de Genebra que, ironicamente, uma entidade não estatal como o Hamas parece ter seguido à risca.

Em relação aos acontecimentos de 7 de outubro, existem certamente alguns vídeos que retratam israelitas, possivelmente desarmados, mortos nos seus veículos ou nas entradas das instalações, para que as tropas palestinas pudessem ter acesso.

Há também vídeos que mostram os combatentes a envolverem-se em tiroteios com as forças armadas israelitas, havendo israelitas desarmados a esconderem-se pelo meio, além de vídeos de combatentes a disparar em direcção a casas e a atirar granadas para áreas fortificadas. Testemunhos oculares também sugerem que granadas foram lançadas em abrigos antibombas, embora não seja claro por quem.

Mesmo na “rave da paz” israelita, que tem sido citada como o ataque mais mortífero cometido por combatentes palestinos durante a sua operação, surgiram vídeos que pareciam mostrar as forças israelitas a abrir fogo através de uma multidão de civis desarmados, em direção a alvos que acreditavam ser membros do Hamas. A ABC News também informou que um tanque israelita se dirigiu ao local do festival.

Um massacre israelita no kibutz Be’eri?

No seu relatório sobre os acontecimentos no kibbutz Be’eri, a ABC News fotografou peças de artilharia que se assemelham a munições israelitas no exterior de uma casa bombardeada. O repórter, David Muir, mencionou que combatentes do Hamas, cobertos por sacos plásticos, foram aí encontrados.

Além disso, vídeos da cena mostram casas que parecem ter sido atingidas por munições que os combatentes do Hamas não possuíam. Muir informou que cerca de 14 pessoas foram mantidas reféns num prédio por combatentes palestinos.

Um artigo em hebraico do Haaretz publicado a 20 de outubro, que só aparece em inglês num artigo imperdível da Mondoweiss [publicação sobre política Israel/Palestina], pinta uma história muito diferente do que aconteceu em Be’eri naquele dia. Um morador do kibutz que estava longe da sua casa – cuja companheira foi morta no confronto – revela novos detalhes impressionantes:

“A voz dele treme quando se lembra da sua companheira, que estava em casa na altura. Segundo ele, só na noite de segunda-feira (9 de outubro) e só depois de os comandantes em campo terem tomado decisões difíceis – incluindo bombardear casas com todos os seus ocupantes dentro para eliminar os terroristas juntamente com os reféns – as FDI concluíram a tomada do kibutz. O preço foi terrível: pelo menos 112 pessoas do Be’eri foram mortas. Outras foram sequestradas. Ontem, 11 dias depois do massacre, os corpos de uma mãe e do filho foram encontrados numa das casas destruídas. Acredita-se que mais corpos ainda estejam nos escombros.”

Provas fotográficas da destruição em Be’eri corroboram o seu relato. Só as pesadas munições do exército israelita poderiam ter destruído construções residenciais desta forma.

Comportamentos do Hamas: provas vs alegações

Yasmin Porat, sobrevivente do kibbutz Be’eri, disse numa entrevista a um programa de rádio israelita, apresentado pela emissora estatal Kan, que as forças israelitas “eliminaram todos, incluindo os reféns”, afirmando que “houve um fogo cruzado muito, muito pesado” e até deu por bombardeamentos de tanques.

Porat participou da “rave” de Nova e testemunhou o tratamento humano ao longo de diferentes entrevistas que deu aos média israelitas. Ela explicou que, quando foi mantida prisioneira, os combatentes do Hamas “guardaram-nos”, dizendo-lhe em hebraico “Olhe bem para mim, não vamos matá-la. Queremos levá-la para Gaza. Não vamos matá-la. Tenha calma, você não vai morrer.” Acrescentou ainda o seguinte:

“Eles dão-nos de beber de tempos a tempos. Quando vêem que estamos nervosos, acalmam-nos. Foi muito assustador, mas ninguém nos tratou violentamente. Felizmente, nada me aconteceu como o que ouvi na comunicação social.”

Cada vez mais, e para desgosto de algumas autoridades e meios de comunicação israelitas, testemunhas oculares israelitas e sobreviventes do derramamento de sangue testemunharam que foram bem tratadas pelos combatentes palestinos. Em 24 de outubro, a emissora estatal israelita Kan lamentou o facto de a prisioneira Yocheved Lifshitz, libertada pelo Hamas na véspera, ter sido autorizada a fazer declarações em directo. Cada vez mais, e para horror de algumas autoridades e meios de comunicação israelitas, testemunhas oculares israelitas e sobreviventes do derramamento de sangue testemunham que foram bem tratados pelos combatentes palestinos.

Quando foi entregue a intermediários da Cruz Vermelha, a idosa israelita em cativeiro foi apanhada pelas câmaras a voltar para trás para apertar a mão do seu captor do Hamas no seu último adeus. A transmissão ao vivo de Lifshitz, na qual ela falou sobre sua provação de duas semanas, “humanizou” ainda mais os seus captores do Hamas ao relatar a sua vida diária com os combatentes:

“Eles foram muito amigáveis connosco. Cuidaram de nós. Deram-nos medicamentos e fomos tratados. Um dos homens que estava connosco ficou gravemente ferido num acidente de moto. Os paramédicos (do Hamas) cuidaram dos seus ferimentos, deram-lhe medicamentos e antibióticos. As pessoas eram amigáveis. Eles mantiveram o lugar muito limpo. Estavam muito preocupados connosco.”

Mais perguntas do que respostas

É essencial reconhecer que, em muitas reportagens de jornalistas ocidentais no terreno, a maioria das informações sobre as acções dos combatentes do Hamas provém do exército israelita – um participante activo no conflito.

Evidências agora emergentes indicam que há uma alta probabilidade, especialmente devido à escala dos danos infraestruturais, de que as forças militares israelitas poderão ter matado deliberadamente prisioneiros, disparado contra alvos incorretos ou confundido israelitas com palestinos nos seus tiroteios. Se a única fonte de informação para uma alegação séria é o exército israelita, então há que ter em conta que Israel tem razões para esconder casos de fogo amigo.

O fogo amigo israelita foi desenfreado, mesmo nos dias que se seguiram, fruto de um exército com muito pouca experiência real de combate. Na cidade de Ashkelon, a 8 de outubro, soldados israelitas mataram a tiro e gritaram insultos contra o corpo de um homem que acreditavam ser um combatente do Hamas, mas mais tarde perceberam que tinham executado um colega israelita. Este é apenas um dos três exemplos de fogo amigo num dia, que resultou na morte de israelitas pelas suas próprias tropas.

No nevoeiro da guerra, as partes em conflito têm perspectivas diferentes sobre o que ocorreu durante o ataque inicial e suas consequências. É indiscutível que os grupos armados palestinos infligiram perdas significativas aos militares israelitas, mas haverá muito debate em curso acerca de tudo o resto nas próximas semanas e meses.

É urgentemente necessária uma investigação internacional independente, imparcial e que tenha acesso a informações de todas as partes envolvidas no conflito. Nem os israelitas nem os norte-americanos concordarão com isso, o que por si só sugere que Telavive tem muito a esconder. 

Entretanto, os civis palestinos em Gaza sofrem ataques contínuos e indiscriminados com as armas pesadas mais sofisticadas que existem, vivendo sob a ameaça persistente de deslocações forçadas e potencialmente irreversíveis. Esta blitz aérea israelita só se tornou possível graças à enxurrada de histórias infundadas de “atrocidades do Hamas” que os meios de comunicação social fizeram circular a partir de 7 de outubro.

Tradução MV

(*) À data de hoje, 2 de novembro, os números são assustadoramente maiores. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, foram mortos 8.805 palestinos, incluindo 3.648 crianças e 2.187 mulheres. Há ainda 22.240 feridos. Estes números foram transmitidos pelo gabinete da ONU encarregado da coordenação dos assuntos humanitários em Gaza.


Comentários dos leitores

antonio alvao 3/11/2023, 14:02

"(...) Se vires uma desigualdade na vida, uma falsidade na ciência, ou um sofrimento imposto por outrem - revolta-te contra essa injustiça. Luta! A luta é a vida, que é tanto mais intensa quanto mais for vivida. E então terás vivido e não trocarás algumas horas desta vida por anos vegetativos na podridão do pântano"(...) - Kropotkin -

O resto do Mundo é uma merda... ao ver tanto sofrimento, tanta destruição, tanta mortalidade, inclusive milhares de crianças - e ninguém faz nada! Eu sinto-me também ofendido, porque pertenço à Humanidade. O que é que eu posso fazer, senão, o sofrimento moral ao ver todos os dias tantos horrores!

António 4/11/2023, 9:31

Israel motiva-se com o holocausto na ocupação da Palestina. Mas os palestinos não teem nada a haver com o passado dos judeus e o holocausto. Quem são o holocausto, são os palestinos há 75 anos.

leonel l. clérigo 4/11/2023, 13:20

É o CAPITALISMO! caro António Alvao.
Mas, curiosamente, é a palavra mais fugidia nos "escritos" e "charlas" da nossa intelectualidade e governação. Até parece que não vivemos em CAPITALISMO.
E quando entra em "período" de CRISE PROFUNDA como agora acontece, cuidado com ele! É "menino" - como o sr. Bibi Netanyahu - para nos matar a todos à bomba.
E se não decidirmos com urgência metê-lo no caixote do lixo, a coisa vai ficar, como dizem nossos irmãos Brasileiros, "cada vez mais preta".

adilia maia 11/1/2024, 13:02

De facto parece que já esquecemos que a designada acumulação primitiva capitalista (primitiva no sentido de básica) é sempre feita através de ladroagem e de guerras mais ou menos permanentes que a viabilizam; tudo realizado em nome de altos valores civilizatórios e tudo com o aval de ' gente de bem' .
Pois claro, o povo precisa de ser convencido a participar e a aceitar os sacrifícios e é importante que julgue que vai tirar algum beneficio com o negócio, de outra maneira, se pudesse, fazia-lhes manguitos . Uma autêntica corja trabalha dia e noite (estou a pensar nos media corporativos) para que se faça a chamada operação mãos limpas branqueando os interesses capitalistas que são o verdadeiro motor de todo o processo. e arranjando os bodes expiatórios do costume : bons de um lado e maus do outro - nunca o maniqueísmo esteve tanto na ordem do dia!


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