Resiste, Palestina, resiste!

Manuel Raposo — 17 Outubro 2023

Manifestação em Nablus, Cisjordânia, de apoio ao Hamas e a Gaza, 9 de outubro

Tal como na guerra na Ucrânia, também na guerra agora desencadeada na Palestina a ocultação dos antecedentes do conflito desempenha um papel chave para mistificar o sentido dos acontecimentos. A ocupação militar israelita, a opressão diária exercida sobre os palestinos, a usurpação de território — é como se nada disto existisse e apenas contasse o ataque do Hamas de 7 de outubro, saído do vazio, como se não fosse provocado. As vítimas palestinas passam à condição de vilões e os criminosos israelitas, impunes vai para 80 anos, são acolhidos como vítimas.

Comparar o incomparável

A realidade, apesar de tudo, está a abrir os olhos a muita gente. As notícias e as imagens mostram que não há nada de comparável (mesmo falando só nos acontecimentos da última semana) entre as vítimas causadas pelo Hamas em Israel e a população que o exército israelita está a massacrar em Gaza. 

As armas elementares usadas pelo Hamas não se comparam com o dispositivo militar colossal dos sionistas. Os ataques com granadas e metralhadoras do Hamas não têm paralelo com a demolição de bairros inteiros por ataques aéreos israelitas, soterrando centenas de pessoas de uma assentada. 

Os ataques com rockets sobre Israel não se equiparam ao cerco imposto a Gaza pelos israelitas destinado a matar o maior número possível de civis palestinos. O genocídio está à vista de toda agente e em directo.

Ver além do terror

A classificação do Hamas como “organização terrorista” por parte dos EUA e da UE destina-se a desvalorizá-lo como partido político, a negar-lhe representatividade e a afastá-lo de qualquer papel na solução do conflito Israel-Palestina. Como se fossem Israel e o Ocidente a dizer quem representa os palestinos.

O Hamas é, inegavelmente, goste-se ou não, uma organização política com forte apoio em Gaza e na população palestina mais radical — sobretudo a população que mais cedo percebeu e rejeitou o logro das negociações ditas de paz patrocinadas pelo imperialismo norte-americano e europeu. Em décadas sucessivas, com efeito, a Palestina viu as suas cedências e compromissos serem usados pelos sionistas israelitas para adiarem indefinidamente a constituição de um Estado palestino e usurparem mais e mais território.

Foi o arrastar de pés da Autoridade Palestiniana diante destes sucessivos embustes que a desacreditou, sobretudo aos olhos da população de Gaza.

O ataque do Hamas de 7 de outubro semeou o terror no território israelita? Sim, mas isso não retira sentido político à acção. Quem são os israelitas e os seus apoiantes ocidentais para determinarem ou criticarem os métodos de combate seja de quem for? Onde está a sua autoridade moral à vista de uma ocupação com 80 anos, pejada de massacres consentidos pelo Ocidente? Ou à vista dos massacres cometidos no Afeganistão, no Iraque, na Líbia ou na Síria?

O Ocidente vê sempre o terror com um olho vesgo. O seu terror, por ser um terror de Estado, supostamente sancionado por instituições democráticas (mesmo se as populações não são chamadas a pronunciar-se), é justificado como uma violência legítima e necessária para pôr ordem no mundo, ou coberto até com o manto das “intervenções humanitárias”. Em contrapartida, as respostas a este terror instituído merecem a condenação moral e o castigo físico por parte de todos os bons espíritos. Esta duplicidade não é de hoje, evidentemente.

A dupla moral dos “civilizados”

Num artigo publicado em junho de 1857 no New York Daily Tribune, decorria a segunda Guerra do Ópio entre a China e o império britânico, Friedrich Engels analisava a situação nos termos seguintes. 

A resistência chinesa recorria a todos os métodos, incluindo o assassinato individual, o envenenamento do pão e dos poços, o massacre das populações europeias, etc. Comentava Engels: 

“Os mercadores de civilização, que lançam as suas bombas incendiárias sobre cidades indefesas e acrescentam a violação ao assassinato, podem qualificar estes métodos como cobardes, bárbaros, atrozes. Pouco importa aos chineses, se isso os ajudar a vencer. Se os britânicos os tratam como bárbaros, não lhes podem negar o pleno benefício da sua barbárie. (…) Os chineses não poderiam resistir com meios de guerra vulgares aos meios de guerra europeus. Em suma, em vez de moralizar sobre as horríveis crueldades dos chineses, como faz a cavalheiresca imprensa britânica, mais valia reconhecer que se trata de uma guerra pro aris et focis [pelos altares e pelos lares], uma guerra popular pela sobrevivência da nação chinesa — com todas as suas pretensões altaneiras, a sua estupidez, a sua douta ignorância e a sua barbárie pedante, se assim quiserem, mas todavia uma guerra popular. E numa guerra popular os meios empregues pela nação insurrecta não podem ser medidos pelos critérios correntes duma guerra normal, nem segundo qualquer outra regra abstracta, mas segundo o nível de civilização da nação insurrecta.”

A “cavalheiresca imprensa” ocidental trata, hoje, de exponenciar o terror infligido pela operação do Hamas para esconder o efeito das “bombas incendiárias” israelitas lançadas ao longo de quase 80 anos — e sobretudo para mascarar a natureza de guerra popular da resistência palestina que o Hamas, seja como for, encarna. 

Efeitos políticos indiscutíveis

Esvaziar de política a operação do Hamas aos olhos da opinião pública é o propósito de Israel e dos seus apoiantes ocidentais, para depois a poder condenar segundo os seus critérios morais. Contudo, os efeitos eminentemente políticos da acção estão à vista para quem os queira ver. 

Netanyahu teve de recorrer a um governo de entendimento com a oposição, formado de urgência, para assegurar uma unidade política que só por si não tinha. A contestação dos últimos meses ao governo de Netanyahu, com grandes manifestações de rua, apresentada como uma prova da vitalidade da “democracia” israelita, esfumou-se — mostrando à evidência uma democracia para consumo interno israelita de que os direitos dos palestinos estão excluídos.

A insegurança espalhou-se entre a população israelita, a maioria da qual, lembremos, não é politicamente inocente, como provam o apoio ao regime de apartheid, o racismo dominante, a prevalência de governos de extrema-direita. Especialmente os colonos instalados em terras palestinas experimentaram o que é ser vulnerável a ataques armados, quando antes a protecção policial e militar parecia dar-lhes todas as garantias de segurança e de impunidade. 

O direito da Palestina à independência, que parecia ter sido arquivado, saltou para o primeiro plano das preocupações mundiais, movimentando todas as forças directa ou indirectamente implicadas, a ponto de colocar a guerra na Ucrânia em plano secundário. Mais efeitos políticos não poderia haver.

Os nazis de hoje e os seus mentores

O ódio destilado por todos os dirigentes israelitas e os propósitos de desforra que anunciam mostram a sua catadura. Os sionistas que hoje conduzem Israel são os herdeiros mais directos do ideário nazi, apenas recoberto com tintas confessionais — na linguagem brutal, na classificação dos inimigos como animais a esmagar, na arrogante superioridade racial que exibem, no propósito visível de limpeza étnica de toda a Palestina, na conquista de “espaço vital” à custa das populações autóctones, na consideração dos judeus como “povo eleito” a quem tudo é devido.  

É a este tipo de gente que os EUA e a UE — e com eles o Governo e o Estado português — estão a dar apoio político incondicional, a financiar e a municiar abundantemente. Ao mesmo tempo que ameaçam cortar os apoios aos palestinos, atingindo-os nas suas necessidades de sobrevivência, a pretexto de não reforçar indirectamente o Hamas. 

O massacre anunciado à boca cheia por Israel está a ser tolerado pelos mais puros democratas ocidentais. Todos sem excepção consagram o “direito de resposta” e de “legítima defesa” de Israel como se a história tivesse começado inesperadamente a 7 de outubro — quando é aos palestinos que tem de ser reconhecido o direito de resistir e de reivindicar a sua liberdade.

Todos aceitam a liquidação dos civis de Gaza às mãos das forças armadas sionistas sob o pretexto de combater o Hamas dizendo, candidamente, que “é difícil estabelecer critérios de proporcionalidade” na resposta que Israel prepara. 

É tudo o que os criminosos querem ouvir para levar a cabo a carnificina com as mãos livres. 

Nada será como dantes 

Cinicamente, o Ocidente designa o presente conflito como uma guerra entre Israel e o Hamas quando o que está em causa é o direito dos palestinos, todos eles — de Gaza, da Cisjordânia ou da diáspora — a verem-se livres da ocupação israelita, a disporem da sua independência e a regressarem à sua terra. Por aqui também se vê como o Ocidente não quer resolver o problema de fundo, querendo apenas que a punição exemplar da população de Gaza seja uma lição para todos os palestinos, fazendo-os baixar a cabeça por mais uns anos.

Enganam-se, porque nada será como dantes. Nem entre os palestinos, que perceberão melhor ainda que o Ocidente nada faz por eles; nem entre os israelitas, que não mais terão sossego. Por isso se pode dizer que deste conflito sairá reforçada a certeza de que a Palestina vencerá.

 


Comentários dos leitores

MANUEL BAPTISTA 17/10/2023, 7:41

A ação do Hamas pode ser criticada de um ponto de vista da estratégia de libertação. Eles sabiam, de antemão, que a ação que planeavam iria provocar uma resposta brutal do poder israelita. Aliás, a história prova que os sionistas sempre reagiram de forma desproporcional a qualquer ato da resistência. Portanto, o Hamas estava consciente das consequências que a sua ação iria desencadear. Chamar essa ação de «guerrilha» e não «terrorista», é só jogar com as palavras. O guerrilheiro de uns é o terrorista dos outros, e vice-versa. O importante é que essa ação não tinha nenhum objetivo político claro: Desencadear a repressão? Suscitar solidariedade? Mas, o número de mortes e destruição, que previsivelmente a retaliação iria desencadear, iria enfraquecer previsível e objetivamente, por muitos anos, a resistência palestiniana! Uma vitória moral? Mas uma vitória moral iria ressuscitar os milhares de mortos, soterrados nos escombros ou restituir saúde aos que ficaram sem pernas ou afetados para sempre???
Eu considero que o Hamas agiu de forma totalmente irresponsável, mesmo reconhecendo que os seus combatentes tiveram muita coragem.
A Palestina não tem tido uma liderança à altura do heroísmo e da coragem que tem demonstrado o seu povo, nestes últimos anos! O Hamas não é parte da solução do problema. Não se esqueçam como nasceu. Criado pelo Estado de Israel para dividir a resistência palestiniana e opor um movimento confessional à OLP, que é laica...

CarlosM 17/10/2023, 14:31

Eu prefiro olhar para o futuro.
A partir deste momento estão abertos vários caminhos, como durante décadas não se perspetivavam. O aspeto mais importante parece-me ser o de não ser mais possível ignorar a realidade da ocupação israelita dos territórios palestinianos e a necessidade da comunidade internacional parar de olhar para ela como se se tratasse de um "conflito congelado". Nem os EUA, nem Israel detêm mais a supremacia que tinham há 20 anos.
A proposta de criação de um Estado multinacional, avançado por Edward Said, em 1999, que recebeu alguns aprofundamentos ao longo do tempo (cf. Virginia Tilly), sempre se mostrou pouco realista. É preciso retomar pois as muito difíceis conversações em torno do projeto de Dois Estados, gizado pelas Nações Unidas, em 1947.
Nada disto será fácil. Chega, porém, de contemporizar com a proliferação dos colonatos na Cisjordânia. Chega de manter a população de Gaza isolada da Cisjordânia e do resto do mundo (existiram, no passado, projetos de uma ligação rodoviária e/ou ferroviária por viaduto). Israelitas e palestinianos são interdependentes. Terão de avançar para um entendimento. E a comunidade internacional tem de ser responsabilizada pelo desleixo a que votou o problema nas últimas décadas.
Avançar para a concretização do estabelecimento de Dois Estados é fundamental para garantir finalmente o direito do povo palestiniano à autodeterminação, para pacificar o Médio Oriente e para garantir a firme segurança de Israel pelos séculos futuros. Se esta situação de impasse se arrastar por muitas décadas, atendendo ao lento mas progressivo declínio dos EUA e à ascensão de outras super-potências, os israelitas (judeus, muçulmanos, cristãos) poderão ver-se obrigados a ter de aceitar uma situação que não serve os seus interesses.

leonel l. clérigo 17/10/2023, 14:47

ISRAEL: UMA "ESQUADRA de POLÍCIA" no MÉDIO ORIENTE?

A HISTÓRIA revela-nos, por vezes, "reviravoltas" surpreendentes: é o caso dos
acontecimentos da REVOLTA de MASSADA e os que podemos apreciar HOJE, pós
"criação", pelo IMPÉRIO OCIDENTAL (EURO/USA), do ESTADO de ISRAEL.

Em MASSADA, anos 70 da nossa era, os Judeus resistiram heroicamente à
EXPLORAÇÃO do IMPÉRIO - na altura o de ROMA - até ao "suicídio colectivo" (na realidade "transformado", por razões religiosas, em "assassínio colectivo") descrito pelo
revolucionário judeu Flávio Josefo que, ao que parece, passou a assumir-se como
Historiador Romano destes acontecimentos.

1 - É certo que essa DURA ("Terrorista?...") FORMA de RESISTÊNCIA dos Judeus ao IMPÉRIO, foi - e parece ainda ser - objecto de controvérsia.
Uns, consideram MASSADA um lugar de HOMENAGEM aos que deram a vida na luta longa contra a OPRESSÃO do IMPÉRIO ROMANO. E segundo Josefo, "os judeus
esperavam que toda a sua nação além do Eufrates se iria juntar a eles para insuflar uma insurreição" mas, no final, havia apenas 960 zelotes judeus que irão enfrentar todo um exército romano em Massada.
Outros, por outro lado - o "Pragmatismo" precisa sempre do "depois", dos "resultados" - acusam de "intransigência" e "incapacidade em conciliar" atitudes que levaram à Expulsão dos Judeus do IMPÉRIO ROMANO: a denominada segunda DIÁSPORA.

2 - Hoje, passados quase 2.000 anos, julgo - e em minha fraca opinião - que temos uma situação bem diferente da de MASSADA: o Povo de Israel parece estar hoje, com "armas e bagagens", do lado do IMPÉRIO e servindo de sua "esquadra de polícia" no MÉDIO ORIENTE, coisa que poderá ser perigosa no futuro: as "feridas abertas"
quando têm profunda dimensão colectiva, não saram de um dia para o outro...nem com a ajuda de balas.

3 - O "equilíbrio de forças" que hoje vivemos, parece já não ser o mesmo que era no pós-Guerra de 39/45 ou até, na "Guerra dos seis dias" de Junho de 67 do século
passado.
Por isso julgo que Manuel BAPTISTA ao se referir acima ao "ERRO ESTRATÉGICO" do Hamas (desconheço que dados "CONCRETOS" tem ele sobre a dimensão dos
diferentes "PODERES" em jogo) tem que forçosamente meter ao barulho este "novo desequilíbrio", que julgo não ser coisa de desprezar para qualquer construção "estratégica".
Além do mais, julgo que o "desfecho" da dita Faixa de Gaza, vai ter larga importância no futuro, não só da Ucrânia mas, sobretudo, sobre o "desembocar" no
MEDITERRÂNEO da velha/nova "ROTA da SEDA". É muita fruta!...

MANUEL BAPTISTA 19/10/2023, 19:30

Leonel,
há imensos dados relativos ao Hamas e Israel e à luta do povo palestiniano. Impossível de te responder de forma sintética, aqui. Mas posso propor-te a audição de uma entrevista com Thierry Meyssian, que fala sobre o Hamas, a Fraternidade Muçulmana, as rivalidades intra-Árabes, o jogo de Israel e dos países imperialistas...
https://www.youtube.com/watch?si=bbqNR49_o6i9XNDI&v=KlPC3KGRL4M&feature=youtu.be

leonel l. clérigo 20/10/2023, 11:14

Caro MANUEL BABTISTA

Não posso deixar de agradecer a tua informação.

Os meus agradecimentos

mraposo 20/10/2023, 12:42

Caro Manuel Baptista
Respondo aos teus comentários.
Em termos teóricos, é perfeitamente possível debater aquilo que chamas a estratégia do Hamas. Mas em termos práticos isso só seria possível 1) antes da operação de 7 de outubro ter sido desencadeada, 2) se o Hamas quisesse ouvir conselhos. Depois de 7 de outubro, a questão política que se coloca é completamente outra: apoiar ou não os palestinos na sua luta, independentemente de como ela foi desencadeada.
Dizer que a operação não tinha objectivos políticos choca com a realidade: nenhuma outra acção recente teve o condão de trazer a causa palestina para primeiro plano mundial; o sionismo está a ser vaiado por todo o mundo; a unidade árabe e islâmica saiu para já reforçada; o "sul global" movimenta-se não só contra Israel mas também contra os EUA; a diplomacia de Biden-Blinken vê-se acompanhada apenas pelos aliados do costume, e nem todos; aqui ao lado, uma ministra espanhola propõe o corte de relações diplomáticas com Israel.
Quem pode dizer se o Hamas é ou não parte da solução são os palestinos. E as manifestações em Gaza e na Cisjordânia dizem que sim. De resto, falar apenas no Hamas é curto: a operação de 7 de outubro teve mais três intervenientes: a Jihad Islâmica, a FPLP e a FPLP-CG (ver Réseau Voltaire "La censure militaire israélienne vous cache la vérité") -- precisamente as forças que mais contestam a eterna conciliação da Autoridade Palestiniana.
A tua crítica sobre a operação e sobre o Hamas, a meu ver, passa ao lado da realidade que se está a desenrolar e (queiras ou não, certamente não) coloca-te num campo político "intermédio" (nem Hamas, nem Israel) que nas circunstâncias reais que se vivem é insustentável e facilmente absorvido pela propaganda anti-palestina ("terroristas", "desesperados", "não se sabem governar").
O mesmo se pode dizer sobre o suposto pecado original que atribuis ao Hamas. Quererás significar (no espírito ultra-conspirativo do Thierry Meyssan) que tudo não passa de uma montagem dos serviços secretos de Israel? Quando se dão estes grandes acontecimentos (por exemplo, 11 setembro 2001) proliferam sempre as "explicações" conspirativas -- a meu ver porque não se acredita que potentados como os EUA ou agora Israel sejam vulneráveis ao ponto de sofrerem derrotas aparatosas. Mas são.
Saudações,
Manuel Raposo

leonel l. clérigo 25/10/2023, 16:02

As DECLARAÇÕES de ANTÓNIO GUTERRES

1 - Em primeiro lugar, não quero deixar de vir aqui saudar as declarações do Secretário-Geral da ONU o português ANTÓNIO GUTERRES pela coragem em assumir o que "todos sabem" mas "ninguém se atreve a dizer". Como dizia o outro, "o IMPÉRIO tem muita força" cá em casa.

2 - Em segundo lugar, quero aqui deixar um alerta que poderá - talvez...- ajudar a refletir sobre um aspecto do nosso futuro próximo.
Temos vindo a escolher os "nossos governantes" como se fosse uma operação de "salto no escuro". O caso da GUERRA da UCRÂNIA é elucidativo, sobretudo para quem se diz "DEMOCRATA" dos "quatro costados".
Mas tal como a UCRÂNIA, há muitas outras como a "VENDA da TAP", da "SOREFAME", a ocultação das "GRANDES QUESTÕES nos PROGRAMAS ELEITORAIS"... decisões tomadas - como dizia a música da RITA LEE - "No escurinho do CINEMA" bem longe dos "Programas eleitorais" ditos democráticos.
Poder-se-á dizer que "são surpresas que surgem". Mas sabe-se "fazer sondagens à boca das urnas" e até se fala, por vezes, em "REFERENDOS" (para questões importante, claro!)

3 - Seria interessante, em minha opinião modesta, o "ELEITORADO" estar atento e começar a penalizar os "DIRIGENTES" pelos malandrecos "saltos no escuro".
Dizem que o "silêncio é de ouro". Não acreditem: é de pechisbeque.

MANUEL BAPTISTA 26/10/2023, 12:19

Caro Manuel Raposo,
A realidade é complexa e é legítimo fazer perguntas. Sobretudo, tendo em conta diversas discrepâncias gritantes, que não permitem - de modo nenhum - excluir o conhecimento prévio das agências de segurança do Esstado de Israel. É preciso ter em conta todos os aspetos da questão.
Quando falo de que é preciso avaliar os objetivos estratégicos do Hamas, estou a colocar a questão em termos políticos. Mas a tua resposta descarta isso e afirma que Thierry Meyssan é «ultra-conspiracionista». É uma etiqueta, sobretudo usada pela CIA (infiltrada em quase toda a media mainstream). Podes dizer que eu sou também um « conspiracionista», porém isso é uma forma de não abordar seriamente e de responder às questões. Abaixo um link para um artigo do Prof. Chossudovky:
“Justified Vengeance” and the Invasion of Gaza: Palestine Is Portrayed as “The Aggressor”
The Invasion of Gaza: Part of a Broader Israeli Military-Intelligence Agenda

https://michelchossudovsky.substack.com/p/justified-vengeance-invasion-gaza-palestine?utm_source=post-email-title&publication_id=1910355&post_id=138299174&utm_campaign=email-post-title&isFreemail=true&r=9hbco&utm_medium=email

José Lopes 27/10/2023, 20:05

O escorpião deixa-se cercar pelo fogo, e em desespero de causa pica-se com o seu próprio veneno, (suicida-se)
Os que acham ser a ofensiva do Hamas a 7 de Outubro, uma irresponsabilidade aventureira e suicida, ignoram o cerco de fogo que os nazisionistas têm vindo a atear em redor do Povo Palestiniano, desde 1948.
Mais até pela falsa sensibilidade pela morte de muitos Palestinianos escondem estes pacifistas da undécima hora, que o Hamas, (o tal no vomito do cyberman da sic, não representa o Povo, mas que a OLP não convoca eleições à 6 anos, com receio de que o Hamas as vença) furou o cerco de fogo, e de tal modo que ainda o netanyau não tem garantida a sobrevivência política à frente dos sionistas nazis.
Esse nazi a prazo já perdeu a guerra, faltam os outros, e é aqui que os apoios que possamos fornecer não podem ficar em águas turvas dos pacifistas da conciliação com o inimigo.

adilia maia 14/11/2023, 8:45

“Os que acham ser a ofensiva do Hamas a 7 de Outubro, uma irresponsabilidade aventureira e suicida, ignoram o cerco de fogo que os nazisionistas têm vindo a atear em redor do Povo Palestiniano, desde 1948.”

Concordo inteiramente e convido os que discordam, ou menorizam, a reverem a conceção materialista dialética da História que ensina que esta é um processo e que não se podem isolar os acontecimentos históricos; estes têm sempre de ser percebidos no contexto porque só assim seremos capazes de apreender as suas causas e são essas que interessam.
Vale ainda dizer que o materialismo histórico-dialético responde à necessidade de aplicar a metodologia científica aos fenómenos sociais e humanos que encontra grandes dificuldades dada a especificidade e complexidade destes fenómenos, mas que apesar disso não podemos/devemos dispensar.
Todavia, como bem se sabe, sob a hegemonia do capitalismo, o ensino de Marx, nas escolas, nomeadamente nas universidades, é permanentemente desestimulado. Fazem-se teses sobre tudo mais um par de botas, mas marxismo é tabu porque não interessa conhecer um autor que já lhes descobriu a careca faz muito tempo.


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