De fininho

6 Setembro 2018

Marcelo Rebelo de Sousa, o cidadão e o PR, publicou um texto evocando a (sua) memória de Vera Franco Nogueira, falecida em finais de Agosto. A senhora, mulher do último ministro dos Negócios Estrangeiros de Salazar, Franco Nogueira, foi uma fiel acompanhante das missões diplomáticas do marido na procura de apoios para a política colonial do ditador. Marcelo passa ao lado da questão e destaca o papel da senhora… na fundação da Academia de Música de Santa Cecília. Mas aproveita para tirar do esquecimento outros nomes do círculo salazarista a que a sua família pertencia: Paulo Cunha, Antunes Varela, Veiga de Macedo, entre outros. É, evidentemente, um tributo de Marcelo a uma época e a uma determinada gente: a ditadura, o fascismo, o colonialismo, a elite que rodeava Salazar e sustentava o regime. O gesto caiu certamente bem nos meios da direita, que se debate na procura de um rumo e de um líder. Fez bem Marcelo, porque assim refresca também a nossa memória sobre a sua verdadeira extracção, tão camuflada sob a avalanche dos “afectos” presidenciais.


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