Embaixador-patrão
11 Julho 2018
Com o desplante de um colonialista, o embaixador dos EUA em Portugal fez saber que o seu governo está muito atento aos investimentos chineses em Portugal. Argumentou que os capitais chineses não são bem privados, mas sim estatais, e que assim violam as regras da livre concorrência. Por isso, acrescentou, o que os chineses fazem não é actividade económica mas “intervenção política”. O homem, obviamente, não se enxerga: pela posição que ocupa e pelo aviso que deixou, fez precisamente o que critica nos chineses — intromissão política num país que não é o seu. Mas, por trás do desplante e da incongruência, pressente-se outra coisa: o proteccionismo de Trump não quer ficar-se pelas fronteiras dos EUA, antes pretende ter voz activa nas fronteiras de qualquer Estado, em qualquer parte.