General Electric despede em Setúbal

Pedro Goulart — 3 Fevereiro 2018

GEA General Electric (GE) prepara-se para encerrar a fábrica de Setúbal, acabando com 200 postos de trabalho, a pretexto de uma reestruturação do seu negócio de energia na Europa, afirmando que tal é motivado pelos desafios que o mercado energético mundial enfrenta. No total, a GE vai despedir 12 mil trabalhadores, 18% da sua força de trabalho a nível mundial. Saliente-se que, no caso português, à semelhança do que acontece em muitos outros casos, houve apoio financeiro do anterior governo e do AICEP à empresa para investimentos e criação de mais postos de trabalho.

Em 2017, chegou a ser anunciado pela administração da própria empresa um grande plano de trabalho previsto para 2018, anúncio este que, à vista dos recentes desenvolvimentos, apenas pretenderia desviar as atenções do anterior incumprimento do contrato com o Estado por parte da empresa.

Ainda em 2017, em Outubro, e face a esse incumprimento, o actual governo havia de acabar por decretar a resolução do dito contrato e exigir a devolução do incentivo financeiro anteriormente pago. Veio depois a público a decisão que a GE certamente não congeminou do dia para a noite: encerrar a fábrica de Setúbal.

Tal encerramento é fortemente contestado pelos trabalhadores. E, a confirmar-se o fim da empresa, não serão apenas os 200 trabalhadores anunciados a ser despedidos, mas cerca de 400 postos trabalho directos e indirectos a serem eliminados, considerando os trabalhadores que laboram diariamente na fábrica e os de outras empresas que trabalham para a GE, como destaca o sindicato.


Comentários dos leitores

afonsomanuelgonçalves 6/2/2018, 14:09

Julgo que as circunstâncias propiciam um aviso solene ao PS para ter juízo. Ou se portam de acordo com os princípios estabelecidos com o BE e PCP ou terão da parte destes uma moção de censura. PS ficará encostado à parede e desorientado senão perdido e a luta dos trabalhadores ganha um novo rumo que fará estremecer a burguesia ainda mais do que no 25 de Abril. Mas parece-me que os sindicatos não estão muito disponíveis e o PC e BE preferem as lamúrias do costume a bem da Nação e do Capital.


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