Arquivo: Abril 2015

O movimento operário tem de ter voz própria

José Borralho — 26 Abril 2015

CercoConstituinte_ajustVivemos um período da existência do movimento operário que poderemos considerar de verdadeira confusão e de maré baixa, de falta de combatividade e descrença nas próprias forças. Para este estado muito tem contribuído a ofensiva do capital, acentuada com a sua crise, que o leva a retirar direitos laborais e a precarizar toda a vida dos trabalhadores lançando milhões no desemprego.


Haja doença!

25 Abril 2015

O descalabro na saúde pública, que se acentua de dia para dia, não levanta apenas a questão dos cortes orçamentais em resultado da política dita de austeridade. Levanta de forma gritante a necessidade da nacionalização de todos os cuidados de saúde, como uma exigência social que não pode estar sujeita aos interesses de lucro dos capitais privados. É isso que mostram as mortes nas urgências por falta de assistência, as mortes por falta de medicamentos (como no caso da hepatite C), o excesso de óbitos no inverno devido ao frio, a inoperância dos serviços por falta de médicos e enfermeiros, o encerramento dos serviços de proximidade, etc. Tudo isto vai a par de um crescente investimento privado no sector da Saúde, precisamente porque os capitalistas sabem que não lhes faltarão clientes — tanto por diminuir a eficácia dos serviços públicos, como pelo facto de a crise social se encarregar de produzir cada vez mais doentes, que são a matéria do negócio.


Preços de monopólio

24 Abril 2015

A Galp foi multada em Portugal em 9 milhões de euros (e depois em Espanha em 800 mil euros) por “práticas anticoncorrenciais”, ou seja, por concertar preços em prejuízo dos consumidores. As consequências deste procedimento, resultante de um domínio do mercado de tipo monopolista, não se verificam apenas nos combustíveis automóveis, mas também no gás de consumo doméstico. Foi aliás na comercialização do gás de garrafa que a fraude se verificou no nosso país. Assim, enquanto a Galp distribui dividendos milionários aos seus accionistas — o principal dos quais é o grupo de Américo Amorim, com quase 40% das acções — os portugueses mais pobres cortam no consumo e passam frio para “não viverem acima das suas posses”.


A indignidade dos lacaios

Pedro Goulart — 21 Abril 2015

greececolony_0Após a vitória do Syrisa na Grécia, e a propósito de algumas iniciativas e propostas do governo grego em relação à União Europeia, ficou clara uma das facetas fundamentais desta Europa: o domínio da ditadura do grande capital, actualmente capitaneado pela Alemanha de Merkel e Schauble, assim como a sua posição opressora e agressiva face às classes trabalhadoras e aos povos da União Europeia. Duas significativas declarações do ministro das finanças alemão, Wolfgang Schauble caracterizam a posição arrogante do imperialismo alemão: “Sinto muito pelos gregos. Elegeram um governo que de momento se comporta de maneira bastante irresponsável”. E, após as difíceis negociações no Eurogrupo, feliz com as cedências do Syriza, o senhor Schauble, irónico e vingativo, afirmava: “Os gregos certamente vão ter dificuldades em explicar aos seus eleitores este acordo”.


Protesto de reformados

15 Abril 2015

No dia 11 realizou-se um protesto de reformados, pensionistas e idosos contra o aumento do custo de vida e pela valorização das reformas e pensões. As concentrações e manifestações efectuaram-se em 14 localidades do país (Guimarães, Porto, Aveiro, Coimbra, Tortosendo, Leiria, Santarém, Benavente, Lisboa, Setúbal, Grândola, Beja, Évora e Faro) e foram promovidas pela Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos. Entre as reivindicações estão um aumento de 4,7% nas pensões, com um mínimo de 25 euros mensais nas pensões mais baixas, reposição do pagamento por inteiro dos subsídios de Férias e do Natal e a reposição da isenção de 50% no pagamento dos transportes para idosos.


Vitória significativa de ex-trabalhadores do Clube Praia da Rocha

13 Abril 2015

Em Outubro de 2014 foram despedidos 30 trabalhadores, a quem o patrão da Green Stairs, que gere os apartamentos turísticos Clube Praia da Rocha ficou a dever mais de dois meses de salários, bem como os subsídios de férias e Natal. Para o desfecho positivo da luta então travada há que destacar, em primeiro lugar, “a coragem, a determinação e a firmeza da Marilu Santana que, farta das promessas do patrão e das injustiças, farta da exploração, decidiu acorrentar-se”, no dia 20 de Março, no interior das instalações da empresa. Esta foi uma iniciativa com grande impacto na comunicação social, tendo outros trabalhadores decidido permanecer solidariamente no exterior.


Greves nos transportes continuam

12 Abril 2015

comboios_suprimidos_72Nove associações sindicais da CP marcaram nova greve para o próximo dia 16 de Abril. Trata-se de um protesto contra a venda da EMEF e da CP Carga, a fusão da Refer com a Estradas de Portugal e a eliminação de benefícios concedidos a trabalhadores e reformados. Por outro lado, os trabalhadores da Carris realizaram no dia 10 uma greve contra a concessão da empresa a privados, tendo apenas circulado cerca de 30% dos autocarros.


Greve na Renault Cacia

A greve de 24 horas na Renault Cacia, no primeiro dia de Abril, teve uma elevada adesão no sector produtivo, provocando a paragem da produção e tornando evidente a dimensão do repúdio pelo desrespeito com que a administração tem tratado as justas reivindicações de mais 25 euros nos salários, assim como o fim do abuso do trabalho precário. Nos primeiros dois turnos, o piquete de greve, constituído por cerca de 200 trabalhadores, deslocou-se em manifestação do acesso de serviço da fábrica até junto do edifício da administração, onde foram reafirmadas as suas exigências.



CP em greve: trabalhadores exigem pagamento de dívida de 10 milhões de euros

2 Abril 2015

CPDesde as zero horas de hoje está em curso uma greve dos revisores e trabalhadores de bilheteira da CP. Com uma adesão perto dos 100 por cento, a paralisação, que não está sujeita a serviços mínimos, impediu a circulação da grande maioria dos comboios previstos. O protesto, que culmina nove meses de negociações entre os sindicatos e a empresa, visa obrigar a administração da CP a cumprir uma decisão dos tribunais relativa ao pagamento dos complementos nos subsídios de férias e Natal, em dívida desde 1996. Nova paralisação pelos mesmos motivos está marcada para dia 6.