Uma “democracia exemplar”
15 Março 2015
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos recusou recentemente analisar dois recursos relativos aos maus-tratos infligidos aos detidos em Guantânamo e proibiu a divulgação de imagens. Num dos casos, o ex-preso político sírio Abdul Rahim Abdul Razak al Janko pretendia processar a Administração norte-americana pelos prejuízos decorrentes da forma como foi tratado em Guantânamo durante sete anos. O ex-preso afirmou ter sido sujeito a métodos que o tentavam derrubar, física e psicologicamente, que lhe causaram “grave sofrimento”, citando, entre outros: os anos de isolamento, as longas crises de privação de sono, as “severas agressões”, as ameaças, incluindo contra a sua família, bem como a falta de assistência médica e a “contínua” humilhação e assédio.
No outro caso, o Supremo pronunciou-se a favor da CIA, ao rejeitar que um grupo de defesa dos direitos humanos, com sede em Washington, tivesse acesso a vídeos e a fotografias do prisioneiro saudita Mohammed al-Qahtani, pois, segundo o Supremo, as fotografias e os vídeos “poderiam, lógica e plausivelmente, beliscar a segurança nacional porque são particularmente susceptíveis de serem usadas por extremistas antiamericanos como propaganda para incitar a violência contra os interesses dos Estados Unidos internamente e no estrangeiro”.