Internacionalismo, exige-se

2 Março 2015

Importantes sindicatos alemães manifestaram o seu apoio à viragem política na Grécia, repudiando as chantagens da União Europeia e apontando o resultado eleitoral como “um veredicto devastador” sobre a política de austeridade. Porque não fazem o mesmo as organizações sindicais e laborais portuguesas?

O sinal dado pelos eleitores gregos requer solidariedade entre todos os trabalhadores da UE, sobretudo dos que estão nas mesmas condições. Só essa solidariedade pode criar uma frente de oposição ao domínio do grande capital imperialista europeu. O reforço da luta contra a austeridade e contra o ruinoso pagamento da dívida, mais do que nunca necessário, passa por essa solidariedade. As vítimas da austeridade não conseguirão alterar os acontecimentos no seu país se não derem apoio e se não contarem com o apoio dos trabalhadores dos demais países na mesma situação.

As potências da UE e os seus lacaios praticam na perfeição o internacionalismo que lhes convém — basta ver como 18 dos 19 países representados no Eurogrupo se uniram para chantagear o governo grego e o fazer ceder. O mesmo não se passa, lamentavelmente, da parte dos trabalhadores. Tirando casos isolados, continua a haver um enorme défice de apoio internacional. Na maior parte dos casos, o internacionalismo proletário não passa de uma diplomacia para momentos e declarações solenes.

É em ocasiões como a que estamos a viver que se mede a consequência das organizações laborais e políticas que clamam (justamente) contra a “alternância sem alternativa”, contra o “quero posso e mando” do grande capital, contra a injustiça das medidas de austeridade que atacam “sempre os mesmos”.

Está na altura de as organizações dos trabalhadores portugueses expressarem com todas as letras o seu apoio internacionalista aos trabalhadores gregos.


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